Dólar segue exterior e tem leve queda ante real após tentativa fracassada de golpe na Turquia
Por Bruno Federowski
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou em leve queda frente ao real nesta segunda-feira, acompanhando os mercados externos, com investidores avaliando que os impactos da tentativa fracassada de golpe na Turquia sobre mercados emergentes devem ser limitados.
O dólar recuou 0,08 por cento, a 3,2517 reais na venda, após fechar em queda nos quatro pregões anteriores e acumular desvalorização de 1,68 por cento no período. A moeda norte-americana chegou a 3,2748 reais na máxima do dia e 3,2473 reais na mínima.
O dólar futuro, que havia reagindo com força na sexta-feira às preocupações com a Turquia, recuava 1 por cento no fim desta tarde.
"Após a semana passada terminar de forma um pouco tensa, os mercados se comportaram com mais calma hoje conforme a situação na Turquia se estabilizou", disse o estrategista para a América Latina do banco Scotiabank, Eduardo Suarez.
No fim da tarde de sexta-feira, militares turcos disseram ter tomado o poder no país, provocando forte aversão a risco nos mercados globais.
O anúncio aconteceu com a maioria dos mercados brasileiros fechados, mas o dólar futuro reagiu com força e subiu a 3,30 reais, com alta de cerca de 1 por cento.
A tentativa de golpe foi mal-sucedida, porém, após multidões responderem ao apelo do Presidente Tayyip Erdogan para tomar as ruas e dezenas de rebeldes abandonaram seus tanques.
Com isso, o dólar perdeu terreno nesta sessão frente às moedas que sofreram na sessão passada, como os pesos chileno e mexicano. O movimento resistiu até mesmo à queda do petróleo, que costuma provocar vendas de moedas de países ligados a commodities.
No Brasil, o dólar à vista chegou a esboçar altas mais firmes durante a sessão em movimento de realização de lucros após quatro dias de queda, mas terminou o dia em leve baixa.
"A tendência geral do dia é de queda (do dólar), tanto aqui quanto lá fora. Essas altas que vimos ao longo da sessão são só ajustes pequenos, pontuais", disse o operador da corretora Spinelli José Carlos Amado.
No cenário local, investidores deram um respiro em meio ao recesso branco do Congresso, que tirava do foco principal o cenário político. "O mercado pode dar uma pausa, deixar um pouco de lado o caderno de política", disse o operador de uma corretora internacional.
Operadores aguardavam ainda a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) desta semana, para a qual a expectativa é de que o Banco Central mantenha a Selic nos atuais 14,25 por cento.
O BC novamente vendeu 10 mil swaps reversos, que equivalem a compra futura de dólares, em leilão pela manhã. A autoridade monetária realizou operações idênticas a essa em todos os pregões deste mês exceto um.