China reduzirá preço doméstico do milho para elevar demanda e cortar importações
PEQUIM (Reuters) - A China, segundo maior consumidor de milho do mundo, vai reduzir os preços domésticos para impulsionar a demanda da indústria de processamento do grão e diminuir importações mais baratas, afirmou um membro sênior do governo nesta quinta-feira.
A China instituiu uma política de estocagem de safras para proteger a população rural de preços flutuantes e elevar a renda. Mas as reservas de milho estão agora em níveis recordes.
A demanda por suprimentos mais baratos originados no exterior subiu porque o armazenamento elevou os preços domésticos, com importações de milho e substitutos de milho tendo atingido uma alta recorde no último ano.
"Se os preços do milho fossem fixados de maneira racional, com base na oferta e na demanda, a China não precisaria importar, mesmo", disse o vice-diretor do principal órgão de política agrícola do Partido Comunista, Chen Xiwen.
Ele afirmou que o preço de importação de 1.600 iuanes (243,24 dólares) por tonelada é aceito por indústrias de processamento de milho e deveria ser considerado um nível "racional" para o milho doméstico.
O preço de importação está 20 por cento abaixo do preço de apoio estatal para o ano comercial corrente, que termina em setembro, e também é menor que o preço de 1.800 iuanes proposto anteriormente pela maior agência de planejamento da China.
O contrato futuro de milho para janeiro de 2017 na bolsa de Dalian caiu 1,95 por cento na quinta-feira, para 1.540 iuanes por tonelada.
Ainda assim, alguns comerciantes se opõem aos cortes, dizendo que eles irão reduzir a renda dos produtores e causar perdas ao governo, que paga mais de 2 mil iuanes por tonelada pelas reservas.
(Por David Stanway e Niu Shuping)