Para analistas, pacote de crédito do governo federal é inócuo
As medidas de estímulo ao crédito terão efeito limitado na atividade econômica, segundo especialistas. Para eles, só a resolução de problemas macroeconômicos, como o fiscal, poderá começar a tirar o país da recessão.
Segundo economistas, o pacote anunciado nesta quinta (28) pelo governo é inócuo porque a demanda por crédito é muito baixa no país –reflexo do cenário de baixa confiança, alto grau de incertezas, juros altos, desemprego em alta e renda em queda.
"Qualquer política pública fica com a eficácia comprometida quando a macroeconomia está bagunçada. É difícil demandar crédito quando não se sabe para onde vão o câmbio e a taxa de juros", diz Zeina Latif, economista-chefe da XP Investimentos.
Para ela, há problemas pontuais no crédito: algumas empresas enfrentam problemas de liquidez e a oferta de empréstimos está menor, pois os bancos ficaram mais conservadores na liberação de financiamentos. "Mas a arrumação da macroeconomia é precondição para dar eficácia a essas medidas", diz.
"Do lado da oferta, o governo pode subsidiar taxas e liberar garantias, como aparentemente ele está fazendo com parte do FGTS. Mas, mesmo assim, quem quer aumentar sua dívida com a incerteza que existe?", diz o economista José Francisco de Lima Gonçalves, do Banco Fator.
"A ideia de levar o cavalo para beber à beira do lago não funciona quando o cavalo não deseja beber água", afirma Sergio Vale, economistachefe da MB Associados, numa analogia à declaração do ministro Nelson Barbosa (Fazenda), que disse em Davos, na Suíça, que levaria o "cavalo para beber água".
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