Dilma afirma que não renuncia ao mandato e que pedido de prisão de Lula passa do limite

Publicado em 11/03/2016 14:02

A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta sexta-feira (11) durante entrevista coletiva convocada pela assessoria do Palácio do Planalto que não renunciará ao mandato.

Na última quarta-feira (9), o senador Aécio Neves (MG), presidente nacional do PSDB, principal partido de oposição, sugeriu a renúncia da presidente como saída para as crises política e econômica.

"Eu acredito que não é absolutamente correto por parte de nenhum líder da oposição pedir a renúncia de um cargo de presidente legitimamente eleito pelo povo, sem dar elementos comprovatórios de que eu tenha, de alguma forma, ferido qualquer inciso da Constituição ou qualquer previsão que haja na Constituição para meu impeachment", declarou.

Segundo a presidente, "a renúncia é um ato voluntário. Aqueles que querem a renúncia estão reconhecendo que não há uma base real para pedir a minha saída desse cargo. Portanto, por interesses políticos de quem quer que seja, por definições de quem quer que seja, eu não sairei desse cargo sem que haja motivo para tal".

Na última quarta, em pronunciamento na tribuna do Senado, Aécio Neves, derrotado por Dilma no segundo turno da eleição presidencial de 2014, propôs que, "num gesto magnânimo, num gesto generoso para com o país, a presidente da República, compreendendo que perdeu as condições mínimas de governar, permita que, com a sua renúncia, o Brasil inicie uma nova etapa na sua história".

Indagada por repórteres sobre estaria "resignada" diante de um eventual afastamento da Presidência, Dilma afirmou que não é do seu perfil estar resignada frente a dificuldades.

"Eu não estou resignada diante de nada. Não tenho esta postura diante da vida", disse. "Tem dó, esta história de resignação não é comigo, não", complementou.

Leia a notícia na íntegra no site do G1.

 

Em O GLOBO:: ‘Não estou com cara de quem vai renunciar’, afirma Dilma

Presidente Dilma Rousseff durante reunião com reitores de universiaddes federais, no Palácio do Planalto - Givaldo Barbosa / Agência O Globo

BRASÍLIA — Pressionada pela oposição e às vésperas de um protesto contra o seu governo, a presidente Dilma Rousseff decidiu falar com a imprensa em entrevista coletiva nesta sexta-feira, no Palácio do Planalto. A exemplo do que falou mais cedo a reitores de universidades federais, a presidente afirmou que não há elementos para seu impeachment e voltou a dizer que não irá renunciar ao cargo.

Segundo ela, nunca lhe passou pela cabeça renunciar e que esse gesto seria uma “ofensa” à sua trajetória de vida. Dilma criticou a oposição e disse que faltam argumentos aos que pedem sua renúncia. A presidente declarou também que teria o “maior orgulho” em ter o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seu governo como ministro e criticou o pedido de prisão preventiva do MP a Lula nesta quinta-feira, afirmando que o pedido “passou de todos os limites”. Ela pediu serenidade nas manifestações de domingo.

— Nunca. Nunca (sobre a renúncia). Isso é uma invenção. Não tenho o menor interesse, a menor propensão. E não há nenhuma justificativa. Para mim isso inclusive é uma ofensa... Agora, por favor, pelo menos testemunhem que eu não estou com cara de quem vai renunciar — afirmou a presidente.

— Quem quer minha renúncia precisa proceder de acordo com a Constituição. Não renuncio sem que haja motivo para tal — disse ao garantir que não há base para nenhum ato contra a sua pessoa.

Mais cedo, Dilma afirmou a reitores de universidades federais nesta sexta-feira, em reunião no Palácio do Planalto, que não vai renunciar. Dilma também comentou a situação de Lula, e o pedido de prisão feito pelos promotores de São Paulo. A presidente afirmou que esse pedido "não tem base jurídica que se sustenta". O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, voltou a afirmar que Lula sofre uma "falta de respeito".

— Não vou renunciar — afirmou a presidente aos reitores.

Segundo relatos de presentes, Dilma mostrou-se disposta e firme. Por uma hora, fez um "longo desabafo", segundo o reitor Ivan Camargo, da Universidade de Brasília. Dilma falou sobre as crises econômica e política por que passa o país, e reconheceu a dificuldade do atual momento.

— Não se pode romper com princípios básicos da democracia — disse Dilma no encontro.
 

 

Na FOLHA: Em encontro no Planalto, Dilma diz que não pretende renunciar ao cargo

A presidente Dilma Rousseff afirmou, nesta sexta-feira (11), que não pretende renunciar ao cargo, apesar do quadro de crises política e econômica.

