Serra na Fazenda é condição do PSDB para apoiar governo Temer
A executiva do PSDB deve se reunir na próxima semana para discutir se apoia ou não um eventual governo de Michel Temer (PMDBSP). A tendência hoje é a de não participar de nada.
NO CENTRO
Senadores do partido afirmaram à coluna que a legenda poderia aderir a Temer caso ele nomeasse José Serra para o Ministério da Fazenda. "Não participaremos em papel periférico", diz um parlamentar. Detalhe: é consenso que Temer não gostaria de nomear Serra para o cargo, como revelou a coluna já em dezembro.
FALTA O DINHEIRO
Já Serra, segundo o mesmo parlamentar, não aceitará outro ministério, como o da Saúde, por não ter a garantia de que a Fazenda liberaria recursos para ele fazer gestão de impacto. O senador paulista, no entanto, busca convencer o PSDB a apoiar Temer, independentemente de cargos.
NOS BRAÇOS DO POVO
O PSDB, na verdade, reluta em embarcar num governo que pode terminar "em desastre", nas palavras de outro parlamentar. Ontem, senadores do partido almoçaram no gabinete de Tasso Jereissati (PSDB-CE) com o economista Marcos Lisboa, presidente do Insper e exsecretário de política econômica de Antonio Palocci. Ouviram que só um governo "respaldado pelo voto" teria força para aprovar as medidas drásticas que, na visão dele, consertariam a economia do país.
NOS BRAÇOS DO POVO 2
"Lisboa está hiperpessimista", segue o mesmo senador. Para o parlamentar, Temer enfrentará um "período crucial" de governo interino, que pode durar até 180 dias, prazo máximo para o afastamento de Dilma. "Se isso aqui [o Brasil] virar um caos, o resultado será inevitavelmente a convocação de novas eleições."
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