Dólar cai mais de 1% e gira em torno de R$ 3,25 com exterior e ausência do BC

Publicado em 29/06/2016 10:17

Por Bruno Federowski

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar recuava mais de 1 por cento e girava em torno de 3,25 reais nesta quarta-feira, reagindo ao ambiente externo favorável e à ausência do Banco Central do mercado de câmbio mesmo diante do tombo recente da moeda norte-americana aos menores níveis em quase um ano.

Às 10:12, o dólar recuava 1,56 por cento, a 3,2545 reais na venda. A moeda chegou a 3,2465 reais na mínima da sessão, menor nível intradia desde 23 de julho de 2015 (3,2225 reais).

O dólar futuro caía 1,5 por cento.

"O dólar engrenou em um movimento de baixa, tanto aqui quanto lá fora, e parece que o BC não tem objeções a isso", disse o operador da corretora Spinelli José Carlos Amado.

O apetite por ativos mais arriscados que varreu os mercados globais na sessão passada continuava forte nesta terça-feira, com investidores recebendo bem a perspectiva de que bancos centrais globais podem reagir a eventuais turbulências financeiras com mais estímulos.

O dólar cortou pela metade a alta registrada frente ao peso mexicano desde que o Reino Unido decidiu deixar a União Europeia na quinta-feira passada, que chegou a 7 por cento. Nesta sessão, recuava cerca de 1 por cento frente à moeda mexicana.

A queda intensa da moeda norte-americana pegou de surpresa muitos operadores e levou alguns analistas a reverem suas projeções, embora poucos acreditem que o dólar deva recuar muito além dos 3,20 reais.

A equipe de estratégia do BNP Paribas passou a estimar o dólar a 3,20 reais no terceiro trimestre e 3,25 reais no quarto trimestre, ganhando força para fechar o ano que vem a 3,60 reais. Até então, as projeções eram de 3,75 reais, 3,80 reais e 4,00 reais, respectivamente.

Operadores citavam ainda a percepção de que o BC brasileiro deve ser menos propenso a intervir no mercado, apesar de possíveis impactos negativos sobre as exportações.

"Parece que o BC não quer gerar ruídos no mercado e isso ajuda a queda do dólar. Por sua vez, um dólar mais fraco facilita a ancoragem das expectativas de inflação", explicou o operador de um importante banco nacional.

O BC não faz leilão de swap reverso, que equivale a compra futura de dólares, desde 18 de maio.

Na véspera, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, repetiu que a autoridade monetária pode reduzir sua exposição cambial quando e se for possível e que poderá usar todas as ferramentas com parcimônia no câmbio.

(Por Bruno Federowski; Edição de Alexandre Caverni)

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Wall St avança após liquidação enquanto investidores avaliam efeito da desistência de Biden
Ibovespa tem oscilação tímida com Petrobras atenuando efeito de Wall Street
Wall St abre em alta enquanto investidores avaliam eleição nos EUA após desistência de Biden
Ibovespa abre com viés positivo endossado por bolsas no exterior
Dólar recua em linha com emergentes enquanto investidores analisam desistência de Biden
Minério de ferro cai com investidores digerindo sinais contraditórios da China