Na Folha: Parte do que assistimos é fruto da guerra entre Dilma e Cunha

Publicado em 08/07/2016 07:10
Por Reinaldo Azevedo

O ainda deputado Eduardo Cunha renunciou à presidência da Câmara. Agora aguardo ansiosamente que tenha o mandato cassado. Já vai tarde. E saúdo o fato de que não tenha ido cedo demais. Não preciso que inimigos ou adversários lembrem o que escrevi. Eu lembro.

Nesta coluna, no dia 29 de maio de 2015, mandei ver: "Ódio a Cunha é ódio à democracia". Ele estava, já, na lista de Janot, mas nem eu nem os da sinistra sabíamos nada que pudesse lhe render cassação ou cadeia. Agora já. Então cassação e cadeia.

Saudei naquela coluna a agenda de Cunha e lhe sou grato pelos serviços prestados. Enterrou a reforma política autoritária do PT; contribuiu para a mal chamada "PEC da Bengala" –Dilma não tivesse caído, o Judiciário estaria em risco–; cumpriu o seu papel e fez valer, na tramitação da denúncia contra a ora Afastada, a Constituição e as leis; atuou no limite do possível para extinguir a reeleição...

O ódio que lhe devotavam, até então, boa parte das esquerdas e setores da imprensa –às vezes, essas coisas se estreitam num abraço insano– nada tinha a ver com a sua biografia. O repúdio era à sua agenda, incluindo a sua pauta contra o aborto. Ninguém odeia com tanta determinação como um feticida. Ainda não entendi a razão profunda disso. Deve haver alguma.

Dito isso, "tchau, querido!" Cunha já vai tarde.

Quem tem bandidos de estimação é o PT. Quem chama ladrões dos cofres públicos de "heróis do povo brasileiro" são os companheiros. E que se note: não estou aqui a saudar a obra do "bom bandido". Se o que se sabe hoje de Eduardo Cunha fosse público desde o primeiro momento, é evidente que eu teria pedido a sua cabeça desde o primeiro momento, como passei a fazer aqui, no blog, na rádio e na TV desde que os sucessos de sua operosa vida paralela vieram à luz.

Leia a notícia na íntegra no site Folha de S.Paulo.

Fonte: Folha de S.Paulo

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Governo confirma contenção de gasto e vê déficit fiscal de R$28,8 bi em 2024, limite da banda de tolerância
Wall St encerra em alta com retorno de investidores às megacaps
Dólar cai ante real em dia favorável para as moedas emergentes
Arrecadação de junho teve alta real de 11%, mas ganhos ainda estão abaixo do necessário, diz secretário da Receita
Ibovespa tem alta modesta com Embraer e Petrobras minando efeito positivo de Wall Street
Taxas futuras de juros caem em dia positivo para emergentes e de confirmação de cortes de gastos no Brasil