Dólar tem leve alta ante real com exterior e ação do BC
Por Bruno Federowski
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar tinha leve alta frente ao real nesta segunda-feira em meio a expectativas de novos estímulos econômicos no Japão, mas a retomada das intervenções do Banco Central brasileiro evitava que as cotações se firmassem em queda.
Às 10:30, o dólar subia 0,13 por cento, a 3,2989 reais na venda, após desabar mais de 2 por cento no pregão anterior. O dólar futuro era negociado estável.
"O BC está freando um pouco o ânimo do mercado, que está socando o dólar (para baixo) sempre que vê oportunidade", disse o operador da corretora Spinelli José Carlos Amado.
O BC vendeu nesta manhã a oferta integral de até 10 mil swaps reversos, que equivalem a compra futura de dólares. A intervenção é idêntica às promovidas nos cinco pregões até quinta-feira passada, período em que o dólar saltou da mínima em um ano de 3,21 reais a mais de 3,35 reais.
A maioria dos operadores entende que a autoridade monetária quer evitar exageros no mercado cambial, sem ter em vista um patamar específico. Com essas ações recentes, o BC reduziu o estoque de swaps cambiais tradicionais --equivalentes à venda futura de dólares-- para abaixo de 60 bilhões de dólares.
A intervenção contribuía para limitar o impacto da esmagadora vitória do bloco governista no Japão em eleições parlamentares, que levava o dólar a recuar contra diversas moedas emergentes.
O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, determinou nova rodada de gastos de estímulo fiscal após a vitória esmagadora no fim de semana na câmara alta do Parlamento, conforme aumentam as evidências de que o setor corporativo sofre com a demanda fraca.
No cenário local, operadores destacavam a sucessão da presidência da Câmara dos Deputados como a principal questão nesta semana. O deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) renunciou à presidência da casa na semana passada e a eleição de seu sucessor está marcada para quarta-feira.
"A renúncia (de Cunha) pode permitir que o presidente interino Michel Temer consolide uma base de coalizão na Câmara se um aliado for eleito como novo presidente da casa", escreveram analistas do banco JPMorgan em nota a clientes.
(Por Bruno Federowski)