Repórter da FOLHA prova que Odebrecht fez obra em sítio ligado a Lula

Publicado em 29/01/2016 05:25
A propriedade rural, de 173 mil m² (o equivalente a 24 campos de futebol), está dividida em duas partes. Uma delas está registrada em nome de Fernando Bittar, filho de Jacó Bittar, amigo que fundou o PT com Lula. A outra pertence formalmente ao empresário Jonas Suassuna, sócio, assim como Bittar, de Fábio Luís da Silva, o Lulinha, filho do e­­x-presidente. (Por FLAVIO FERREIRA, repórter da FOLHA DE S. PAULO)

 

A ex-dona de uma loja de materiais de construção e um prestador de serviço de Atibaia (SP) afirmaram àFolha que a empreiteira Odebrecht realizou a maior parte das obras de reforma em um sítio frequentado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seus familiares.

A reforma teve início em outubro de 2010, quando Lula estava no fim de seu segundo mandato como presidente.

A Odebrecht disse que, após apuração preliminar, não identificou relação da empresa com as obras. Lula não quis comentar.

A propriedade rural, de 173 mil m² (o equivalente a 24 campos de futebol), está dividida em duas partes. Uma delas está registrada em nome de Fernando Bittar, filho de Jacó Bittar, amigo que fundou o PT com Lula. A outra pertence formalmente ao empresário Jonas Suassuna, sócio, assim como Bittar, de Fábio Luís da Silva, o Lulinha, filho do e­­x-presidente.

A Odebrecht gastou nas obras cerca de R$ 500 mil só em materiais, estima Patrícia Fabiana Melo Nunes, 34, à época proprietária do Depósito Dias, loja que forneceu produtos para a reforma no sítio.

"A gente diluía esse valor total em notas para várias empresas, mas para mim todas elas eram Odebrecht", diz.

Segundo Patrícia, que não quis ser fotografada, os trabalhos no sítio foram coordenados pelo engenheiro da Odebrecht Frederico Barbosa, que cuidou da construção do Itaquerão, estádio do Corinthians, outra obra da empreiteira.

Em entrevista à Folha, o engenheiro confirmou que trabalhou na reforma. Disse, porém, que estava de férias da Odebrecht no período, prestou serviços de graça e não sabia que o ex-presidente tinha ligação com o local.

Patrícia afirmou que abriu na loja um cadastro em nome da Odebrecht, mas, a pedido do engenheiro, emitiu notas de compras feitas pela construtora em nome de outras companhias. Parte dos materiais, admitiu ela, foi comercializada sem registro fiscal.

Como compravam muito no depósito e no sítio não havia sinal de internet, Patrícia disse ter cedido uma mesa no estabelecimento para Igenes Irigaray Neto, arquiteto responsável pela reforma. Durante os cerca de dois meses da obra, além do arquiteto, Barbosa também ia praticamente todos os dias à loja, disse Patrícia.

REFORMA

Em área arborizada, o sítio possuía antes da reforma um lago, uma estrada de acesso e uma casa antiga. Depois, ganhou nova edificação com quatro suítes e um espaço de lazer com churrasqueira.

Segundo Patrícia, os pagamentos da construtora eram feitos semanalmente. "Eu lembro que o Quico [apelido do engenheiro] ligava para um outro senhor, que orientava sobre como era para fazer as notas. Eu não tinha o telefone, o endereço, nada desse outro senhor. Só sabia que na sexta-feira às três horas da tarde ele passava lá para pagar. Os pagamentos giravam em torno de R$ 75 mil a 90 mil por semana, em dinheiro vivo".

"Era uma mala que tinha outros valores também para pagar para os pedreiros, serventes, etc. Ele ia tirando envelopes de papel pardo. Dava para ver que tinha uma organização na mala para ser rápido, pagar o pessoal em ir embora. Ele só fazia isso", diz.

Segundo Patrícia, algumas empresas já clientes da loja faziam pedidos e determinavam o sítio como local de entrega dos materiais. Ela contou que havia grande pressa para terminar a reforma até 15 de janeiro de 2011, e em certo período a loja trabalhou quase exclusivamente para a obra.

