Temer eleva o tom e diz que acusações de Machado são "levianas e criminosas"

Publicado em 16/06/2016 12:15

Visivelmente irritado, o presidente interino, Michel Temer (PMDB), fez um pronunciamento a jornalistas nesta quinta-feira para rebater a acusação do delator da Operação Lava Jato Sérgio Machado - ex-presidente da Transpetro, ele afirmou que combinou com Temer doação de recursos ilícitos para campanha eleitoral em 2012. Temer reagiu: "A manifestação é irresponsável, leviana, mentirosa e criminosa do cidadão Sérgio Machado." Temer reconheceu, no entanto, que a acusação embaraça o governo provisório, no momento em que tenta emplacar projetos de ajuste fiscal.

O presidente interino subiu o tom em relação à nota publicada na véspera, na qual dizia que a acusação era "absolutamente inverídica" e assumiu ter um relacionamento "formal e sem nenhuma proximidade" com o delator. Na colaboração premiada, Machado declarou o repasse de 1,5 milhão de reais da Queiroz Galvão, dissimulado como doação oficial à campanha do "menino" - referência ao então candidato peemedebista a prefeito de São Paulo Gabriel Chalita, hoje no PDT e rompido politicamente com Temer.

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Temer chama de criminosa afirmação de Machado e diz que acusações levianas não podem embaraçar governo

Por Lisandra Paraguassu

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente interino Michel Temer classificou de levianas, criminosas e irresponsáveis as declarações do delator Sérgio Machado e afirmou que acusações como essas não podem “embaraçar a atividade governamental”.

“Não vamos tolerar afirmações dessa natureza, um fato leviano como esse que pode embaraçar a atividade governamental", disse Temer em pronunciamento nesta quinta-feira. "Mas quero registrar que nada embaraçará nosso desejo, nossa missão, nossa tarefa de fazer que neste período em que esteja à frente da Presidência da República nós continuaremos a trabalhar em prol do Brasil.”

Machado, ex-presidente da Transpetro, acusou Temer de tê-lo procurado em busca de doações para a campanha de Gabriel Chalita à prefeitura de São Paulo. Machado teria conseguido 1,5 milhão de reais em doações de uma empreiteira, feita oficialmente. O delator, no entanto, afirma que quem recebia os recursos sabia que eles tinham origem em propinas.

Depois de responder à acusação na quarta-feira por meio de uma nota, Temer decidiu de última hora falar à imprensa nesta manhã. Em sua fala, afirmou que sempre responderá quando houver acusações.

“Não vamos tolerar afirmações dessa natureza", disse. “Quero revelar que quando surgirem fatos virei a público para contestá-las.”

Em sua delação, o ex-presidente da Transpetro implicou ainda toda a cúpula do PMDB, além de parlamentares do PSDB, DEM, PSB e PT, entre outros.

O Palácio do Planalto já planejava um pronunciamento de Temer, mas em cadeia nacional de rádio e tevê, na noite desta quinta-feira ou na sexta-feira. A intenção era marcar um mês de governo, alcançado no último domingo, e falar dos problemas que recebeu ao assumir a Presidência. Temer iria falar ainda da boa relação que desenvolveu com o Congresso e das medidas que estaria tomando para recuperar a economia.

O pronunciamento foi atropelado pela delação de Machado e Temer decidiu, esta manhã, falar à imprensa para responder à delação. As questões governamentais foram tratadas rapidamente.

“Quero dizer que, ao longo deste mês, praticamos os mais variados gestos para tirar o país da crise profunda que mergulhou. Tivemos uma relação muito fértil com o Congresso. Temos hoje uma base parlamentar que revela que o país está em harmonia e ainda ontem lançamos a nova meta fiscal”, afirmou, usando parte do pronunciamento que estava sendo preparado.

O governo quer fixar por 20 anos o crescimento anual dos gastos públicos atrelados à inflação passada, com possibilidade de revisão para entrar em vigência do décimo ano, e incluiu as áreas de Saúde e Educação numa medida de arrocho que deverá ser o primeiro grande teste de Temer no Congresso.

Fonte: Veja + Reuters

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