Dilma diz que governo não prepara mudança ministerial antes da votação do impeachment
BRASÍLIA (Reuters) - A presidente Dilma Rousseff disse nesta terça-feira que o governo não está preparando nenhuma reestruturação ministerial antes da votação do impeachmente pela Câmara dos Deputados.
Em entrevista a jornalistas após inspecionar um avião KC-390 da Embraer , na Base Aérea de Brasília, Dilma disse que todos que apostam na instabilidade política criam uma situação difícil para o país porque a estabilidade é essencial para a retomada do crescimento econômico e geração de empregos.
(Reportagem de Lisandra Paraguassu)
Na Veja: Governo avalia distribuir cargos só após votação do impeachment
Com receio de traições de aliados, integrantes da cúpula do governo estudam estender o balcão de negociações dos cargos até a votação, no plenário da Câmara, do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. A previsão inicial é de que o afastamento da petista seja discutido pelos 513 deputados a partir do próximo dia 15 de abril. De acordo com integrantes do governo, a ideia aventada é "amarrar" os acordos com o chamado centrão ( PP, PSD, PR e PRB) e entregar os cargos apenas depois da votação. Dessa forma, o governo poderia diminuir os riscos de ser traído.
Segundo lideranças envolvidas nas tratativas, o receio é de que, diante de um alto número de dissidentes nesses partidos, o governo não teria tempo para realizar uma nova reforma ministerial em apenas dois dias, prazo que o processo de impeachment deve sair da Comissão Especial e ser votado em plenário. Apesar das discussões dentro do governo sobre o tema, não há consenso em torno da proposta de estender as negociações, já que outra corrente de assessores diretos da presidente Dilma Rousseff consideram esta ideia descabida.
Nos últimos dias, o Planalto resolveu apostar na atuação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Há a avaliação de que sua ação já tem feito a diferença na contabilidade dos votos contra o impeachment, embora ainda não haja segurança sobre os votos necessários para evitar o afastamento da presidente. O adiamento entra neste contexto de que Lula possa ampliar as negociações com as cúpulas partidárias de modo que o grande porcentual de indecisos no chamado centrão se decida pela manutenção da presidente.
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