O motorista e marceneiro Antônio Carlos Oliveira Santos, 45, disse ter feito serviços de marcenaria no sítio e afirmou que os trabalhos eram chefiados por um engenheiro chamado Frederico.

"Ele [Frederico] me disse que era da Odebrecht, que a Odebrecht estava comandando aquilo. Fui pago por ele em dinheiro vivo. Me chamou a atenção a abundância de dinheiro na obra". "Todo mundo comentava que o sítio seria para o Lula, mas o Frederico nunca me disse isso".

RELAÇÃO COM EMPREITEIRA

Maior empreiteira do Brasil, a Odebrecht se aproximou de Lula quando este chegou ao poder. Durante a gestão do petista, a empreiteira participou de algumas das maiores obras do país, entre elas a construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.

A Odebrecht é acusada pela Operação Lava Jato de envolvimento em desvios na Petrobras que somam R$ 6 bilhões. O ex-presidente do grupo, Marcelo Odebrecht, está preso há sete meses.

Lula é alvo de investigação tocada pelo Ministério Público do Distrito Federal para apurar suposto tráfico de influência praticado por ele junto a políticos de outros países, principalmente da África e da América Latina, para conseguir contratos para a Odebrecht. Lula nega ter cometido irregularidades.

Na entrevista à Folha, Patrícia Nunes disse ainda que, além da Odebrecht, "várias empresas" participaram da construção.

Em abril de 2015, a revista "Veja" informou que o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro, que é amigo de Lula e um dos alvos da Lava Jato, pretendia, em uma eventual delação premiada, contar que realizou uma reforma no sítio de Atibaia a pedido de Lula. A Polícia Federal passou a investigar se a OAS beneficiou o ex-presidente.

OUTRO LADO

Questionada pela Folha sobre o fato de fornecedores da obra no sítio em Atibaia terem afirmado que a Odebrecht foi a responsável pela compra de material e realização das obras no local usado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua família, a empresa afirmou não ter relação com o terreno.

"Após apuração preliminar, a Construtora Norberto Odebrecht não identificou relação da empresa com a obra", disse por meio de sua assessoria de imprensa.

Procurado, o Instituto Lula disse que não iria se manifestar sobre o conteúdo da reportagem.

O empresário Fernando Bittar, um dos donos da propriedade rural, e que é sócio de Fábio Luís na Gamecorp, não respondeu a nenhuma das tentativas de contato feitas pela Folha.

A reportagem telefonou diversas vezes para a empresa de Bittar e enviou e-mails, mas não obteve resposta até o fechamento dessa edição.

O empresário Jonas Suassuna, sócio de Fábio Luís, filho mais velho de Lula, informou que a área que ele possui fica ao lado do sítio e não contém nenhuma das benfeitorias descritas na publicação.

"Não sou dono do sítio Santa Bárbara, sou dono do sítio ao lado. No meu terreno não há nenhuma edificação, e ele foi comprado com o meu dinheiro. Não conheço a Odebrecht. Sou só vizinho e isso não me parece crime", disse.

Nas escrituras, a área de 173 mil m² está dividida em duas partes, uma registrada em nome de Bittar e o outra no nome de Suassuna. Os dois terrenos vizinhos foram comprados em 2010, pouco antes das reformas terem início, do mesmo proprietário.

Folha não conseguiu localizar o arquiteto Igenes Irigaray Neto.

Frederico Barbosa, engenheiro da Odebrecht que participou das obras, diz que o fez por meio de outra empresa e que seu trabalho foi "apoio informal"

O sítio em Atibaia, frequentado por Lula e familiares

 

Lula mentiu sobre apartamento no Guarujá, diz vítima da Bancoop

Por MARIO CESAR CARVALHO

O ex-presidente Lula "mentiu" ao afirmar que comprou cotas de um apartamento no Guarujá, segundo Marcos Sergio Migliaccio, conselheiro da Associação das Vítimas da Bancoop. Segundo ele, não existia venda de cotas no condomínio Solaris, na praia de Astúrias, mas sim de apartamentos.

