Dólar cai 0,47% e se aproxima de R$ 3,60, com BC e cenário externo

Publicado em 30/03/2016 18:03

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou em queda e voltou a se aproximar dos 3,60 reais nesta quarta-feira, influenciado pela atuação contida do Banco Central no câmbio e por menores expectativas de aumentos de juros nos Estados Unidos.

O dólar recuou 0,47 por cento, a 3,6209 reais na venda, após recuar mais de 1 por cento e atingir 3,5986 reais na mínima do dia.

"O mercado está com fome para vender dólar e hoje não faltou motivo", disse o operador da corretora B&T Marcos Trabbold.

O BC vendeu apenas 3 mil swaps reversos, equivalentes a compra futura de dólares, da oferta de até 20 mil contratos nesta manhã, mesmo com a pressão de baixa sobre o dólar.

A estratégia da autoridade monetária vem confundindo alguns operadores, em meio a especulações de que poderia ter como objetivo evitar que a moeda norte-americana recue muito para proteger exportadores e, assim, as contas externas do país.

O mercado também espera qual será a estratégia do BC para a rolagem dos swaps tradicionais --equivalentes a venda futura de dólares-- que vencem em maio, correspondentes a 10,385 bilhões de dólares. O BC rolou apenas cerca de 67 por cento do lote de abril, após promover sete rolagens integrais consecutivas.

"Não dá para entender muito bem as intenções do BC, então o mercado vai continuar testando (cotações mais baixas)", disse o operador de um banco internacional.

A queda do dólar nesta sessão veio também em sintonia com os mercados externos, onde continuavam repercutindo declarações da véspera da chair do Federal Reserve, Janet Yellen, de que o banco central norte-americano deve adotar cautela para elevar os juros.

Eventual demora do Fed para apertar de novo a política monetária beneficiaria moedas emergentes, que oferecem rendimentos financeiros elevados.

A queda da moeda norte-americana perdeu um pouco de fôlego durante a tarde, com investidores adotando um pouco mais de cautela em relação à perspectiva de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Muitos operadores avaliam que eventual troca no governo poderia ajudar a recuperação econômica, embora alguns ressaltem que o quadro de incertezas políticas gere entraves à confiança.

"A verdade é que não dá para ter muitas certezas com o noticiário político tão intenso", disse o operador da corretora Spinelli José Carlos Amado.

(Por Bruno Federowski)

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Cerca de 80 países chegam a acordo sobre comércio eletrônico, mas sem apoio dos EUA
Brasil terá bandeira verde para tarifa de energia em agosto, diz Aneel
Wall Street termina em alta com apoio de dados de inflação e ações de tecnologia
Ibovespa avança mais de 1% impulsionado por Vale e quase zera perda na semana; Usiminas desaba
Dólar acumula alta de quase 1% na semana em que real foi pressionado pelo iene
Podcast Foco no Agronegócio | Olho no mercado | Macroeconomia | Julho 2024