Dólar sobe frente ao real com petróleo e maior aversão ao risco
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar subia frente ao real nesta terça-feira, depois de acumular queda de quase 2,5 por cento nas últimas duas sessões, refletindo a volatilidade nos preços do petróleo e em meio a incertezas políticas e econômicas no Brasil.
Às 11:41, o dólar avançava 0,50 por cento, a 3,9698 reais na venda. A moeda norte-americana chegou a recuar a 3,9390 reais na mínima do dia.
"Tivemos um período razoável de otimismo no cenário externo e hoje isso se dissipou um pouco", disse o operador de um banco nacional.
Após subirem nas últimas sessões, os preços do petróleo recuavam nesta sessão em meio a dúvidas de que o possível congelamento da produção global alivie a sobreoferta global.
O recuo limitava o apetite por ativos de maior risco nos mercados globais, que vinha ajudando o dólar a recuar frente ao real nas últimas sessões.
No cenário local, alguns investidores acreditavam que a prisão do marqueteiro João Santana teria aumentado a chance de cassação dos mandatos da presidente Dilma Rousseff (PT) e do vice-presidente Michel Temer (PMDB), o que ajudava a limitar o avanço da moeda norte-americana. Santana participou das duas campanhas de Dilma e na reeleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Muitos operadores descontentes com o governo de Dilma têm reagindo positivamente a notícias que aumentam a chance de seu afastamento. Alguns ressaltavam, porém, que eventual mudança no governo pode não resultar em um quadro favorável à aprovação de medidas de austeridade fiscal, que julgam necessárias para resgatar a confiança dos investidores.
A consultoria Eurasia Group manteve sua estimativa de chance de 40 por cento de Dilma não concluir seu mandato. Dentro desta margem, porém, passou a ver chances iguais de isso acontecer via cassação ou via impeachment, sendo que antes via chances maiores de impeachment.
Nesta manhã, o Banco Central fará mais um leilão de rolagem dos swaps que vencem em março, que equivalem a 10,118 bilhões de dólares, com oferta de até 11,9 mil contratos.
(Por Bruno Federowski)