Alvo da PGR, Dilma ataca Delcídio – mas não explica suspeitas; senador pode ser cassado

Publicado em 04/05/2016 16:01

Um dia depois de a Procuradoria-Geral da República pedir ao Supremo Tribunal Federal a abertura de inquérito para investigá-la sobre tentativas de interferir na Operação Lava Jato, a presidente Dilma Rousseff não deu explicações sobre as suspeitas que pairam contra ela e buscou um embate com o delator: seu ex-líder no Senado, Delcídio do Amaral (MS), que deixou o PT e está prestes a ser cassado. Dilma convenientemente também ignorou o fato de que o procurador-geral Rodrigo Janot também busca apurar a obstrução da Lava Jato com a nomeação para ministro da Casa Civil do ex-presidente Lula, já denunciado ao Supremo. A nomeação, uma maneira de blindá-lo com o foro privilegiado, foi suspensa pela corte.

"As denúncias feitas pelo senador Delcídio do Amaral são absolutamente levianas e sobretudo mentirosas", disse Dilma em breve pronunciamento a jornalistas no Palácio do Planalto. Ela apenas desacreditou Delcídio e virou as costas sem responder a nenhuma pergunta. "O senador Delcídio tem a prática de mentir e isso ficou claro ao longo de toda essa questão relativa a sua prisão a partir das gravações. Tenho certeza que a abertura do inquérito vai demonstrar apenas que o senador, mais uma vez, faltou com a verdade. Ele​ acusava na primeira gravação ministros do Supremo. Depois retirou a acusação. Agora acusa a mim. Tenho consciência das mentiras do senador Delcídio do Amaral e acho que a credibilidade do senador é bastante precária. Acredito que é necessário investigar da onde surgem essas afirmações do senador e comprovar."

Leia a notícia na íntegra no site da Veja

Na Folha: Dilma pedirá que STF apure vazamento de investigação sobre ela

A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira (4) que vai pedir uma investigação sobre o vazamento do pedido de abertura de inquérito contra ela feito ao STF (Supremo Tribunal Federal) pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Segundo a presidente, as denúncias feitas pelo senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS), que dão base ao pedido, "são absolutamente levianas e, sobretudo, mentirosas". Para Dilma, o vazamento das informações que estavam sob sigilo, às vésperas da votação do impeachment pelo Senado, foi feito por pessoas "com interesses escusos inconfessáveis".

"Lamento, mais uma vez, que algo muito grave tenha acontecido. O vazamento de algo pela imprensa, algo que, ao que tudo indica, estava sob sigilo e, estranhamente, vaza às vésperas do julgamento do Senado. Aqueles que vazaram têm interesses escusos inconfessáveis. Eu vou solicitar ao ministro da AGU (Advocacia-Geral da União) que solicite a abertura, no Supremo, para apurar esses vazamentos", disse a presidente.

Leia a notícia na íntegra no site da Folha de S. Paulo

Na Veja: Relator na CCJ dá aval a processo de cassação de Delcídio

O relator do processo de cassação do ex-líder do governo Delcídio do Amaral (ex-PT-MS) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Ricardo Ferraço (PSDB-ES), defendeu nesta quarta-feira a legalidade e constitucionalidade da ação que pode levar o parlamentar a perder seu mandato. Ainda assim, a CCJ adiou a votação do parecer, crucial para abrir caminho para que o Plenário da Casa vote a cassação do congressista. Uma sessão extraodinária foi agendada para as 9 horas desta quinta-feira, quando os advogados do parlamentar poderão acompanhar os debates e apresentar argumento finais.

Delcídio protocolou nesta quarta pedido de licença pelo prazo de 100 dias para tratar de "interesses particulares". A Secretaria-geral da Mesa do Senado considera, porém, que o afastamento temporário do senador, que é sem remuneração, não tem o poder de paralisar o processo de cassação contra ele. O precedente para que o processo de cassação possa seguir em frente é do então deputado Hildebrando Pascoal, eleito pelo PFL do Acre, condenado por liderar um esquadrão da morte no Acre e assassinar adversários com uma motosserra.

Leia a notícia na íntegra no site da Veja

Na Época Negócios: Delcídio entregou 'elementos' que incriminam Lula, diz Janot

O senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS) entregou à Procuradoria-Geral da República uma série de documentos que, segundo ele, comprovam seu encontro com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para tramar contra a Operação Lava Jato. Lula foi denunciado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal (STF) por obstrução à Justiça.

O procurador também pediu a inclusão do petista no inquérito que investiga dezenas de políticos por suspeita de envolvimento com o esquema de corrupção na Petrobras.

Delcídio relatou ao Ministério Público Federal que foi chamado por Lula em meados de maio de 2015, em São Paulo, para "tratar da necessidade de se evitar que Nestor Cerveró fizesse acordo de colaboração premiada".

Segundo o senador, Lula o teria incumbido de "viabilizar a compra do silêncio de Nestor" para proteger o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente.

Leia a notícia na íntegra no site da Época Negócios

Fonte: Veja + Folha de S. Paulo + Época

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Cerca de 80 países chegam a acordo sobre comércio eletrônico, mas sem apoio dos EUA
Brasil terá bandeira verde para tarifa de energia em agosto, diz Aneel
Wall Street termina em alta com apoio de dados de inflação e ações de tecnologia
Ibovespa avança mais de 1% impulsionado por Vale e quase zera perda na semana; Usiminas desaba
Dólar acumula alta de quase 1% na semana em que real foi pressionado pelo iene
Podcast Foco no Agronegócio | Olho no mercado | Macroeconomia | Julho 2024