Que o PT caminhe para a extinção, abandonado pelo povo. É o justo! É o merecido!

Publicado em 23/06/2016 11:02
Partido não vai lançar candidato próprio à Prefeitura de Salvador, capital de um Estado que era considerado um reduto eleitoral da companheirada; 21,15% dos prefeitos da sigla eleitos em 2012 mudaram de partido

Por Reinaldo Azevedo, da Veja

Edinho Silva, o ex-ministro da Comunicação Social de Dilma e que também é investigado na Lava Jato, já previu em entrevista que 2016 será um dos piores da história para o partido no que respeita à disputa eleitoral. Bem, acho que ele tem razão. Confio na vergonha na cara média dos brasileiros, não é? Um pouco de bom senso basta para não votar no partido que organizou o mensa-petrolão.

Não só isso: a crise chega depois de 13 anos de poder, e os 22 que o antecederam foram dedicados à construção da imagem do monopolista da ética e da moralidade pública, atacando todas as outras forças políticas porque supostamente comprometidas com a corrupção.

Um dos sinais dessa dificuldade se revelou nesta quarta-feira. Embora esteja exercendo o terceiro mandato consecutivo na Bahia — agora com Rui Costa, depois de dois com Jaques Wagner —, o partido não terá candidatura própria à Prefeitura de Salvador. O Estado era um dos redutos eleitorais mais fortes do partido. É bem verdade que a legenda nunca conseguiu administrar a capital.

Os petistas vão se juntar ao PSB — que é petista-dilmista no Estado — e ao PCdoB para lançar uma candidata dessa legenda, a deputada Alice Portugal. ACM Neto, do DEM, atual prefeito, disputa a reeleição e é considerado por todos o favorito.

As pré-candidaturas do PT não teriam a menor chance de vingar. Um nome era Juca Ferreira, ex-ministro da Cultura, que é simplesmente ignorado pelas bases do partido e pelo eleitorado mais pobre. Outro, o deputado federal Valmir Assunção, é mero braço do MST e afasta o eleitorado de classe média. Um terceiro, o vereador Gilmar Santiago, não conseguiu se eleger nem deputado estadual em 2014.

É claro que isso reflete a crise por que passa o partido. Já está certo que outras capitais do Nordeste também não terão candidatos próprios: Teresina, Aracaju, São Luís e João Pessoa. Ocorre que as dificuldades não se limitam a ser cabeça de chapa.

Segundo levantamento de abril, o partido perdeu 35 dos 138 prefeitos eleitos em 2012 (21,15%). Em alguns Estados, a situação é dramática. Em São Paulo, caíram fora 35 dos 73 (48%); no Paraná, 18 dos 40 (45%); no Rio, 7 dos 11 (63,63%).

Isso demonstra que nem os petistas acreditam nas histórias contadas pela direção do PT. A cada vez que vemos Lula ou Dilma, com suas bazófias, a anunciar amanhãs sorridentes para a legenda, devemos nos lembrar de qual é o sentimento real do eleitor.

Ora, um partido não consegue lançar um candidato quando não está em conexão com o sentimento das ruas. E vê a fuga de seus filiados quando já não consegue lhes oferecer um horizonte.

Que caminhe para a extinção, abandonado pelo povo. É o justo! É o merecido.

Uma coisa é certa: Cunha não disputa eleição em 2018. E as derrotas em série

Deputado é feito réu pela segunda vez; STF rejeita pedido para que processo sobre sua mulher e sua filha fiquem na Corte

Até onde o deputado afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), é capaz de ir? Vamos ver. O plenário da Casa pode cassar o seu mandato — e essa chance aumentou bastante depois desta quarta. Nessa hipótese, seus processos sobre o petrolão migram para a 13ª Vara Federal de Curitiba, onde mulher e filha já são investigadas. Se escapar, aí o assunto é com o Supremo. Tão logo seja julgado, parece evidente que será condenado, perdendo, então, o mandato. A boa notícia, garantida, é esta: por um bom tempo, espera-se que para sempre, ficará longe do Parlamento.

Ontem, Cunha foi tornado réu pela segunda vez pela STF — e há ainda cinco outros procedimentos no tribunal contra ele. A votação se deu por unanimidade. Desta feita, por ter, segundo a Procuradoria-Geral da República, recebido propina numa banco da Suíça em razão de um contrato que a Petrobras fechou com Benim, em 2011. Nesse processo, ele se torna réu por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

Segundo Teori Zavascki, relator do petrolão, o lobista João Augusto Henriques, que cuidou do acordo com aquele país, repassou ao deputado 1,3 milhão de francos suíços, o correspondente a R$ 5,2 milhões, entre 30 de maio e 23 de junho de 2011.

O ministro considerou que há provas fartas de que a conta Orion, que recebeu a grana, pertence mesmo ao parlamentar peemedebista. Teori  concordou também com o Ministério Público quando aponta que Cunha atuou para que Jorge Zelada se tornasse diretor internacional da Petrobras — curiosamente, é a diretoria em que tinha atuado ninguém menos do que Nestor Cerveró.

Escreveu o ministro:

“A narrativa dá conta de que o deputado, na condição de integrante da cúpula do PMDB, aderiu ao recebimento para si de vantagens indevidas oriundas de propina destinada a Jorge Zelada por negócio ilícito celebrado com a Petrobras. É evidente que o denunciado não está sendo acusado pela nomeação de diretor da Petrobras, atribuição exclusiva do presidente da República, mas sim por ter supostamente praticado atos para que ela ocorresse, exigindo e recebendo em troca quantia advinda de corrupção passiva”.

Se, no plenário da Câmara, Cunha tem alguma chance em razão do número imenso de deputados que lhe devem favores, sabe-se que não escapará de uma condenação no Supremo. A única dúvida é saber quando isso vai acontecer caso escape da cassação por seus pares. Em qualquer hipótese, aposto que não disputara a eleição de 2018.

A argumentação da defesa de Cunha, segundo a qual o dinheiro não está no nome do deputado, mas num trust, acabou sendo contraproducente e se voltando contra o parlamentar. Segundo Teori, trata-se apenas de uma forma de manter o dinheiro anônimo. Afirmou o ministro: “Todos esses elementos reforçam o possível cometimento do crime de lavagem de dinheiro, correspondente a ocultação e dissimulação de origem dos valores desviados do contrato de aquisição do poço no Benim pela Petrobras, mediante a utilização de mecanismos para dificultar a identificação do acusado como beneficiário final das contas”.

Dia ruim

Não foi um bom dia para Cunha. O tribunal rejeitou agravos regimentais da defesa de Cláudia Cordeiro Cruz e Danielle Dytz da Cunha Doctorvich, respectivamente mulher e filha do deputado. O que se queria era manter no Supremo o processo que envolve as duas. Mas a maioria dos ministros referendou a decisão de Teori, e elas serão processadas e julgadas pela 13ª Vara Federal de Curitiba, cujo titular é Sergio Moro.

Por: Reinaldo Azevedo
Fonte: Veja.com

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