Blairo Maggi diz que aceitou ir para Agricultura em eventual gestão Temer

Publicado em 09/05/2016 12:18
na edição da FOLHA DE S. PAULO (http://www.folha.uol.com.br/) + Reuters + O Globo + Diário do Poder

O senador Blairo Maggi (PR-MT) anunciou neste sábado (7) que foi convidado pelo PP e aceitou assumir o Ministério da Agricultura em um eventual governo Michel Temer (PMDB). Segundo o senador, a conversa ocorreu com o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI).

Blairo disse à Folha que ainda não conversou com o vice-presidente, Michel Temer. O senador prepara o desembarque do PR e ingresso no PP diante da possibilidade de assumir o posto, uma vez que o ministério está na cota dos pepistas.

"Nós vivemos um momento muito difícil e acho que todos somos chamados para contribuir e não posso me furtar de fazer isso", disse. O senador afirmou ainda que uma das razões para possivelmente assumir uma vaga primeiro escalão é por sua ligação com o agronegócio.

Ruralista e ex-governador de seu Estado, ele recebeu em 2005 a "Motosserra de Ouro", uma premiação irônica do Greenpeace, ONG ligada ao meio ambiente.

Pelo Twitter, antes de comentar o acerto com o PP, o senador também disse que foi inocentado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, nas investigações da operação Ararath, deflagrada em 2010, que apurou um esquema de uma série de crimes como lavagem de dinheiro, organização criminosa, gestão fraudulenta de instituição financeira, corrupção ativa, corrupção passiva, falsidade ideológica e falsificação de documento público que teria servido aos interesses de políticos do primeiro escalão em Mato Grosso.

"O MPF me inocentou de qualquer participação em crimes investigados na operação Ararath", escreveu o senador. "Ser inocentado por Janot é um verdadeiro atestado de idoneidade. Ele é extremamente rigoroso nos casos de corrupção", completou.

Ao GLOBO presidente do PP nega que tenha feito o convite

(...) O presidente do PP negou que tenha feito o convite:

— Eu não chamei ele para a Agricultura, não. Já tem um ano que ele está sendo convidado para vir para o PP. Ele vindo para o PP é um grande nome, mas não tratamos de questão de ministério, não.

Na tentativa de compor um Ministério antes mesmo da confirmação do afastamento de Dilma, Temer discutiu com o PP as indicações para a Agricultura, a Saúde e o comando da Caixa Econômica Federal. O vice-presidente sugeriu que o partido apadrinhe o médico Raul Cutait na Saúde, mas encontrou resistências. O ex-ministro da Integração Nacional e das Cidades, Gilberto Occhi, foi o indicado do partido para presidir a Caixa. Seu nome foi aaceito pelo ex-presidente do Banco Central (BC) Henrique Meirelles, convidado pelo vice-presidente para comandar o Ministério da Fazenda.

Já as negociações com o PR avançaram ao longo da semana. Temer sinalizou que o Ministério da Aviação Civil poderá ser incorporado aos Transportes e entregue ao partido, que indicou o deputado e ex-líder do partido Maurício Quintella Lessa (AL) para a pasta.

PMDB DEVE TER TRÊS MINISTÉRIOS

Em mais um recuo na ideia de enxugar o número de ministérios, Temer deve entregar uma terceira pasta à bancada do PMDB na Câmara para assegurar o apoio dos 68 deputados do partido. Além do Ministério do Desenvolvimento Social, já prometido ao deputado Osmar Terra (PMDB-RS), a bancada ficará com Esporte, que será ocupado pelo líder do partido na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), e com a pasta de Aviação Civil, que deverá ser comandada pelo deputado José Priante (PMDB-PA).

 

Blairo se diz ministro de Temer antes do afastamento de Dilma por senadores, (JOSIAS DE SOUZA, UOL)

Há na morte anunciada do governo Dilma Rousseff um inusitado toque burlesco, que humilha o cadáver e compromete o velório. A quatro dias do enterro da gestão petista, o senador Blairo Maggi (PR-MT) trombeteou no Twitter que foi convidado e aceitou ser ministro da Agricultura de Michel Temer.

Repetindo: o caixão da administração Dilma só chegará ao cemitério do plenário do Senado na quarta-feira (11). Mas um dos senadores que ajudarão a atirar na cova a última pá de cal já informa que será ministro do hipotético governo do ainda vice-presidente Michel Temer. É como se Blairo quisesse saltar o crepúsculo e, sem mais demora, entrar no porvir.

“Fui convidado pelo Partido Progressista pra assumir o Ministério da Agricultura”, anotou Blairo, que é filiado ao Partido da República. “Aceitei, falta oficialização do futuro presidente Michel Temer” (veja a reprodução abaixo).

Recapitulando: o sujeito é filiado ao PR, partido do mensalão, e quem o convida é o PP, sócio-atleta do petrolão. Para virar ministro, pulou a cerca da infidelidade partidária. E cabe ao “futuro presidente” apenas providenciar a “oficialização”. Quer dizer: a presidência de Temer ainda nem veio à luz e já tem gente lhe usurpando as prerrogativas, como se quisesse lhe enviar fúnebres coroas de flores.

“Agradeço a Deus e peço a Ele que me abençoe nessa missão que devo assumir no Ministério da Agricultura”, prosseguiu Blairo, dando a entender que o Altíssimo está em toda parte, mas já desistiu de acudir Dilma no Palácio da Alvorada.

