Bovespa fecha em queda com NY e balanços antes de afastamento de Dilma

Publicado em 11/05/2016 17:07

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da Bovespa fechou em queda nesta quarta-feira, contaminado pelo cenário negativo em Wall Street, apesar de alta das commodities, e tendo como pano de fundo a expectativa de afastamento temporário da presidente Dilma Rousseff.

Balanços do primeiro trimestre divulgados entre o final da terça-feira e o começo desta sessão também repercutiram nos negócios, enquanto papéis como os do Banco do Brasil pesaram por cautela antes do resultado na quinta-feira.

O Ibovespa caiu 0,58 por cento, a 52.764 pontos. Logo cedo, no melhor momento da sessão, o Ibovespa encostou em 54 mil pontos.

O volume financeiro somou 9,65 bilhões de reais, inflado por oferta pública voluntária de compra das ações (OPA) da BR Properties, que movimentou quase 2 bilhões de reais.

Em Nova York, os principais índices acionários fecharam em queda, em reação negativa a resultados trimestrais de empresas como Disney, Macy's e Fossil pressionando ações de consumo. O S&P 500 caiu quase 1 por cento.

No Brasil, a sessão no Senado para votar a admissibilidade do impeachment contra a presidente, que começou de manhã e está prevista para acabar tarde da noite, tem resultado conhecido, levando ao afastamento de Dilma do cargo por até 180 dias.

O foco está voltado principalmente para as definições de um governo Michel Temer, particularmente do lado econômico, com investidores atentos a ações que coloquem o país de volta à trajetória de crescimento.

Alguns profissionais do mercado entenderam o movimento negativo na bolsa como uma leve correção. No acumulado do ano, o Ibovespa acumula alta de mais de 20 por cento.

Para a Verde Asset Management, a bolsa reflete um exagero de otimismo em relação ao novo governo, conforme relatório de gestão relativo a abril do Fundo Verde FIC FIM.

DESTAQUES

- BANCO DO BRASIL caiu 4,2 por cento, em destaque na ponta negativa do Ibovespa, diante da cautela antes do resultado trimestral que será divulgado na quinta-feira, movimento que também ocorreu na semana passada com ITAÚ UNIBANCO. A apreensão está ligada particularmente a dados de provisão para créditos duvidosos.

- GRUPO PÃO DE AÇÚCAR perdeu 4,95 por cento, pressionado por dados considerados fracos sobre o primeiro trimestre, quando registrou prejuízo líquido atribuível a controladores de 59 milhões de reais.

- CSN recuou 4,97 por cento, tendo no radar reportagem da agência Bloomberg de que os acionistas controladores da USIMINAS Nippon Steel e Techint concordaram em anular uma decisão que permitiu à rival CSN nomear dois membros para o Conselho de Administração da siderúrgica mineira.

- BRF cedeu 4,20 por cento, também pesando no Ibovespa em razão de relevante fatia que detém na composição do índice, após forte alta na véspera.

- PETROBRAS encerrou com as preferenciais em alta de apenas 0,39 por cento e as ações ordinárias com ganho de 0,47 por cento, após sessão volátil, ajudadas pela alta do petróleo, com os papéis também influenciados por perspectivas políticas.

- VALE encerrou com as ações ordinárias em alta de 0,44 por cento, mas as preferenciais caíram 0,84 por cento, em sessão com alta dos preços do minério de ferro na China.

- CYRELA BRAZIL REALTY subiu 4,85 por cento, melhor desempenho do Ibovespa, apesar de resultado trimestral considerado fraco por analistas, que destacaram a queima de caixa nos primeiros três meses do ano.

- CCR avançou 2,22 por cento, após resultado trimestral que mostrou lucro líquido de 247,5 milhões de reais no primeiro trimestre, alta de 24,4 por cento ante mesma etapa de 2015.

Fonte: Reuters

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