O Instituto Lula repete desde o ano passado que o ex-presidente comprara cotas do empreendimento.

"Não existe esse papo de cota. Isso é mentira. A Bancoop vendia apartamentos, com o andar e a unidade especificados", afirma Migliaccio, que é técnico em eletrônica.

O promotor José Carlos Blat, autor de uma acusação contra a Bancoop que tramita na Justiça, reafirma que não viu nenhum caso de compra de cotas no empreendimento do Guarujá.

Cotas é um sistema usado em consórcios, no qual o comprador adquire um certo bem em parcelas, e um sorteio define o bem que caberá a ele. Segundo Migliaccio, a Bancoop só usou esse sistema de cotas até 1998, 1999.

O apartamento no Guarujá foi comprado em 2005 por Lula e aparece na declaração de imposto de renda do ex-presidente do ano seguinte, com o valor de R$ R$ 47.695,38 e a seguinte especificação: "Participação em Cooperativa Habitacional (apartamento em construção no Guarujá, São Paulo)". Á época, o valor já havia sido quitado, segundo a declaração.

O apartamento que moradores e funcionários do condomínio Solaris apontam como sendo de Lula é um tríplex, com 297 m² e vista para o mar, cujo preço oscila entre R$ 1,5 milhão e R$ 1,8 milhão, segundo imobiliárias do Guarujá. O Instituto Lula nega que o ex-presidente tenha sido dono do empreendimento.

Há outra incongruência nas alegações da família Lula sobre o imóvel, ainda de acordo com o conselheiro da associação. Quando a Bancoop repassou o empreendimento para a OAS, em 2009, a empreiteira deu duas opçãos aos cooperados: eles podiam pedir o dinheiro de volta ou investir mais no apartamento, que precisava ser finalizado, agora pagando para a OAS.

O Instituto Lula emitiu uma nota em dezembro do ano afirmando que dona Marisa, a mulher de Lula, "não optou por nenhuma destas alternativas, esperando a solução da totalidade dos casos dos cooperados do empreendimento".

"Essa opção simplesmente não existia", afirma Migliaccio, levantando a hipótese de que essa alternativa foi "uma bondade" da OAS, que reformou o tríplex ao custo de R$ 770 mil, segundo a empresa que fez o serviço, a Talento Construtora.

Em nota, o advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, disse o seguinte: "Toda cooperativa funciona por meio de cotas, conforme uma lei que vale para todo o País. No caso das cooperativas habitacionais, como a Bancoop, os associados se reúnem para realizar projetos residenciais com custo mais baixo. Ao final da obra, cada cota passa a equivaler a uma unidade, que pode ou não estar predefinida".

Ainda segundo Martins, "qualquer que seja o nome que se dê a este sistema, o fato é que o ex-presidente Lula e sua família nunca foram proprietários de um apartamento tríplex no Edifício Solaris, porque optaram por pedir a devolução do dinheiro investido no projeto".

A reportagem não conseguiu contato com os advogados da OAS até este momento para comentar por que dona Marisa não precisou optar pelas duas alternativas que a empreiteira oferecera em 2009.

PREJUÍZO DE R$ 100 MI

Criada em 1996 pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, a Bancoop já foi alvo de CPI e seus diretores são réus em uma ação movida pelo Ministério Público de São Paulo, sob acusação de estelionato, formação de quadrilha, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.

A denúncia oferecida por Blat foi aceita pela Justiça em 2010. João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT que já condenado pela Operação Lava Jato a 15 anos de prisão, é um dos réus da ação. Ele tornou-se presidente da Bancoop em 2006, após ter sido diretor financeiro em anos anteriores.

Dos 56 empreendimentos feitos pela cooperativa, oito não foram concluídos, de acordo com a associação das vítimas, entre os quais o condomínio do Guarujá, que tem duas torres.

O promotor diz que as vítimas da Bancoop somam mais de 3.000 famílias e que o prejuízo causado atinge R$ 100 milhões.

