Dilma pede diálogo com o Congresso para conter impeachment, diz líder
O líder do governo no Congresso Nacional, senador José Pimentel (PT-CE), afirmou nesta segunda-feira (14) após se reunir com a presidente Dilma Rousseff e ministros da coordenação política, que a petista pediu que seus auxiliares busquem dialogar com integrantes da base e da oposição no parlamento para tentar conter o processo de impeachment.
Na reunião desta segunda-feira da coordenação política, Dilma avaliou com nove ministros o impacto das manifestações deste domingo (13) no processo de impeachment que ela enfrenta no Congresso.
Os protestos deste fim de semana, que ocorreram em mais de 300 municípios. foram os maiores já registrados contra o governo Dilma.
Além da presidente, também foram alvos constantes dos manifestantes o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o PT.
Segundo levantamento do G1, a Polícia Militar contou 3,6 milhões de pessoas nas ruas do país, e os organizadores, 6,8 milhões. O maior número de participantes havia sido registrado no protesto de 15 de março do ano passado: 2,4 milhões, segundo a PM, e 3 milhões pelos dados dos organizadores.
Leia a notícia na íntegra no site do G1.
Na Reuters: Planalto vê aumento no risco de avanço de impeachment após protestos
Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - O Palácio do Planalto concluiu, após reunião de coordenação política na manhã desta segunda-feira, que os riscos de avanço no processo de impeachment no Congresso aumentaram após as mobilizações nas ruas, disse uma fonte presente ao encontro.
"Chegamos à conclusão de que as manifestações deram caldo para a oposição intensificar o processo de impeachment", disse a fonte à Reuters, sob condição de anonimato.
Há também uma análise de que houve uma rejeição generalizada aos políticos, tanto da situação quanto da oposição. Ainda assim, isso não aliviaria a posição do governo.
Uma outra fonte palaciana diz, no entanto, que não se espera nenhum grande movimento da presidente Dilma Rousseff neste momento, ou algum grande anúncio por parte do governo.
Dilma deve intensificar conversas com líderes partidários para sentir a temperatura no Congresso depois das manifestações.
"O que nos preocupa é que houve uma rejeição generalizada aos políticos, seja do governo seja da oposição", disse o líder do governo no Congresso, José Pimentel. "Não podemos desconhecer o tamanho das manifestações e tentar conduzir saídas."
De acordo com Pimentel, Dilma começou a reunião mostrando alívio porque não houve violência.
O governo temia que houvesse confrontos entre manifestantes contra a e favor do governo e, por isso, pediu que o PT desmarcasse atos previstos para o mesmo dia.