Boletim Focus: Após 8 semanas de alta, mercado baixa previsão de inflação de 2016

Publicado em 29/02/2016 08:34

Após oito semanas de alta na estimativa de inflação deste ano, os economistas do mercado financeiro baixaram a previsão de inflação de 2016, ao mesmo tempo em que também previram uma retração maior do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. As previsões foram feitas na semana passada e divulgadas nesta segunda-feira (29) pelo Banco Central, por meio do relatório de mercado, também conhecido como focus.

Para 2016, a expectativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, recuou de 7,62% para 7,57%, interrompendo uma série de oito elevações consecutivas. Mesmo assim, ainda permanece acima do teto de 6,5% do sistema de metas e bem distante do objetivo central de 4,5% fixado para este ano.

Para 2017, a estimativa do mercado financeiro para a inflação permaneceu estável em 6% – exatamente no teto do regime de metas para o período, e também longe da meta central de 4,5% estabelecida para o próximo ano pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

O IPCA ganhou força no início de 2016, chegando a 1,27% em janeiro – maior taxa mensal para janeiro desde 2003, quando atingiu 2,25%. Em 12 meses, o indicador acumula alta de 10,71%.

Taxa de juros

O aumento das expectativas dos analistas das instituições financeiras para a inflação aconteceu com mais intensidade após o Banco Central manter a taxa básica de juros estável em 14,25% ao ano – o maior patamar em quase dez anos – em meados de janeiro.

Até poucos dias antes da reunião do Copom, que manteve os juros, o BC indicava que subiria a taxa Selic para tentar controlar a inflação, mas depois acabou deixando-a inalterada alegando baixo nível de atividade no Brasil e no mundo. Analistas que apontam que o BC sucumbiu a pressões políticas.

A autoridade monetária tem informado que buscará "circunscrever" o IPCA aos limites estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em 2016 (ou seja, trazer a taxa para até 6,5%) e, também, fazer convergir a inflação para a meta de 4,5%, em 2017. O mercado financeiro, porém, ainda não acredita que isso acontecerá.

Nesta semana, o Copom se reúne novamente e a estimativa dos analistas é de uma nova manutenção na taxa básica em 14,25% ao ano. Recentemente, o BC sinalizou que sua estratégia não contempla reduções na taxa de juros.

Produto Interno Bruto

Para o PIB de 2016, o mercado financeiro passou a prever uma contração de 3,45% na semana passada, contra uma retração de 3,40% estimada na semana anterior. Foi a sexta piora seguida do indicador.

Leia a notícia na íntegra no site G1.

Fonte: G1

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