Estão marcados, para este domingo (13), atos contra a presidente, que enfrenta um pedido de impeachment na Câmara dos Deputados, um processo no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que pode cassar sua chapa. Na economia, o país amarga redução na atividade e aumento no desemprego.

Dilma ainda, em estratégia definida na noite da quinta-feira (10), saiu em defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e afirmou que o pedido de prisão preventiva contra o petista "não tem base legal e jurídica".

Em encontro com reitores federais no Palácio do Planalto, a presidente demonstrou preocupação com a situação do petista, reconheceu que o momento político é delicado a ele e avaliou que a solicitação apresentada pelo Ministério Público de São Paulo "não se sustenta" e "não se justifica".

Em tom de desabafo, segundo relatos de presentes, ela disse que o seu antecessor merece respeito e defendeu a obediência ao processo legal. A defesa ao petista também foi feita pelo ministro da Educação, Aloizio Mercadante, segundo o qual o pedido foi "injusto" e "faltou com respeito" à trajetória do ex-presidente.

Em reunião com seu núcleo político, na noite da quinta-feira (10), a presidente definiu a necessidade do governo federal sair em defesa do antecessor, que tem sido pressionado a assumir um cargo de peso na Esplanada dos Ministérios.

A avaliação foi da necessidade de tentar atrair o petista, que tem demonstrado resistências a entrar no governo federal, mas concordou em pensar a respeito e dar uma resposta oficial na semana que vem.

O diagnóstico é de que é necessário defender publicamente o petista, umas vez que ele tem sofrido um cerco político que pode ser estendido também para o Palácio do Planalto.

O governo federal recebeu com preocupação o pedido de prisão preventiva e considerou que foi expedido como reação à possibilidade do petista assumir um cargo na Esplanada dos Ministérios, o que daria a ele foro privilegiado e evitaria que ele fosse alvo de uma prisão autorizada por juízes de primeira instância.

A avaliação é que o pedido de prisão contra Lula é "exagerado" e se baseia em elementos e provas "inconsistentes" e "frágeis". A aposta é que dificilmente ele será concedido pela Justiça em São Paulo.

 

PMDB cogita fixar data para decidir sobre rompimento com Dilma: até 30 dias, POR JOSIAS DE SOUZA (UOL)

Às vésperas de sua convenção nacional, marcada para este sábado, o PMDB se aproxima de fechar um acordo que pode unificar momentaneamente a legenda. Divide-se em duas partes: a recondução de Michel Temer à presidência do partido e a fixação de uma data para decidir se o governo deve ou não romper com o governo. No momento, negocia-se o prazo de um mês.

A unidade em torno de Temer já foi construída. Quanto à segunda parte, a cúpula da legenda está muito próxima de fechar um acordo. A convenção transferiria para o diretório nacional do partido a decisão sobre o futuro da aliança com o governo do PT, fixando uma data.

Deve-se ao diretório do PMDB da Bahia a proposta que parece conciliar os interesses dos dissidentes anti-Dilma e dos peemedebistas que ainda hesitam em desembarcar do governo. Fervoroso defensor do rompimento, o baiano Geddel Vieira Lima explica o que está sendo costurado:

“Temos que sair dessa convenção com uma unidade inequívoca em torno de Michel Temer. E podemos adotar outra solução que combina serenidade e coragem: aprovaremoso encaminhamento das moções que sugerem o rompimento com o governo para o diretório nacional, com a observação de que a decisão será tomada em até 30 dias.” As conversas prosseguem.

 

Dilma, que já está fora do governo, diz que não renuncia. E volta a se atrapalhar com a lógica (REINALDO AZEVEDO)

No dia em que Deus distribuiu a habilidade política, Dilma Rousseff não entrou na fila. Estava muito ocupada estudando o ciclo de reprodução da mosquita e a civilização derivada da cultura da mandioca.

Quem foi a primeira pessoa no governo que falou a palavra “impeachment” em público? Dilma! Quem concedeu uma entrevista coletiva nesta sexta para assegurar que não renuncia? Ora, Dilma!

Vale dizer: a presidente está pensando em renunciar.

Ela afirmou uma coisa óbvia e outra errada — como sempre, tenta a síntese de paradigmas que não se cruzam.

A coisa óbvia: “A renúncia é um ato voluntário”. Concordo. Ninguém pode fazê-lo em lugar de outro. Só uma antiga Constituição da Bolívia proibia o governante de cair fora voluntariamente…

Agora a coisa errada: “Aqueles que querem a renúncia estão reconhecendo que não há uma base real para pedir o impeachment”. Trata-se de uma bobagem brutal. É como dizer que Nixon renunciou em 1973 porque não corria o risco de cair…

Eu fui o primeiro na imprensa a sugerir a renúncia apenas porque isso abreviaria o sofrimento do povo brasileiro. Como de hábito, o raciocínio da presidente não faz o menor sentido.

