Dólar opera em baixa, após fechar março na maior queda em 13 anos

Publicado em 01/04/2016 10:45

O dólar opera em queda frente ao real nesta sexta-feira (1), em uma sessão marcada por alguma volatilidade, influenciado pelo noticiário político misto no Brasil, pela atuação do Banco Central e pelo cenário externo desfavorável.

Às 12h, a moeda norte-americana caía 0,69%, a R$ 3,5715 na venda, depois de fechar março com a maior queda mensal em 13 anos. 

A moeda norte-americana atingiu R$ 3,6211 na máxima do dia e recuou a R$ 3,5787 na mínima, segundo a Reuters.

Na véspera, o dólar fechou em queda de 0,68%, a R$ 3,5963. No mês, o dólar acumulou queda de 10,17% frente ao real. Segundo a Reuters, trata-se do maior tombo mensal desde abril de 2003, quando a divisa recuou mais de 13%. No primeiro trimestre, a baixa ficou em 8,91%.

Cenário político

"Não dá para saber direito qual o saldo das notícias, se é positivo ou negativo. O mercado fica um pouco ao léu", disse o superintendente de câmbio da corretora Intercam, Jaime Ferreira, à agência Reuters.

Os mercados financeiros vêm reagindo positivamente a notícias que possam aumentar as chances de impeachment da presidente Dilma Rousseff e vice-versa.
Muitos operadores acreditam que eventual troca no governo poderia ajudar a colocar a economia nos eixos, mas alguns ponderam que a instabilidade política tende a afetar a confiança dos agentes econômicos.

Leia a notícia na íntegra no site do G1.

Às 12h35: Dólar cai 1% e vai a R$ 3,55 com fluxo de entrada, de olho em política, BC e exterior

Por Bruno Federowski

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar ampliou a queda para 1 por cento e voltou à casa dos 3,55 reais nesta sexta-feira, com operadores citando fluxo de entrada de divisas em meio a alguma melhora nos mercados externos e ao baixo volume de negócios.

O cenário político no Brasil, no entanto, continuava incerto e tomando a atenção do mercado, de olho no processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Às 12:31, o dólar recuava 1,08 por cento, a 3,5573 reais na venda, após marcar em março a maior queda mensal em treze anos. A moeda norte-americana atingiu 3,6227 reais na máxima do dia e recuou a 3,5503 reais na mínima.

"O mercado está sensibilizado pelo noticiário político e um fluxo mais relevante acaba fazendo estrago", disse o gerente de câmbio da corretora BGC Liquidez, Francisco Carvalho.

A queda do dólar frente ao real veio em sintonia com a recuperação das bolsas norte-americanas, depois de dados mais fortes que o esperado sobre a atividade industrial nos Estados Unidos.

O dólar também reduziu o avanço no início desta tarde em relação às principais moedas emergentes, como o peso mexicano. Expectativas de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, eleve os juros mais cedo do que o esperado davam suporte à moeda norte-americana.

Juros mais altos nos EUA podem atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados em países como o Brasil, pressionando o câmbio.

Na cena doméstica, os mercados continuavam sendo fortemente influenciados pelo noticiário político. Os ativos locais vêm reagindo positivamente a notícias que possam aumentar as chances de impeachment da presidente e vice-versa.

Muitos operadores acreditam que eventual troca no governo poderia ajudar a colocar a economia nos eixos, mas alguns ponderam que a instabilidade política tende a afetar a confiança dos agentes econômicos.

A operação Lava Jato prendeu nesta manhã o ex-secretário do PT Silvio Pereira e o empresário de Santo André Ronan Maria Pinto em nova fase deflagrada com o objetivo de aprofundar investigações sobre empréstimo fraudulento de 12 milhões de reais do Banco Schahin direcionado ao PT.

A investigação vem um dia após dezenas de milhares de pessoas protestarem em diversas cidades do país contra o impeachment de Dilma, que classificam como golpe para derrubar o governo.

"Não dá para saber direito qual o saldo das notícias, se é positivo ou negativo. O mercado fica um pouco ao léu", disse mais cedo o superintendente de câmbio da corretora Intercam, Jaime Ferreira.

Outro foco de atenção é a atuação do Banco Central, que sinalizou na noite passada que deve rolar apenas cerca de metade do lote de swaps tradicionais, equivalentes a venda futura de dólares, que vencem em maio, menos do que os 67 por cento repostos no mês anterior.

O BC vendeu nesta manhã a oferta total de 5,5 mil contratos no primeiro leilão de rolagem, repondo cerca de 3 por cento do lote do próximo mês, equivalente a 10,385 bilhões de dólares.

No entanto, o BC não anunciou leilão de swap reverso, equivalente a compra futura de dólares, para esta sessão, atuação classificada como "cautelosa" por um operador de um banco que lida diretamente com o BC.

"Ele está agindo de pouco em pouco. Deixa claro que está de olho em quedas excessivas (do dólar), mas não vai mostrar todas as armas de uma vez", afirmou.

(Edição de Patrícia Duarte)

Fonte: Reuters

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