Bovespa fecha em alta com Petrobras, mas exterior reduz ganhos
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - A Bovespa fechou com o seu principal índice em leve alta nesta quinta-feira, com as ações da Petrobras resistindo no azul apesar do tombo do petróleo, embora a piora externa tenha anulado boa parte dos ganhos da sessão.
O Ibovespa subiu 0,22 por cento, a 52.014 pontos. Na máxima, avançou 1,6 por cento. O volume financeiro do pregão somou 6,2 bilhões de reais.
O forte recuo dos preços do petróleo pressionou Wall Street, embora o S&P tenha quase zerado as perdas perto do fechamento. O Brent teve a maior queda percentual diária desde fevereiro, perdendo 4,92 por cento.
No cenário local, investidores encerraram mais uma sessão na expectativa do anúncio do governo brasileiro sobre o déficit primário de 2017. A assessoria de imprensa do Palácio do Planalto disse que a meta será anunciada às 18h.
Uma fonte da equipe econômica afirmou à Reuters no final da manhã que o governo estava finalizando a nova meta fiscal de 2017, que deve mostrar rombo primário de 140 bilhões a 150 bilhões de reais.
DESTAQUES
- PETROBRAS fechou com as preferenciais em alta de 0,63 por cento e as ordinárias com ganho de 2,4 por cento, longe das máximas, diante do tombo nos preços do petróleo. A companhia lançou títulos globais para alongar a dívida e o Morgan Stanley elevou sua recomendação para as ações da empresa para "overweight". Também esteve no radar a aprovação na Comissão Especial da Petrobras e Exploração do Pré-Sal da Câmara dos Deputados do texto-base do Projeto de Lei 4567/16, que retira a obrigatoriedade de a petroleira estatal de ser a operadora única de áreas sob regime de partilha de produção no pré-sal.
- CIELO avançou 2,49 por cento, com analistas avaliando positivamente relatório de meios de pagamentos divulgados pelo Banco Central na véspera (https://bit.ly/29oz2B1), principalmente pela ausência de sinais ligados a mudanças regulatórias no curto prazo.
- TELEFÔNICA BRASIL subiu 2,77 por cento e a TIM PARTICIPAÇÕES avançou 2,35 por cento, em sessão positiva para o segmento de telecomunicações, conforme seguem expectativas otimistas sobre mudanças regulatórias no setor. O UBS disse em relatório que conversas recentes com autoridades brasileiras confirmaram a visão dos analistas da casa de que há mais espaço para notícias favoráveis do que negativas em relação à regulação do setor, o que deve ser positivo para todos os participantes em diferentes níveis. OI, que não está no Ibovespa, subiu 2,43 por cento.
- VALE reverteu os ganhos da manhã e encerrou com as preferenciais em baixa de 3,11 por cento e as ordinárias recuando 1,66 por cento, na esteira da piora dos preços de commodities. Papéis de outras mineradoras e siderúrgicas também reverteram os ganhos, como CSN, que recuou 5,74 por cento, no pior desempenho do índice.
- SUZANO PAPEL E CELULOSE caiu 5,10 por cento, em sessão de fraqueza no setor de papel e celulose, com KLABIN fechando em baixa de 3,10 por cento e FIBRIA com variação negativa de 1,12 por cento.