Mais uma vez, ela evocou a memória da militante de um grupo terrorista para justificar o presente. Indagada sobre uma suposta resignação diante do inevitável, afirmou: “Vocês acham que eu tenho cara de estar resignada? Que eu tenho gênio de estar resignada? Fui presa e torturada por minhas convicções. Não estou resignada diante de nada, não tenho essa atitude diante da vida e acredito que é por isso que represento o povo brasileiro”.

Vamos pôr os pingos nos is. Foi feita presidente pela segunda vez pela maioria relativa dos eleitores, mas já não representa o povo brasileiro, que a quer fora do poder.

Mais: deveria ter dito que foi torturada — o que é uma barbaridade em si — por suas convicções à época. Ou acaba sugerindo que as mantém ainda hoje, o que seria lamentável, não é mesmo?

De resto, naqueles tempos, havia uma ditadura no Brasil da qual Dilma discordava. Ela queria outra ditadura. Se renunciasse hoje, ela o faria numa democracia. E só seria levada a tanto porque seu partido tentou conspurcar o regime democrático com convicções cleptoditatoriais.

Num dado momento, confrontada de novo com a questão da renúncia, disse achar a pergunta “ofensiva”. Dilma chegou a esses fabulosos resultados no governo ofendendo-se fácil com perguntas… Afinal, ela é a mulher das respostas, certo?

Finalmente, foi ambígua sobre Lula ser ou não ministro. Tergiversou. Ou por outra: se ele quiser, ele será. E assumirá o ministério que lhe der na telha.

Síntese: Lula já deu o golpe. Ele está no comando, e ela é um títere de um sujeito acossado por seu passado, do qual ela própria é mera derivação.

A gente só sugere renúncia porque o governo já acabou. Mas que não renuncie, então. Que seja impichada se lhe parece mais digno.

 

Dilma descarta renúncia: 'Resignação não é comigo, não'

A presidente Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto, em Brasília (DF), nesta sexta-feira (11)(Ueslei Marcelino/Reuters)

A dois dias das manifestações programadas contra o governo e o PT em todo o país, a presidente Dilma Rousseff concedeu nesta sexta-feira uma entrevista coletiva no Palácio do Planalto para descartar a possibilidade de renunciar ao cargo. "Resignação não é comigo, não", afirmou. A petista fazia referência a notícias de que estaria "apática" diante da gravidade da atual crise política. Ao longo do pronunciamento, Dilma permaneceu firme e demonstrou uma articulação rara a seus discursos - qualidades que, se vistas mais vezes, talvez tivessem evitado que seu governo tivesse chegado tão perto do abismo.

"Solicitar minha renúncia é reconhecer que não há base para o impachment, não há base para qualquer ato contra minha pessoa. Tenho cara de quem está resignada? Tenho gênio de quem está resignada? É impossível quem me conhece achar que, pela minha trajetória, eu renuncie, eu me resigne diante de tamanho desrespeito à lei. Não tenho essa atitude diante da vida. E é por isso que eu represento o povo brasileiro, que também não é um povo resignado", disse a petista.

Ao ser questionada por jornalistas sobre uma eventual renúncia, a presidente demonstrou irritação: "Isso para mim é ofensa". Dilma desconversou sobre a nomeação do ex-presidente Lula para um ministério de seu governo - e não negou que a ideia possa ser de fato levada adiante.

 

Nos últimos dias, petistas têm defendido que Lula assuma um ministério para adquirir foro privilegiado e escapar, assim, de ser julgado pelo juiz Sergio Moro, que conduz os processos relativos à Lava Jato em Curitiba. "Teria o maior orgulho de ter Lula como ministro. Ele daria uma imensa contribuição para qualquer governo", afirmou. Questionada se a medida seria, então, adotada, Dilma foi evasiva: "Não vou discutir".  Dilma tratou ainda dos protestos convocados para domingo. Afirmou que manifestações são um momento importante para o país e que, por isso, "não devem ser manchadas por atos de violência". "Não cabe perder esse patrimônio", prosseguiu.

Fonte: G1 + veja + folha + O GLOBO

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Cerca de 80 países chegam a acordo sobre comércio eletrônico, mas sem apoio dos EUA
Brasil terá bandeira verde para tarifa de energia em agosto, diz Aneel
Wall Street termina em alta com apoio de dados de inflação e ações de tecnologia
Ibovespa avança mais de 1% impulsionado por Vale e quase zera perda na semana; Usiminas desaba
Dólar acumula alta de quase 1% na semana em que real foi pressionado pelo iene
Podcast Foco no Agronegócio | Olho no mercado | Macroeconomia | Julho 2024