Aprovado por 38 votos a 27 relatório para abrir processo de impeachment de Dilma

Publicado em 11/04/2016 20:42
+ comentário de Josias de Souza (UOL)

A comissão do impeachment da Câmara aprovou nesta segunda­-feira (11) relatório favorável ao afastamento de Dilma Rousseff. Agora, a votação segue para o plenário da Casa, que irá decidir se abre o processo de impedimento. O parecer do relator Jovair Arantes teve 38 votos favoráveis e 27 votos contrários.

Eram necessários 33 votos favoráveis ao relatório para que ele fosse aprovado, mas, independentemente do resultado, a palavra final sobre a abertura da ação é do plenário da Câmara. Para que a ação seja enviada ao Senado, são necessários 342 votos dos 513 deputados. A votação está prevista para o próximo dia 17.

A votação, que estava prevista para 17h, só começou às 20h30. Foi aberta oportunidade para discursos dos líderes dos 25 partidos e os dois líderes da minoria e da maioria.

Leia a notícia na íntegra no site Folha de S.Paulo.

Na Veja: Comissão da Câmara aprova processo de impeachment

Apesar da ação do Planalto, que nas últimas semanas parou de governar para se transformar em um explícito e indecoroso balcão de negócios, a Comissão Especial do Impeachment aprovou nesta segunda-feira o parecer do deputado Jovair Arantes (PTB-GO), favorável ao afastamento da presidente Dilma Rousseff pelo crime de responsabilidade fiscal. O relatório foi aprovado por 38 votos a 27 (não houve abstenções) e agora segue para votação em plenário, levando o governo Dilma à pressão máxima. A derrota já era esperada pelo Planalto, mas os números foram ainda piores do que o previsto para Dilma: pela manhã, quando os trabalhos foram abertos, o governo esperava ter entre 28 e 30 votos contrários ao relatório, enquanto a oposição falava em 35 votos pelo prosseguimento do processo - um mau sinal para o Planalto, que apostas todas as fichas no plenário.

O governo abriu o caixa e colocou à mesa para barrar o processo contra Dilma os principais instrumentos de barganha já conhecidos entre os parlamentares: o comando das mais importantes pastas na Esplanada dos Ministérios, cargos no segundo e terceiro escalão e liberação de emendas estrategicamente represadas pelo Executivo. Ainda assim, não atingiu maioria entre os 65 deputados da comissão, sacramentando a derrota que já era esperada pelo Planalto.

Agora, governistas preparam uma ainda mais dura ofensiva para evitar que a ação contra Dilma seja aprovada no plenário da Câmara. O principal articulador do movimento é o ex-presidente Lula, que tem buscado parlamentares com promessas de repactuação do governo caso a presidente saia ilesa do processo. A votação do impeachment está prevista já para este domingo e deve contar com a pressão de manifestantes em frente ao Congresso Nacional.

A sessão desta segunda-feira se arrastou por quase dez horas e foi palco do último esforço do governo em evitar a aprovação do parecer. Na função de defensor de Dilma, o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, voltou à tribuna do colegiado para desqualificar o trabalho do relator Jovair Arantes, atacar o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e relacionar, novamente, a deposição da presidente a um golpe, afirmando que um possível sucessor de Dilma não teria legitimidade para governar.

Leia a notícia na íntegra no site Veja.com

Reuters: Comissão aprova relatório favorável a impeachment de Dilma por 38 votos a 27

Por Maria Carolina Marcello e Cesar Bianconi

BRASÍLIA (Reuters) - A comissão especial que analisou o pedido de abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff aprovou nesta segunda-feira o relatório favorável à instauração do processo de impedimento de autoria do deputado Jovair Arantes (PTB-GO).

O texto de Jovair foi aprovado por 38 votos a 27 na comissão. O parecer terá de ser analisado agora pelo plenário da Câmara dos Deputados, onde são necessários os votos de 342 dos 513 deputados para autorizar o Senado a instaurar processo contra a presidente. Os senadores terão então de decidir se referendam a posição da Câmara.

A votação do parecer de Jovair deve acontecer no próximo domingo no plenário da Câmara dos Deputados.

O parecer cita as chamadas "pedaladas fiscais" e assinatura de decretos de liberação de créditos suplementares sem autorização do Congresso como indícios de crimes de responsabilidade que justificam a abertura de processo de impeachment de Dilma.

Governistas afirmam que a presidente não cometeu crime de responsabilidade e classificam a tentativa de afastá-la de "golpe".

O resultado na comissão especial foi comemorado por parlamentares da oposição, que gritavam "fora Dilma". Em respostas, deputados contrários ao impeachment gritavam palavras de ordem contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que deflagrou o processo de análise do pedido de abertura de impeachment ao aceitá-lo no final do ano passado.

 

Oposição encaçapou dona da mesa e dos tacos (por JOSIAS DE SOUZA, do UOL)

A derrota sofrida por Dilma na comissão do impeachment desafia a lógica elementar de um torneio de sinuca. A oposição prevaleceu por 38 a 27 num jogo contra a dona da mesa, com as regras e os tacos da casa —e com o governo comprando quem pudesse lhe causar problemas.

Num golpemício realizado no Rio de Janeiro, Lula discursou: “A comissão acabou de derrotar a gente. Mas isso não quer dizer nada. A comissão foi montada pelo Cunha. É o time dele. A nossa luta vai ser no plenário. Domingo é que temos que ter clareza. Sabemos que temos que conversar com os deputados.''

Não é bem assim. Eduardo Cunha de fato tentou compor uma comissão com as suas digitais. Mas o STF, acionado pelo protogovernista PCdoB, redefiniu as regras, anulou os atos de Cunha e mandou refazer o processo. Em vez de chapa avulsa, os nomes foram indicados pelos líderes partidários, como queria o Planalto. A votação secreta tornou-se aberta. E o plenário apenas referendou os nomes dos líderes, elegendo um colegiado de maioria governista.

À medida que o torneio foi avançando, desapareceram na caçapa das ilusões o poder de sedução de Lula e o comando dos líderes dinheiristas sobre suas bancadas. De resto, percebeu-se que, sob a ruína produzida por Dilma, maiorias irresistíveis viram minorias especializadas em sobrevivência.

Nem nas suas contas mais pessimistas o Planalto imaginou que pudesse ser derrotado na comissão por uma diferença de 11 votos. A certa altura, sonhou com a vitória. Depois, imaginou que perderia por 33 a 32. Nas suas contas mais pessimistas, imaginou que faria 30 votos, contra 35 da turma do ‘Fora, Dilma’.

Num ponto, Lula tem razão: o governo terá de conver$ar muito com os deputados até a final de domingo. Se for encaçapada novamente no plenário da Câmara, Dilma chegará ao Senado em frangalhos.

Fonte: Folha + Veja + Reuters + UOL

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Cerca de 80 países chegam a acordo sobre comércio eletrônico, mas sem apoio dos EUA
Brasil terá bandeira verde para tarifa de energia em agosto, diz Aneel
Wall Street termina em alta com apoio de dados de inflação e ações de tecnologia
Ibovespa avança mais de 1% impulsionado por Vale e quase zera perda na semana; Usiminas desaba
Dólar acumula alta de quase 1% na semana em que real foi pressionado pelo iene
Podcast Foco no Agronegócio | Olho no mercado | Macroeconomia | Julho 2024