Bovespa fecha em queda após 10 altas seguidas, mas bancos limitam recuo

Publicado em 20/07/2016 17:09

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da Bovespa fechou em leve baixa nesta quarta-feira, quebrando a maior série de ganhos desde 2010, embora uma realização de lucros mais forte no Ibovespa tenha sido contida pelo avanço das ações de bancos, puxadas por Itaú Unibanco e Banco do Brasil.

O Ibovespa caiu 0,21 por cento, a 56.578 pontos. A queda ocorre após uma série de 10 altas, período em que o Ibovespa acumulou ganho de mais de 9 por cento. O volume financeiro somou 7,2 bilhões de reais.

No exterior, Wall Street fechou o dia no azul e os preços do petróleo se recuperaram e encerraram em alta, o que ajudou a atenuar alguma pressão vendedora no pregão brasileiro.

A bolsa fechou com agentes financeiros à espera da decisão de política monetária do Banco Central, prevista para após o fechamento do pregão. Embora a previsão seja de manutenção da Selic em 14,25 por cento, há grande expectativa em relação ao comunicado, já que esta será a primeira reunião de política monetária da nova diretoria do BC.

DESTAQUES

- ITAÚ UNIBANCO subiu 1,57 por cento, tendo no radar melhora na visão do setor bancário brasileiro pelo Goldman Sachs, que também elevou a recomendação para a ação do maior banco privado brasileiro para "neutra". BANCO DO BRASIL avançou 2,01 por cento, conforme seguem expectativas sobre vendas de ativos pelo banco estatal. BRADESCO e SANTANDER BRASIL encerraram em alta de 0,87 e 0,82 por cento, respectivamente.

- BM&FBOVESPA recuou 4,21 por cento, entre as maiores pressões de baixa, com agentes financeiros embolsando ganhos recentes. Apesar da queda, as ações acumulam em julho ganho 7,5 por cento. No ano, a valorização chega a quase 80 por cento.

- KROTON caiu 5,02 por cento, no pior desempenho do Ibovespa, em sessão negativa para o setor de educação, com ESTÁCIO perdendo 2,99 por cento. No mês, as duas companhias ainda acumulam valorização de 10 e 9 por cento, respectivamente.

- PETROBRAS fechou com as ações preferenciais em alta de 0,34 por cento, na quinta alta seguida, com o avanço dos preços do petróleo no mercado externo e o destino da BR Distribuidora ainda sob os holofotes. Na véspera, uma fonte com conhecimento do assunto disse à Reuters que a estatal está inclinada a refazer o processo de venda de fatia da subsidiária. Também no radar está a chance da empresa integrar o programa de governança de estatais da BM&FBovespa. As ações ordinárias caíram 1,3 por cento.

- VALE fechou com as preferenciais em baixa de 0,37 por cento, não sustentando a melhora no início da tarde, em sessão negativa também para mineradoras no exterior, após a BHP Billiton e a Anglo American reportarem dados de produção de minério de ferro abaixo de suas estimativas, mas ainda insuficiente para enfrentar a grande oferta global excedente da commodity, na visão de analistas.

- SMILES subiu 7,77 por cento, no melhor desempenho do índice, em meio a expectativas favoráveis para os resultados no segundo trimestre e melhora da recomendação pelo Deutsche Bank para "compra", com preço-alvo subindo de 39 para 55 reais. A ação também tende a acompanhar sua controladora, a GOL, que não está no Ibovespa e fechou em alta de 6,55 por cento. O banco alemão também elevou a recomendação para o ADR (recibo de ação negociado nos Estados Unidos) da companhia aérea, para "manter".

- OI, também de fora do Ibovespa, saltou 8,6 por cento. Duas fontes afirmaram à Reuters que um grupo de investidores, a maioria dos quais são credores e acionistas da empresa, entraram em contato com o banco de investimento Abadi & Co Global Markets para ajudar a estruturar uma potencial oferta de compra da operadora. Além disso, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) divulgou na terça-feira a lista de empresas para administrar a recuperação judicial da operadora de telecomunicações.

Fonte: Reuters

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