'Esqueletos' do governo Dilma podem ultrapassar R$ 250 bilhões

Publicado em 09/05/2016 09:48
VEJA + O GLOBO

Além de um déficit monumental, quem acompanha o funcionamento da máquina pública sabe que há diversos "esqueletos" que podem ser herdados da gestão de Dilma Rousseff. Como se tratam de gastos desconhecidos até que sejam devidamente contabilizados, vivem no terreno das estimativas. Numa projeção conservadora, feita por especialistas de diferentes áreas, a conta pode passar de 250 bilhões de reais. Mas há quem diga que pode ser ainda maior. Em relatório, a agência de classificação de risco Moodys estimou que, no pior cenário, a conta vai a 600 bilhões de reais.

O que popularmente se chama de esqueleto, na literatura econômica é chamado de gasto contingente: despesa excepcional gerada por derrapadas na gestão da política econômica que fica escondida até que exploda ou que alguém jogue luz sobre ela. Para os especialistas em contas públicas, essa despesa tende a proliferar.

"Tem uma coisa que precisa ficar clara: a dinâmica do gasto social, do gasto com previdência, do gasto com pessoal, tudo isso, é muito previsível. Não há surpresa. A gente conhece e não deixou esqueletos. Mas a política setorial deixou", diz o economista Mansueto Almeida, especialista em contas públicas.

As estimativas de gastos extras incluem eventuais capitalizações que o Tesouro tenha de fazer nas estatais Petrobras, Eletrobras e Caixa Econômica Federal, a negociação das dívidas dos Estados, que vão gerar perdas para a União, o risco de inadimplência com o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), e a manutenção do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

Leia a notícia na íntegra no site da Veja com informações do Estadão Conteúdo.

 

Rombo de R$ 11,8 bi da Eletrobrás será empurrado para contribuintes e consumidores (em O GLOBO)

POR MARCELO LOUREIRO

09/05/2016 20:27

Um esqueleto do setor elétrico vai ganhando forma. O governo vai modificar a Medida Provisória 706 para colocar na conta do Tesouro e dos contribuintes os custos da ineficiência da Eletrobrás. Os passivos das distribuidoras de energia do Norte serão pagos por todos. O montante deve chegar a R$ 11,8 bi em 10 anos, de acordo com a Abrace, a associação dos grandes consumidores industriais de energia.

As modificações atenderão às distribuidoras do Norte, especialmente Roraima, Amapá e Amazonas. Para os consumidores, a conta será de R$ 700 milhões por 10 anos. O custo estimado para o Tesouro será de R$ 4,8 bi. Os contribuintes vão assumir a dívida dessas empresas com a Petrobras pelo fornecimento de combustível para as usinas térmicas, e o passivo da Eletrobrás com a Reserva Global de Reversão, que financia programas como o Luz para Todos.

Originalmente, a MP 706 foi desenhada para renovar as concessões das distribuidoras. Foram as emendas do relator que revelaram o esqueleto, com a previsão de pagamento do passivo das distribuidoras.

— Não há agenda de melhoria no setor elétrico. O trabalho da Abrace é evitar novos prejuízos aos grandes consumidores de energia. A indústria não tem mais fôlego financeiro para pagar todo o aumento dos custos da energia — conta Paulo Pedrosa, presidente da Abrace.

Fonte: Veja + O GLOBO

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Cerca de 80 países chegam a acordo sobre comércio eletrônico, mas sem apoio dos EUA
Brasil terá bandeira verde para tarifa de energia em agosto, diz Aneel
Wall Street termina em alta com apoio de dados de inflação e ações de tecnologia
Ibovespa avança mais de 1% impulsionado por Vale e quase zera perda na semana; Usiminas desaba
Dólar acumula alta de quase 1% na semana em que real foi pressionado pelo iene
Podcast Foco no Agronegócio | Olho no mercado | Macroeconomia | Julho 2024