Cunha ficou com 80% das propinas de esquema da Caixa, diz delator

Publicado em 01/07/2016 07:08

O ex-vice-presidente da Caixa Fabio Cleto afirmou em sua delação premiada que teve reuniões semanais com o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) durante quatro anos para tratar de um esquema de propina envolvendo o FI-FGTS e que o parlamentar embolsou 80% dos recursos desviados.

Sua delação deu origem à operação Sépsis, deflagrada nesta sexta-feira (1).

Os encontros teriam ocorrido no apartamento funcional de Cunha e depois na residência oficial da Presidência da Câmara, quando o peemedebista assumiu o comando da Casa em fevereiro de 2015.

Cunha e Cleto foram denunciados pela Procuradoria ao STF pelo esquema na Caixa. Também foram alvos o corretor de valores Lúcio Funaro – preso nesta sexta – o ex-ministro Henrique Eduardo Alves (Turismo) e Alexandre Margotto, assessor de Funaro.

Leia a notícia na íntegra no site da Folha de S. Paulo.  

Lava Jato faz operação e mira JBS, Friboi e prende doleiro ligado a Cunha

A Polícia Federal deflagrou uma operação na manhã desta sexta-feira (1º) ligada à Lava Jato. Um dos alvos é o  doleiro Lucio Funaro, ligado a Eduardo Cunha. A polícia deve cumprir mandado de prisão contra Funaro. Além disso, há mandados de busca e apreensão nas empresas JBS e Friboi.

A ação desta manhã se baseia nas informações da delação premiada de Fábio Cleto, também ligado a Cunha. Policias saíram às ruas para cumprir mandados nos estados de São Paulo, Pernambuco, Rio de Janeiro e no Distrito Federal.

Em um inquérito aberto no Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar Cunha, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirma que aliados do presidente da Câmara afastado apresentaram mais de 30 requerimentos de convocação, solicitação de documentos e pedidos de auditorias em diversas comissões da Câmara, inclusive na CPI da Petrobras, para pressionar o grupo empresarial Schahin e beneficiar o doleiro Lucio Funaro.

O grupo Schahin foi contratado pela empresa Cebel, Centrais Eletricas Belém, para fazer a obra da hidrelétrica. Houve um acidente: uma barragem se rompeu, provocando uma disputa judicial.

Leia a notícia na íntegra no site G1.

 

Confira a nota oficial da JBS encaminhada a imprensa:

JBS NÃO É ALVO DE OPERAÇÃO DA POLÍCIA FEDERAL

São Paulo, 01 de julho de 2016 - A JBS comunica a seus acionistas e ao mercado em geral que, em relação às notícias veiculadas na data de hoje pela imprensa, a Companhia, bem como seus executivos, não é alvo e não está relacionada com a operação da Polícia Federal ocorrida na manhã de hoje.

Na Folha: Donos de Gol e JBS são alvos de ação da PF que prendeu aliado de Cunha

Agentes federais em frente à casa de Joesley Batista, do grupo JBS, em São Paulo - Foto: Jorge Araújo/Folhapress

A Polícia Federal deflagrou mais uma etapa da Operação Lava Jato na manhã desta sexta-feira (1º), batizada de Sépsis, que tem como um de seus alvos o grupo da JBS, dona da Friboi. A PF realizou buscas na sede da empresa e na casa dono do grupo, Joesley Batista, em São Paulo.

Outro alvo de buscas é o empresário Henrique Constantino, herdeiro da Gol Linhas Aéreas.

O único mandado de prisão expedido foi para o corretor Lúcio Bolonha Funaro, aliado de Cunha e que vinha tentando negociar um acordo de delação com a PGR (Procuradoria-geral da República). Ele foi detido nesta manhã.

No total, estão sendo cumpridos 19 mandados de busca e apreensão, sendo 12 em São Paulo, dois no Rio de Janeiro, três em Pernambuco e dois no Distrito Federal.

Leia a notícia na íntegra no site da Folha de S. Paulo

Corretor ligado a Cunha é preso pela PF em operação que também mira JBS

A Polícia Federal deflagrou mais uma etapa da Operação Lava Jato na manhã desta sexta-feira (1º). Um dos alvos da ação é a empresa JBS, dona da Friboi.

A operação foi autorizada pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavaski, relator da Lava Jato, e tem como base a delação do ex-vice-presidente da Caixa Fábio Cleto, aliado do deputado Eduardo Cunha. A PF cumpre mandados em São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco e Brasília.

Foi preso o corretor Lúcio Bolonha Funaro, também aliado de Cunha e que vinha tentando negociar um acordo de delação com a PGR (Procuradoria-geral da República).

Há suspeitas de que a JBS tenha pago propina, por meio de Funaro, para obter recursos do fundo de investimentos do FGTS, liberados por influência de Cleto.

