Ex-ministro Mantega é alvo de condução coercitiva na Operação Zelotes

Publicado em 09/05/2016 08:58
NO G1 + O Globo

O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega foi alvo de condução coercitiva (quando a pessoa é levada a depor e depois é liberada) na nova fase da Operação Zelotes, deflagrada nesta segunda-feira (9) pela Polícia Federal.

A condução de Mantega foi autorizada pela Justiça Federal. Investigadores da Zelotes querem apurar a ligação de Mantega com empresa que é suspeita de comprar decisões do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), ligado ao Ministério da Fazenda.

Ainda segundo os investigadores, Mantega foi citado por suspeitos investigados na operação como amigo de um dos alvos da fase deflagrada nesta segunda-feira. A atua etapa da Zelotes tem como um dos principais alvos a empresa Cimento Penha, suspeita de comprar decisões do Carf.

A ordem de condução coercitiva do ex-ministro foi expedida pela 10ª Vara da Justiça Federal no inquérito sobre o suposto envolvimento de dirigentes do Grupo Comercial Cimento Penha com fraudes no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), do Ministério da Fazenda. Mantega deve ser interrogado na superintendência da PF em São Paulo. Dirigentes do Grupo Cimento Penha são suspeitos de tentar burlar a lei para se livrarem de uma multa de R$ 56 milhões.

Numa das frentes da operação, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal investigam a natureza das relações entre Mantega e Victor Sandri, um dos donos do grupo Cimento Penha. O ministro teria nomeado um dos conselheiro do Carf, Valmar Fonseca de Menezes, em 2011 supostamente por indicação de Sandri. Numa troca de emails entre suspeitos investigados da operação, a polícia descobriu que um deles menciona a nomeação de Menezes a pedido de Sandri.

Num primeiro momento, a Justiça Federal chegou a rejeitar o pedido de condução coercitiva de Mantega. O juiz do caso considerou a medida excessivamente rigorosa. Mas depois que a polícia apresentou novos argumentos, o juiz reviu a decisão anterior e autorizou a PF a conduzir o ex-ministro para depor, segundo disse ao GLOBO uma fonte que conhece o caso de perto.

Policiais também estão fazendo buscas em 12 endereços dos suspeitos em Brasília, São Paulo, Recife, Olinda e João Pessoa. Entres os alvos dos mandados estão empresários, advogados e lobistas acusados de atuar no Carf para reduzir ou livrar multas de empresas punidas por sonegação de impostos. 

Além da condução de Mantega, a PF deve cumprir cerca de 30 mandados, de busca e apreensão e de condução coercitiva, na atual fase da Zelotes. Agentes foram ao Distrito Federal e para os estados de Pernambuco e São Paulo.

Leia a notícia na íntegra no site do G1.

 

Na FOLHA: Ex-ministro Mantega é levado para depor em nova fase da Zelotes

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta segunda-feira (9), mais uma etapa da Operação Zelotes, que tem como alvo principal ilegalidades em processos da empresa Cimento Penha no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais). O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega foi um dos alvos de mandado de condução coercitiva, em São Paulo.

Em novembro do ano passado, os sigilos bancário e fiscal de Mantega foram quebrados pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, responsável pela Zelotes, que acolheu um pedido do Ministério Público Federal que procurava investigar a extensão do relacionamento do ex-ministro com o empresário Victor Sandri, da empresa Cimento Penha, que conseguiu reverter multas no valor de R$ 106 milhões em uma votação no Carf.

A intenção do Ministério Público com as quebras também era verificar se Mantega sofreu influência indevida ao nomear determinados membros do Conselho.

À época, o advogado de Mantega, José Roberto Batochio, afirmou que a relação entre Mantega e Sandri começou há cerca de 20 anos, quando o ex-ministro vendeu ao empresário um terreno, que recebera de herança de seu pai. Sandri pagou o imóvel com unidades de um condomínio construído no local. "Esse negócio ocorreu quando Mantega não era ministro", disse o advogado.

Nesta nova fase da Zelotes foram cumpridos 31 mandados, dentre busca e apreensão e condução coercitiva. Ainda não há detalhes sobre os alvos dos mandados. Não há prisões.

ZELOTES

A Zelotes investiga casos de corrupção em que empresas pagariam propina para obter vantagens em julgamentos no Carf, que analisa autuações milionárias da Receita Federal.

Há processos da empresa Cimento Penha que estão sob a suspeita dos investigadores. A operação visa avançar nessas suspeitas.

Deflagrada no fim de março de 2015 com origem em uma carta anônima entregue num envelope pardo, a Operação Zelotes investiga um dos maiores esquemas de sonegação fiscal já descobertos no país.

Fonte: G1 + O Globo + Folha

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