O conselheiro da associação das vítimas afirma que não é coincidência que a crise da Bancoop tenha começado em 2006, quando Vaccari foi eleito presidente. Foi a partir daí que ficou claro que a cooperativa era má gerida e operava desvios que alimentaram o PT, segundo o Ministério Público.

Segundo a promotoria, não é possível calcular o valor dos desvios que teriam beneficiado o PT porque havia saques em dinheiro num caixa eletrônico que ficava dentro da cooperativa.

"Tem pagamento da Bancoop para centro espírita, para pesque-e-pague e empresas de fachada. Não tenho a menor dúvida de que tudo isso é desvio", afirma Blat.

O advogado de Vaccari, Luiz Flávio D´Urso, negou no curso da ação que seu cliente tenha participado de desvios.

O PT diz que todas as doações que recebe são legais e declaradas à Justiça Eleitoral.

 

Prédio investigado na Lava Jato vira atração turística em Guarujá (SP)

  Moacyr Lopes Junior - 23.dez.2014/Folhapress  
Prédio do condomínio Solaris, em Guarujá (SP)

Por THIAGO AMÂNCIO, ENVIADO ESPECIAL A GUARUJÁ (SP)

 

"É esse o prédio do Lula?", pergunta uma mulher ao marido ao passar diante do condomínio Solaris, na praia das Astúrias, Guarujá (SP). "Fora PT", grita um motorista de dentro de uma caminhonete.

As cenas flagradas pela reportagem na tarde desta quinta-feira (28) têm sido rotina principalmente desde que foi deflagrada a nova fase da Operação Lava Jato, a Operação Triplo X, que apura supostas irregularidades envolvendo o condomínio e a empreiteira OAS, nesta quarta (27).

O ex-presidente Lula e sua mulher, Marisa Letícia, compraram em 2005, por meio da cooperativa habitacional Bancoop, uma cota para ter um apartamento no edifício Solaris.

Em 2006, a cota, no valor de R$ 47.695,38, apareceu na declaração de bens de Lula, que concorria à reeleição. Após a cooperativa entrar em crise, o empreendimento foi transferido para a construtora OAS, em 2009. Em novembro do ano passado, a assessoria do ex-presidente afirmou que ele e sua família haviam desistido de ficar com o imóvel. Eles resgataram a cota, segundo a defesa do petista.

Para a proprietária Célia Fernandes, 49, que diz ter comprado um apartamento no condomínio em 2014, já pronto, de um corretor de imóveis, por R$ 420 mil, a situação é "revoltante". "Sei que meu apartamento está escriturado e totalmente regular. Agora fica uma situação estranha, até um constrangimento no elevador. É revoltante, tem meu suor aqui", diz a moradora de Itararé (SP), que veio passar as férias no litoral.

Ao longo da tarde, a reportagem viu uma série de curiosos no local. Uma delas é a publicitária Lia Hirakawa, que possui um apartamento na rua de trás e fotografava o prédio para mostrar aos amigos. "Sempre houve boatos de que o Lula iria morar aqui. Vim olhar um apartamento uma vez e a corretora contou isso como vantagem", diz.

  Silvia Izquierdo - 3.dez.15/Associated Press  
O ex-presidente Lula

Segundo funcionários do prédio, a vidraça foi alvo de pedras na última semana. "Tá famoso. Não param de comentar, tiram foto e tudo. Hoje pela manhã, o guia de uma excursão até parou para mostrar", conta Ailton Fidelis, 20, auxiliar de zelador do prédio vizinho.

A arquiteta Juliana Alves, 40, de Campinas (SP), alugou um apartamento no condomínio Solaris por dois dias, a R$ 500 a diária. O imóvel tem três quartos, incluindo uma suíte, banheiro, sala e cozinha. "Não é nada luxuoso, um apartamento normal. Tomara que desvalorize agora", brinca.

O irmão da leiloeira Vivian Perez, 52, comprou o apartamento na planta. Quando a entrega começou a demorar, vendeu para a irmã, em 2011. "Quando começaram a falar que o Lula moraria aqui achamos até bom, porque o prédio estaria sempre cheio de seguranças", diz ela.

