Dólar sobe mais de 1,5% sobre o real após suspensão do impeachment de Dilma na Câmara

Publicado em 09/05/2016 12:15

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar subia mais de 1,5 por cento, acima de 3,55 reais nesta segunda-feira, após o presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), suspender o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, deixando os investidores confusos sobre como será daqui para frente no campo político.

O dólar já estava em alta antes da notícia sobre o processo de impeachment, acompanhando o exterior em meio a receios sobre a desaceleração da economia chinesa. Mais uma vez, o Banco Central não anunciou intervenção no mercado de câmbio.

Às 13:11, o dólar avançava 1,64 por cento, a 3,5606 reais na venda, mas chegou a 3,6767 reais na máxima desta sessão, em alta de quase 5 por cento. O dólar futuro avançava cerca de 1,5 por cento.

"O dólar caiu recentemente justamente por causa da expectativa pela mudança de governo e com a notícia (da suspensão do processo de impeachment), a reação natural é estressar", disse o operador da corretora Spinelli José Carlos Amado.

Maranhão suspendeu a sessão de votação do processo de impeachment contra a presidente Dilma na Casa citando "vícios" que a tornaram nula, e convocou nova sessão para votar o pedido de impedimento. O deputado disse ainda que já solicitou ao Senado que devolva o processo à Câmara e que a nova votação será realizada na prazo de cinco sessões após a devolução do processo pelo Senado.

Diante da surpresa, o mercado aguardava os próximos passos. Está marcada para esta quarta-feira a votação pelo Senado do afastamento temporário de Dilma e, caso seja aprovado, ela seria afastada do cargo por até 180 dias e o vice Michel Temer assumiria a Presidência interinamente. Temer já indicou o ex-presidente do BC Henrique Meirelles como seu ministro da Fazenda, o que tem agradado o mercado.

O dólar já subia ante o real pela manhã, em linha com o cenário externo após dados da China mostrarem que a exportações e importações do país caíram mais do que o esperado em abril, ressaltando a demanda fraca internamente e no exterior e esfriando expectativas de recuperação da segunda maior economia do mundo.

O dólar subia frente aos pesos mexicano e chileno, além de avançar em relação a uma cesta de moedas.

Até o momento, o BC não anunciou leilão de swap cambial reverso, equivalente a compra futura de dólares. Muitos operadores consideram o patamar de 3,50 reais como o piso que a autoridade monetária tentaria defender.

O BC atuou no início da semana passada, mas está ausente do mercado desde quarta-feira.

(Por Flavia Bohone; Edição de Patrícia Duarte)

Dólar dispara e passa de R$ 3,60 reais com anulação do impeachment de Dilma na Câmara

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar disparava e rondava o patamar de 3,60 reais nesta segunda-feira após a notícia de que o presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), anulou o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.

O dólar já estava em alta acompanhando o exterior em meio a receios sobre a desaceleração da economia chinesa. Mais uma vez, o Banco Central não anunciou intervenção no mercado de câmbio.

Às 12:11, o dólar avançava 3,29 por cento, a 3,6181 reais na venda, após cair 1 por cento na sexta-feira e voltar ao patamar de 3,50 reais.

"Dólar sobe com a notícia que o presidente interino da câmara, Waldir Maranhão, atende o pedido da AGU e suspende o processo de impeachment", escreveram operadores a corretora Correparti em nota a clientes.

Segundo notícia no site da Folha de S.Paulo, o presidente interino acatou o pedido da Advocacia-Geral da União para anulação do impeachment. Em meados de abril, a Câmara aprovou com folga a abertura do processo de impeachment.

Mais cedo, o dólar avançava em relação a moedas de outros países emergentes após dados da China mostrarem que a exportações e importações do país caíram mais do que o esperado em abril, ressaltando a demanda fraca internamente e no exterior e esfriando expectativas de recuperação da segunda maior economia do mundo.

O dólar subia frente aos pesos mexicano e chileno, além de avançar em relação a uma cesta de moedas.

Os desdobramentos políticos no Brasil seguiam no radar dos investidores, com a espera pela votação do Senado na quarta-feira do afastamento temporário de Dilma que, se confirmado, levará o vice Michel Temer à presidência. Temer já indicou o ex-presidente do BC Henrique Meirelles como seu ministro da Fazenda, o que tem agradado o mercado.

Até o momento, o BC não anunciou leilão de swap cambial reverso, equivalente a compra futura de dólares. Muitos operadores consideram o patamar de 3,50 reais como o piso que a autoridade monetária tentaria defender.

O BC atuou no início da semana passada, mas está ausente do mercado desde quarta-feira.

(Por Flavia Bohone)

Fonte: Reuters

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