Partidos aliados devem seguir o PMDB e abandonar o governo
Com o anúncio do desembarque por "aclamação" do PMDB do governo, partidos da base aliada começaram a dar sinais mais fortes de que também podem desembarcar em breve. O partido do vice-presidente Michel Temer decide se rompe com a presidente Dilma nesta terça-feira, em reunião no diretório nacional. No comando do Ministério das Cidades, o PSD decidiu liberar seus 31 deputados para votar como quiserem em relação ao impeachment. No comando do Ministério da Integração Nacional, o PP cogita fazer o mesmo.
No PSD, a liberação dos deputados teve anuência do ministro das Cidades e presidente do partido, Gilberto Kassab. Dirigentes da legenda preveem que a bancada do partido no Senado, de três parlamentares, também deverá ser liberada. Pelos cálculos de lideranças da sigla, de 70% a 80% da bancada na Câmara deve votar a favor do impeachment. O cálculo foi feito antes da saída de ministros do PMDB e do anúncio prévio de que o desembarque será aprovado por aclamação.
No PP, o presidente da sigla, senador Ciro Nogueira (PI), admite que não terá como segurar suas bancadas na Câmara e Senado, principalmente após o desembarque do PMDB. Na semana passada, o partido já tinha informado Dilma dessa dificuldade. Pelos cálculos da direção do partido, dos 49 deputados da legenda, pelo menos quinze são declaradamente a favor do impeachment e outros 35 "aguardam" definição oficial da presidência da legenda sobre como votar. "Só conseguimos garantir os 35 votos para o governo se for para o governo ganhar. Se for para perder, não conseguimos", afirmou um interlocutor de Ciro. Para a direção do PP, o governo precisa reagir para tentar segurar a base.
Leia a notícia na íntegra no site da Veja.
Estado de Minas: PMDB começa a romper aliança com o governo Dilma
Brasília – O ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, se antecipou ao provável anúncio do desembarque do PMDB do governo Dilma Rousseff esperado para hoje, durante reunião extraordinária do diretório nacional do partido, em Brasília, e entregou nessa segunda-feira (28) sua carta de demissão. A decisão do rompimento será por aclamação, para mostrar uma coesão interna rumo ao pós-Dilma e para esconder do Planalto qual o tamanho do PMDB que ainda pode ser pressionado na batalha para se evitar o impeachment. Principal beneficiário, o vice-presidente Michel Temer nem sequer aparecerá da reunião, para não dar argumentos aos adversários de que é um “conspirador contra a democracia”. O presidente do Senado, Renan Calheiros, que concordou com a decisão por aclamação, também não comparecerá.
Alves é um dos ministros mais próximos de Temer e vinha se debatendo sobre a hipótese de ficar ou não no governo. Foi o primeiro a abrir mão do cargo. Na carta entregue nessa segunda-feira (28) à presidente Dilma, o ministro agradeceu à petista pela confiança e “respeitosa relação” que tiveram por 11 meses, antes de explicar a razão da demissão. “Pensei muito antes de fazê-lo, considerando as motivações e desafios que me impulsionaram a assumir o ministério. Mas o momento nacional coloca agora o PMDB diante do desafio maior de escolher o seu caminho”, afirma Henrique na carta. O peemedebista diz que o diálogo “se exauriu”.
Os ministros que se sentirem constrangidos com o rompimento estão liberados de comparecer ao encontro, mas terão até 12 de abril para deixar os respectivos cargos – é quando se completa 30 dias desde a convenção do partido. Diretores de estatais e de bancos públicos seguirão o mesmo caminho. Apadrinhados do PMDB que estiverem no segundo e terceiros escalões estão autorizados a permanecer onde estão.
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Quem é quem
Confira o que pensa cada um dos ministros do PMDB
Eduardo Braga
Minas e Energia
» Faz um discurso em defesa da democracia, da institucionalidade, mas vai acompanhar o partido sem traumas se a decisão for pelo desembarque
Kátia Abreu
Agricultura
» Está pressionada pela base ruralista, que classifica o atual governo de militantes, após a entrada de Lula. Foi aconselhada a acompanhar o partido, mas pode se recusar a deixar o cargo ou ir para o PSD, pela amizade que nutre por Dilma.
Helder Barbalho
Portos
» Filho do senador Jader Barbalho, que resistia à tese de o partido deixar o governo. Mas, por ser fiel à legenda e à maioria partidária, se a decisão for por aclamação, não deve apresentar empecilhos ao desembarque
Henrique Eduardo Alves
Turismo
» Pediu exoneração nessa segunda-feira (28). Foi para o governo por não ter mandato e para garantir o foro privilegiado.
Celso Pansera
Ciência e Tecnologia
» Indicação pessoal do líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ). Não lhe agrada deixar o ministério, mas não tem força para comprar uma briga com o diretório do PMDB fluminense
Marcelo Castro
Saúde
» Também indicação de Leonardo Picciani. É presidente do diretório estadual do PMDB piauiense e enfrenta pressão das suas bases eleitorais
Mauro Lopes
Aviação Civil
» Está em fim de carreira e já havia dito a interlocutores que ser ministro coroaria a trajetória política. Foi nomeado à revelia da direção partidária. O diretório de Minas apoia o rompimento
Leia a notícia na íntegra no Portal Estado de Minas.
Diário Oficial publica exoneração de Henrique Alves
Brasília, 29 - O Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira, 29, traz a exoneração, a pedido, de Henrique Eduardo Alves do cargo de ministro do Turismo. Henrique Alves, que é do PMDB do Rio Grande do Norte, anunciou sua saída do posto na noite desta segunda-feira, 28. Ele deve ser o primeiro ministro do partido, o maior da base aliada, a deixar o Governo Dilma Rousseff.
O Diretório Nacional do PMDB oficializa hoje seu rompimento com o governo da presidente Dilma, segundo noticia do jornal O Estado de S. Paulo nesta terça-feira.
Leia a notícia na íntegra no Portal Estado de Minas.
No blog de Cristina Lôbo: Governo tem estratégia para enfrentar desembarque do PMDB
O governo decidiu aguardar a palavra oficial do PMDB sobre o desembarque do governo, o que está previsto para a tarde desta terça-feira, para definir o caminho a seguir. "Não vamos atirar a primeira pedra", disse um auxiliar da presidente Dilma Rousseff para argumentar que o governo não iria se antecipar e demitir os ministros indicados pelo partido. Está claro, contudo, que as estratégias são distintas para a Câmara e Senado.
A ideia inicial do governo é manter os ministros que representam a bancada no Senado: Eduardo Braga, no ministério de Minas e Energia; Hélder Barbalho, nos Portos e Kátia Abreu, na Agricultura, esta na cota pessoal da presidente. Já os ministros que representam a Câmara devem ser substituídos - ou quando entregarem os cargos ou por iniciativa da presidente Dilma: Marcelo Castro, na Saúde; Celso Pansera, no Ministério de Ciência e Tecnologia; e Mauro Lopes, na Aviação Civil, além Henrique Eduardo Alves, que já entrou com o pedido de demissão do Ministério do Turismo.
"O PP tem 49 deputados e apenas um ministério; já o PMDB tem 69 deputados e sete ministérios - comentou um auxiliar da presidente, indicando que a ideia do governo é montar sua base a partir de fragmentos dos partidos que hoje apoiam oficialmente o governo, mas estão divididos. "É possível fazer um governo de minoria, com algo como 210 a 230 deputados", disse um ministro, calculando que a soma de partes dos partidos pode totalizar esta bancada aliada.
Leia a notícia na íntegra no blog de Cristina Lôbo, no G1.