PMDB prepara planos para novo governo se Dilma sofrer impeachment, diz Estadão

Publicado em 28/03/2016 07:12

(Reuters) - O PMDB já trabalha em um plano que inclui um amplo corte de políticas sociais para o caso de a presidente Dilma Rousseff sofrer impeachment e o partido formar um novo governo liderado pelo atual vice-presidente, Michel Temer, disse o jornal O Estado de S. Paulo neste domingo.

O PMBD avalia possíveis mudanças em benefícios, incluindo o programa de habitação Minha Casa Minha Vida, em uma aposta no corte de gastos para restabelecer o equilíbrio fiscal, segundo a reportagem.

“Avaliamos medidas da área social que possam beneficiar a população, combater a pobreza e, ao mesmo tempo, manter o equilíbrio fiscal e a saúde das contas públicas: são medidas que já foram usadas no Brasil, que são adotadas em vários países”, disse Moreira Franco, ex-ministro do governo Dilma nas pastas de Assuntos Estratégicos e da Aviação Civil.

Segundo ele, que é próximo ao vice-presidente Michel Temer, já há consenso que é preciso rever subsídios, como o uso do FGTS a fundo perdido para financiar o Minha Casa, Minha Vida. “Isso precisa ser enfrentado antes que vire um grande problema: estão levando o uso do FGTS ao limite”.

A reportagem afirma que também será revista a concessão de subsídios empresariais e setoriais, que passariam a ter metas de desempenho e prazos pré-definidos.

Ainda de acordo com o jornal, estariam cotados para o Ministério da Fazenda em um eventual governo do PMDB o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles e o economista Armínio Fraga.

No G1: Expectativa sobre decisão do PMDB mobiliza meio político na semana

O diretório nacional do PMDB deve confirmar nesta terça-feira (29), em uma reunião na Câmara dos Deputados, o desembarque já esperado do governo da presidente Dilma Rousseff.

Se confirmado o rompimento do partido com o governo, a sessão do Congresso marcada para o mesmo dia para analisar vetos presidenciais poderá servir como prova de fogo para o Palácio do Planalto.

Segundo apuração do G1, até este domingo, 11 diretórios estaduais sinalizavam que seus integrantes votarão a favor do desembarque do PMDB do governo Dilma Rousseff na reunião de terça-feira (29). Somente um diretório, o do Maranhão, defendeu a manutenção da aliança, enquanto outros onze afirmaram que ainda não tinham posicionamento definido.

O G1 não conseguiu contato com representantes do partido em quatro estados (Ceará, Pará, Roraima e Rondônia). 

A eventual saída do PMDB, maior partido aliado, também preocupa o governo devido à possibilidade de um “efeito dominó” entre outros partidos da base aliada, com reflexos na comissão especial do impeachment, que analisa o pedido de afastamento da petista.

Leia a notícia na íntegra no site do G1

 

Ministra Kátia Abreu continua dividida entre sua amizade com a Presidente e a lealdade ao PMDB

Menos de 24 horas para decisão se mantém o apoio ou rompe com o governo, o PMDB está dividido. As duas correntes têm defensores de peso. O vice-presidente da república, Michel Temer, que também é presidente do partido, é o principal articulador.

O ministro de Minas e Energia é contra o afastamento. Eduardo Braga quer manter o partido na aliança. E acha que ainda dá para adiar ou pelo menos tentar chegar a um consenso até amanhã (29), quando o Diretório Nacional do partido vai votar se desembarca ou não do governo.

“Podemos discutir alternativas que representem uma conciliação com a nação, uma conciliação que permita que o PMDB não seja aquele que fratura a perna da democracia, mas sim, aquele que fortalece a perna da democracia e constrói soluções pra vencer o impasse”, diz Eduardo Braga. 

A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, bastante próxima da presidente Dilma Rousseff, não ve sentido no que considera um apressamento do partido.

“Se erros foram cometidos, nós cometemos erros e acertos juntos, portanto temo a obrigação moral de tentar resolver os problemas, de tentar fazer acertos e não abandonar o barco numa hora de tempestade”, diz Kátia Abreu.  

O mesmo discurso vem sendo adotado pela Ministra deste o início das discussões. Numa entrevista à Folha, no começo do mês Kátia Abreu (TO) confirma ser contra a declaração de independência do PMDB ao governo federal e lembra que o partido tem um compromisso com a administração de Dilma Rousseff , avaliando que ele não pode ser dissolvido por conveniência momentânea.

Para ela, a sigla é sócia do governo tanto no bônus como no ônus e, por isso, a decisão de independência pode não ser compreendida pela população. "  O PMDB não pode ser um capitão que abandona o navio na hora da tempestade", completou a ministra.

O deputado Lucio Vieira Lima defende que o diretório aprove a saída do governo e a punição para quem não sair. Que quem quiser permanecer no governo, se desfilie do partido.

“Não existe meio dentro, meio fora. Então, o PMDB ou sai do governo ou não sai do governo. Essa história de sair e manter os cargos através de que seus filiados se licenciem da legenda, o povo não vai aceitar e nós também, grande parte do PMDB, não concordamos com isso. Isso ficará muito ruim”, diz Lúcio Vieira Lima. 

 

Fonte: Reuters + G1 + Folha

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