O marido de Vivian, o fotógrafo Ricardo Rutkauska, 51, diz que o prédio não é de alto padrão. "Pelo contrário, já tem infiltração e os elevadores sempre quebram." Uma criança que chega ao edifício confirma: "Será que o elevador já voltou a funcionar? Não vou subir de escada de novo".

Na praia, um turista argentino proprietário de um apartamento no mesmo prédio não quis se identificar por não conhecer detalhes das investigações. "Do Lula não sei nada. Não quer falar da Cristina [Kirchner, ex-presidente da Argentina]?". 

 

Só volta ao poder limpa biografia de Lula

Por SERGIO MALBERGIER

O cerco da Justiça está se fechando. As armas serão sacadas. O lulismo, o petismo e o governismo mobilizam as tropas que restam, seus advogados, seus movimentos sociais, seus sindicatos e seus escassos simpatizantes para a guerra final.

As investigações da Lava Jato e do Ministério Público paulista sobre o triplex no Guarujá que, tudo indica, um dia seria de Lula são a maior ameaça ao ex-presidente que um dia teve mais de 80% de aprovação popular e hoje dificilmente anda pelas ruas sem a devida proteção.

Ao contrário dos outros escândalos de corrupção que marcam o currículo de Lula, desta vez as acusações envolvem sua pessoa e família diretamente, um triplex no litoral do qual seria usufrutuário e o acabamento de luxo provido por uma empresa enterrada até a cabeça no maior escândalo de corrupção do país.

Antes mesmo da Lava Jato focar a operação de ontem no célebre edifício Solaris, a força tarefa já havia encontrado uma teia de relações perigosas e obscuras em torno do prédio no Guarujá que envolve a construtora OAS, líderes petistas, uma cooperativa sindical ligada ao partido e um emaranhado de empresas offshores panamenhas.

As investigações do Ministério Público de São Paulo estão ainda mais avançadas. Testemunhas disseram que a reforma do triplex custou mais de R$ 700 mil, foi paga pela OAS e incluía itens luxuosos e exclusivos, como elevador privativo. A obra foi supervisionada por dona Marisa Letícia, esposa de Lula, o filho do casal Fabio e o próprio presidente da OAS. O zelador disse que Lula também esteve por lá olhando o apartamento. Vizinhos até reclamaram de retenção dos elevadores durante as vistas da família real petista.

Em entrevista ao "Jornal Nacional", o advogado de Lula negou que o ex-presidente ou parentes sejam donos do triplex. Perguntando então por que o apartamento teria sido reformado pela OAS e por que a reforma teria sido supervisionada pela ex-primeira-dama, ele respondeu: "Eu não tenho a menor ideia porque houve uma reforma e quem fez esta reforma." Diante dos fatos, é uma resposta inaceitável para a opinião pública, que mina o ex-presidente e sua defesa.

Na verdade, faz tempo que Lula, o PT e o governo Dilma não têm respostas. Por isso estão sendo abandonados por quem leva os fatos em consideração.

Interlocutores ligados a Dilma ouvidos pela Folha já admitem a hipótese de que as investigações acabem liquidando Lula politicamente _o que para Dilma poderia até ser um alento.

Cada vez mais emparedado, Lula só pensa na volta ao poder nos braços do povo na eleição de 2018. É o único caminho para sua redenção. Sua definitiva absolvição. E vê no governo da sua pupila os meios para seus fins.

Ele vai colocar seu bloco na rua, mesmo gerando mais instabilidade política e turbulência econômica, agravando as crises gêmeas. Já está pressionando Dilma a gastar dinheiro que o país não tem para "reanimar" a economia neste ano eleitoral pois sabe que uma derrota bruta do PT nas eleições municipais será o início do fim eleitoral da era petista.

A luta pela sobrevivência política de Lula será dura e cara. Adivinhe quem vai pagar essa conta.

Fonte: Folha de S. Paulo

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