Como a Folha revelou em abril, Cleto afirmou em sua delação que havia um esquema de pagamentos de propina para liberação de recursos do FI-FGTS e que o dinheiro era dividido entre ele, Cunha e Funaro.

Leia a notícia na íntegra no site da Folha de S. Paulo.

Lucio Funaro troca de advogado e sinaliza que fará delação premiada

O doleiro Lucio Funaro, preso hoje pela manhã em São Paulo pela Polícia Federal, decidiu buscar um advogado especialista em delação premiada para representá-lo na Operação Lava Jato.
Ele é ligado ao presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e apontado como operador do parlamentar.

Até a semana passada, Funaro era defendido pelo advogado Antonio Claudio Mariz de Oliveira, um dos mais respeitados do país. Depois que vieram a público as delações premiadas de executivos da Hypermarcas e de um ex-diretor da CEF (Caixa Econômica Federal) envolvendo seu nome, Funaro comunicou ao antigo escritório que estava buscando outro profissional para representá-lo.

Mariz não faz delação premiada. Ele disse a interlocutores que seu novo advogado seria de Curitiba, onde estão escritórios que encaminham boa parte das delações premiadas da Lava Jato. O mais notório deles é o do advogado Figueiredo Basto. O profissional, no entanto, disse à coluna que não representará Lucio Funaro.

Delator disse que recebeu R$ 680 mil de propina de dono do grupo da JBS

O ex-vice-presidente da Caixa Econômica Federal, Fábio Cleto, afirmou em sua delação premiada que recebeu R$ 680 mil de propina da empresa Eldorado Brasil Celulose, do grupo J&F, controlador da JBS.

Cleto ainda apontou diretamente o dono do grupo, Joesley Batista, como responsável pelos pagamentos de propina.

As informações foram usadas pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para pedir ao STF (Supremo Tribunal Federal) buscas em endereços ligados à Eldorado e também a prisão preventiva do corretor de valores Lúcio Bolonha Funaro, operação realizada nesta sexta-feira (1º).

A Eldorado se beneficiou de um aporte de R$ 940 milhões do fundo de investimentos do FGTS, liberado mediante o pagamento de propina a Cleto, Funaro e ao deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Cleto fazia parte do conselho do FI-FGTS, tendo atuado pela liberação do montante.

"Aprovada a operação, Fábio Cleto foi comunicado por Eduardo Cunha que receberia um valor de R$ 680 mil a título de propina", afirmou Janot no pedido de buscas.

Segundo Cleto, ele também ajudou na flexibilização de regras do contrato firmado com a Eldorado, o que não é comum ocorrer nos investimentos do FI-FGTS.

Além do pagamento de R$ 680 mil, Cleto contou aos investigadores em sua delação premiada que Funaro prometeu-lhe pagar mais R$ 1 milhão devido à reestruturação da operação que permitiu a Eldorado não cumprir determinada previsão contratual. Embora "prometido e aceito", o montante "nunca foi pago" por Funaro, disse Cleto.

Janot aponta ainda que Funaro tinha relação próxima com Joesley Batista e inclusive fizeram uma viagem juntos, com a participação de Cleto, para o Caribe.

A PGR aponta que, pelos indícios colhidos, Joesley pode ter feito os pagamentos de propina sem o conhecimento dos demais sócios da J&F.

"Se há relação entre Lúcio Bolonha Funaro e Joesley Batista, ultrapassa o aspecto 'profissional', é possível que haja elementos de convicção na residência de Joesley. Reforça essa possibilidade o fato de que apenas um dos três sócios da J&F, o Joesley, ter sido apontado como participante das tratativas de pagamento da propina pelo colaborador", escreveu Janot.

OUTRO LADO

Em nota, a Eldorado informou: "A Eldorado confirma que a Polícia Federal realizou busca e apreensão em suas dependências em São Paulo na manhã de hoje. A companhia desconhece as razões e o objetivo desta ação e prestou todas as informações solicitadas. A Eldorado sempre atuou de forma transparente e todas as suas atividades são realizadas dentro da legalidade. A companhia se mantém à disposição para prestar quaisquer esclarecimentos adicionais".

A defesa de Funaro disse ter "convicção" de que vai provar sua inocência ao longo do processo.

A defesa de Cleto não comentou.

 

O Globo: PF faz busca e apreensão na Eldorado Celulose

No blog de Lauro Jardim

A PF está neste momento na sede da Eldorado Celulose recolhendo documentos. Cumpre um mandado de busca e apreensão da Operação Lava-Jato que se realiza hoje.

A Eldorado fica situada num andar dentro do prédio-sede da J&F/JBS, localizado na Marginal Tietê, em São Paulo.

