Câmbio é luz no fim do túnel para setores como celulose e têxtil
Os indicadores mostram que a crise é grave e generalizada, mas há exceções e uma luz no fim do túnel: o câmbio.
Setores com tradição em exportar dão os primeiros sinais de que a queda na atividade já atingiu o fundo do poço e começam a se recuperar com o estímulo do dólar alto.
Um dos símbolos do processo de desindustrialização do país, o setor têxtil e de confecções deve crescer 5% em 2016. Após cair 4% em 2015, o faturamento da indústria deve voltar ao nível de 2014 graças à alta das exportações e à queda das importações.
Segundo Fernando Pimentel, diretorsuperintendente da Abit (associação do setor), a substituição de importações já começou. "Muitas confecções estão sendo procuradas por redes de varejo que querem trocar o importado pelo nacional. Algumas estão fechando contratos, mas outras ainda esbarram no preço."
De acordo com a Abit, cerca de 200 mil toneladas de tecidos e 200 milhões de peças de vestuário que eram importados serão substituídos por produtos nacionais em 2016.
Também favorecida pela alta do dólar, a exportação de têxteis deve subir de 15% a 20% neste ano, após avanço de 10% em 2015, diz Pimentel.
Com 35% da receita advinda das exportações de jeans e tecidos de algodão, a Vicunha vê espaço para aumentar as receitas externas entre 20% e 25% neste ano, segundo a diretora comercial da empresa, Anna Maria Kuntz.
"Embora parte dos custos suba com o dólar valorizado, com esse câmbio somos competitivos até com a Ásia." Também influenciado pelo dólar ao redor de R$ 4, o setor calçadista prevê aumentar com vigor as exportações em 2016 e, em até três anos, retomar o patamar de 2007.
As indústrias viram a situação começar a se inverter a partir das negociações da coleção primavera/verão, feitas em agosto e setembro e confirmadas com os embarques a partir de novembro.
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