Dólar tem leve queda sobre o real após dados piores de emprego nos EUA

Publicado em 06/05/2016 11:00

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar tinha leve queda nesta sexta-feira, acompanhando o exterior após a divulgação de dados do mercado de trabalho nos Estados Unidos piores que o esperado, em sessão marcada por baixo volume de negócios e sem a atuação do Banco Central novamente.

Às 10:45, o dólar recuava 0,21 por cento, a 3,5322 reais na venda, após fechar praticamente estável na véspera. Na máxima deste pregão, a moeda chegou a 3,5747 reais.

"Tem um mau humor generalizado lá fora e isso está pesando por aqui também", disse o operador de câmbio da B&T Corretora Marcos Trabbold.

Nos EUA, a abertura de vagas em abril foi a menor em sete meses e muitos norte-americanos deixaram a força de trabalho, sinais de fraqueza que levantam dúvidas sobre se o Federal Reserve, banco central do país, vai elevar os juros antes do fim do ano.

Os mercados externos mostravam pessimismo diante dos sinais que alimentavam as preocupações com a saúde da economia global, com as bolsas caindo e o dólar caindo em relação a moedas de outros emergentes.

No cenário interno, o BC não anunciou até o momento leilão de swap reverso, equivalente a compra futura de dólares, para esta sessão pelo terceiro dia seguido.

Muitos operadores acreditam que a autoridade monetária não quer deixar o dólar ir abaixo de 3,50 reais, para não prejudicar as exportações e, assim, as contas externas do país.

O baixo volume de negócios também deixava o dólar mais suscetível a volatilidades.

"O mercado está fazendo movimento lateral, ficando nesse patamar entre 3,50 reais e 3,55 reais, esperando pela nova equipe econômica que deve vir em meados da próxima semana", disse o superintendente de câmbio da corretora Correparti, Ricardo Gomes da Silva.

Nesta sexta-feira, a comissão especial do Senado vota a admissibilidade do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff e a previsão é que o relatório seja aceito, passando a para votação em plenário na próxima semana.

Caso seja aprovado pela Casa, o vice Michel Temer assume o comando do país interinamente e já deixou claro que o ex-presidente do BC Henrique Meirelles será seu ministro da Fazenda, o que agrada o mercado financeiro.

Entre as notícias negativas para o país, a agência de classificação de riscos Fitch rebaixou o rating soberano do Brasil de "BB+" para "BB" na quinta-feira, colocando a nota do país ainda mais dentro do grau especulativo.

(Por Flavia Bohone)

Fonte: Reuters

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