Em 2012, a Eldorado obteve um financiamento de R$ 940 milhões graças ao aval do FI-FGTS. A operação da Lava-Jato de hoje é resultado da delação de Fábio Cleto, ex-integrante do FI-FGTS e apadrinhado de Eduardo Cunha.

Na Veja: Doleiro ligado a Eduardo Cunha é alvo de nova fase da Lava Jato

A Polícia Federal realiza neste momento operação e cumpre diligências contra a JBS e contra o operador Lúcio Bolonha Funaro. Também é alvo da operação de hoje, autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o lobista Milton Myra, apontado por delatores da Operação Lava Jato como facilitador de negócios espúrios em partidos junto a empresas públicas e bancos como a Caixa, o BNDES e o Banco do Brasil. Conforme revelou VEJA, Lyra foi citado por um delator como o operador do presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL) no fundo de pensão Postalis, dos Correios.

As investigações e o cumprimento de mandados desta sexta-feira estão relacionados majoritariamente à recente delação premiada do ex-vice-presidente de Loterias da Caixa Econômica Federal Fábio Cleto, ex-aliado do presidente afastada da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Cleto foi exonerado do cargo da Caixa no fim de dezembro do ano passado, logo depois de Cunha ter autorizado a abertura do processo de impeachment contra a presidente afastada Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados. Na época, a decisão de Dilma foi vista como um "troco" ao seu desafeto.

Leia a notícia na íntegra no site da Veja

No IG: Portugal autoriza extradição de investigado na Operação Lava Jato

O Tribunal da Relação de Lisboa autorizou a extradição para o Brasil de Raul Schmidt, no âmbito do processo da Lava Jato. A decisão, no entanto, determina que Schmidt só poderá ser julgado por atos praticados antes da obtenção da nacionalidade portuguesa, que foi adquirida em 14 de dezembro de 2011. Segundo fonte do tribunal, o Brasil terá de respeitar o "princípio da especialidade", pelo qual Schmidt só poderá ser julgado pelos crimes que constam do pedido de extradição.

A decisão foi tomada nesta quarta-feira (29) pelos desembargadores Américo Augusto Lourenço e Ana Paula Grandvaux.

Raul Schmidt, foragido do Brasil desde julho do ano passado, é suspeito dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no âmbito da Operação Lava Jato, que, desde março de 2014, investiga um esquema de desvio de recursos na Petrobras.

Leia a notícia na íntegra no site do IG com informações da Agência Lusa.

 

Do bolso do trabalhador para a JBS (por LEANDRO NARLOCH, de VEJA.COM)

Fontes de dinheiro fácil como o Fundo de Investimento do FGTS, tema de escândalos nesta semana, não são apenas objeto de corrupção, mas as causas da corrupção no país

Se alguém decidisse dedicar a vida para azucrinar e tripudiar os trabalhadores brasileiros, não teria ideia melhor.

Primeiro, você obriga os trabalhadores a depositar parte do salário numa conta, a do FGTS, e avisa a eles que reajustará os valores a taxas menores que metade da inflação.

Depois, cria um fundo de investimento com a montoeira de dinheiro que os trabalhadores depositam todo mês. E então – jogada de mestre! – torra parte do dinheiro em investimentos tolos, só para ajudar compadres, financiadores de campanha e quem estiver disposto a pagar propina.

O Fundo de Investimento do FGTS foi criado por Lula em 2007, com o objetivo, dizia o ex-presidente, de estimular investimentos em infraestrutura. Na prática, o fundo cobriu rombos do BNDES e ajudou a corromper o capitalismo brasileiro.

Fundos como esse são causas, e não só alvos da corrupção. Como cientistas políticos não se cansam de repetir, a possibilidade de obter dinheiro fácil com o governo dá mais incentivos para empresas prestarem favores a políticos, em vez de tentarem lucrar oferecendo produtos melhores e mais baratos.

Em 2015, o FI-FGTS perdeu 900 milhões de reais. Quase o mesmo valor (940 milhões) que investiu na Eldorado Brasil, o projeto de celulose da JBS (a maior financiadora de campanhas de 2014).

Há no Congresso um projeto de lei, do deputado Irajá Abreu, filho da senadora Katia Abreu, para extinguir o FI-FGTS. Mas a relatora do projeto, deputada Moema Gramacho, do PT da Bahia, se posicionou contra a extinção do fundo. E acredita que ele é um sucesso.

“Os resultados do FI-FGTS mostram que o fundo tem obtido sucesso em trazer rentabilidade e significativos avanços para a capacidade produtiva do país, por meio do investimento em projetos de infraestrutura em setores extremamente estratégicos”, diz ela em relatório de suas semanas atrás.

Esta é a cereja do bolo: a deputada favorável ao fundo que motivou toda essa piada com os trabalhadores pertence Partido dos Trabalhadores.

@lnarloch

Fonte: G1 + Folha + Veja

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