Dólar cai ante real após Congresso aprovar nova meta fiscal e com exterior

Publicado em 25/05/2016 11:12

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar recuava frente ao real nesta quarta-feira, após o governo do presidente interino Michel Temer passar por seu primeiro teste no Congresso Nacional com a aprovação de meta de déficit primário de 170,5 bilhões de reais para este ano e em meio ao bom humor nos mercados externos.

A queda era limitada, porém, porque operadores evitavam fazer grandes apostas antes do feriado de Corpus Christi, que manterá os mercados fechados na quinta-feira e deve limitar a liquidez na sexta-feira.

Às 10:14, o dólar recuava 0,50 por cento, a 3,5578 reais na venda, após cair 0,19 por cento na sessão passada. O dólar futuro recuava cerca de 0,4 por cento.

"Agora passou a lua-de-mel e o governo Temer está dando os primeiros passos no Congresso, começando a tomar as medidas concretas", disse o superintendente de câmbio da corretora Intercam, Jaime Ferreira.

O Congresso aprovou na madrugada desta quarta-feira a nova meta fiscal para este ano, alterando a meta original de superávit primário de 24 bilhões de reais. Muitos operadores temiam que o processo fosse turbulento, considerando que a Comissão Mista de Orçamento (CMO) cancelou duas vezes nesta semana sessão que analisaria o tema.

Ainda assim, investidores continuavam cautelosos em relação às perspectivas políticas brasileiras e ressaltaram que os esforços para reequilibrar as contas públicas ainda podem enfrentar muitas dificuldades no Legislativo.

Na segunda-feira, o governo propôs as primeiras medidas econômicas nesse sentido, incluindo limitação dos gastos públicos, incluindo saúde e educação, e recursos do BNDES e do Fundo Soberano.

O dólar também recuava em outros mercados emergentes, com a alta dos preços de commodities como o petróleo alimentando a demanda por ativos de maior risco, como aqueles denominados em moedas emergentes.

No Brasil, porém, o impacto do bom humor era limitado pela cautela pré-feriado, especialmente levando em conta o noticiário político intenso dos últimos meses. O volume de negócios estava baixo, mantendo a tendência vista nas últimas semanas.

"Ninguém quer ficar exposto e ser pego de costas por outra denúncia, outra crise", disse o operador de uma corretora internacional.

O Banco Central não anunciou qualquer intervenção cambial para esta sessão, mantendo-se ausente do mercado pela quinta sessão consecutiva.

(Por Bruno Federowski)

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Cerca de 80 países chegam a acordo sobre comércio eletrônico, mas sem apoio dos EUA
Brasil terá bandeira verde para tarifa de energia em agosto, diz Aneel
Wall Street termina em alta com apoio de dados de inflação e ações de tecnologia
Ibovespa avança mais de 1% impulsionado por Vale e quase zera perda na semana; Usiminas desaba
Dólar acumula alta de quase 1% na semana em que real foi pressionado pelo iene
Podcast Foco no Agronegócio | Olho no mercado | Macroeconomia | Julho 2024