Blairo, um ex-aliado de todos os governos petistas, anotou que aceitou assumir o Ministério da Agricultura de Temer em nome do seu Mato Grosso, “Estado do agronegócio”, e “em homenagem” ao seu falecido pai, “que se aqui estivesse ficaria muito feliz.”

Para Dilma, não resta senão cuidar dos minutos, porque as horas passam. Para seus coveiros, as horas mais preciosas são as mais rápidas. Como demoram as outras!

 

Senador Blairo Maggi diz que aceita ser ministro da Agricultura em um governo Temer (na REUTERS)

(Reuters) - O senador Blairo Maggi (PR-MT) disse neste sábado que foi convidado pelo PP para ser o ministro da Agricultura num governo comandado pelo vice-presidente Michel Temer e aceitou a "missão".

"Fui convidado pelo Partido Progressista para assumir o Ministério da Agricultura. Aceitei, falta oficialização do futuro presidente Michel Temer", disse Blairo no Twitter.

Grande produtor de soja, Blairo, que é gaúcho radicado no Mato Grosso, foi governador do Estado por dois mandatos e é senador desde 2011.

O fato de Blairo ser do PR e o convite ter sido feito pelo PP sugere que o senador vá trocar de partido.

"Aceito assumir o Ministério da Agricultura em nome de meu querido Mato Grosso, Estado do agronegócio e pelo momento que vivemos, acredito poder ajudar o Brasil", acrescentou. "Agradeço a Deus e peço a Ele que me abençoe nessa missão... Espero ter o apoio de todos."

Caso o Senado aceite, na próxima quarta-feira, a instalação de um processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, ela será afastada do cargo por até 180 dias e Temer assumirá interinamente a Presidência da República.

Pedro Ladeira - 29.abr.15/Folhapress  
DILMA REPETE LOROTA QUE O FOCO DO PRESIDENTE INTERINO, SE ASSUMIR, É TIRAR DO BOLSA FAMÍLIA

DILMA DIZ QUE BRASIL PRECISA DE EXEMPLOS E RECONHECE LEALDADE DE KÁTIA ABREU (no Diário do Poder)

A presidente Dilma Rousseff afirmou que será difícil o eventual governo de Michel Temer acabar com os programas da sua gestão. Em um evento de inauguração da sede da Embrapa Agricultura e Pecuária em Palmas e em tom de despedida, Dilma disse que todos precisam lutar - não só ela - para que não haja retrocesso.

"Vai ser difícil eles conseguirem quebrar todos os programas, mas que vão tentar, vão", afirmou a petista, a cinco dias da provável decisão do Senado de afastá-la da Presidência e abrir processo de impeachment contra ela por crime de responsabilidade.

Sem citar nominalmente Temer, a presidente destacou que o foco do presidente interino, se assumir, é tirar do Bolsa Família de 36 milhões de beneficiários. Segundo Dilma, eles querem fazer a economia com o dinheiro dos mais pobres e "jamais se reelegeriam".

Em um aceno ao setor do agronegócio, a presidente disse que vai ser "muito difícil" reduzir recursos para o programa de safra. No início do pronunciamento, Dilma fez um agradecimento especial à Kátia Abreu, ao afirmar que o Brasil precisa de exemplos, referindo-se à ministra da Agricultura. A petista reconheceu a "lealdade" dela - a única dos sete ministros que o PMDB tinha que ainda está no cargo. Kátia deve reassumir o mandato do Senado para votar contra o impeachment da presidente.

Na solenidade, Dilma anunciou a criação da Universidade Federal do Araguaia e ressaltou que uma das maiores iniciativas da gestão dela e de Lula foi interiorizar as universidades. Ela disse que, desde o início do governo Lula, houve uma mudança no despesa pública, quando se foram feitas escolhas como a ampliação dos gastos em agricultura, produção e ações sociais. "Fizemos uma escolha diferente dos nossos antecessores e optamos pelo crescimento", afirmou.

A presidente disse que vai continuar lutando contra o pedido de impeachment em análise no Senado, que, para ela, não tem base legal. Ela mencionou que situações semelhantes que agora justificam o pedido de afastamento feitas por outros presidentes e governadores passaram em "brancas nuvens".

Dilma afirmou que os decretos citados no pedido de impeachment não referem-se a recursos que a Presidência pegou para si. Para ela, o que está em questão são atos dos quais ela participou e que são regulares. "Além de ser golpe, eles não gostam das minhas escolhas de onde gastar o dinheiro", criticou.

Sem se referir pessoalmente ao presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), responsável por ter deflagrado o processo de impeachment, a presidente disse não ter contas no exterior e nem ter recebido dinheiro de propina. "Falam que eu sou uma pessoa dura, eu não sou dura, sou honesta, é diferente", afirmou.

A petista defendeu que, se querem fazer um julgamento do governo dela, que se recorra ao povo brasileiro e não realize uma "eleição indireta". "Espero e tenho certeza, irei resistir até o fim e conto com vocês", concluiu. (AE)

Fonte: Folha de S. Paulo + O Globo + DP

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Cerca de 80 países chegam a acordo sobre comércio eletrônico, mas sem apoio dos EUA
Brasil terá bandeira verde para tarifa de energia em agosto, diz Aneel
Wall Street termina em alta com apoio de dados de inflação e ações de tecnologia
Ibovespa avança mais de 1% impulsionado por Vale e quase zera perda na semana; Usiminas desaba
Dólar acumula alta de quase 1% na semana em que real foi pressionado pelo iene
Podcast Foco no Agronegócio | Olho no mercado | Macroeconomia | Julho 2024