Preço do petróleo afeta mais o Brasil que ritmo da China, diz presidente do Bradesco

Publicado em 25/01/2016 06:46

Luiz Carlos Trabuco, presidente do Bradesco, acredita que "o preço do petróleo está tendo e vai ter um impacto muito mais explosivo do que a desaceleração chinesa" sobre a economia global e especialmente a brasileira. 

Em Davos para o Fórum Econômico Mundial, Trabuco disse à Folha que "não podemos ter um governo unicamente em cima do ajuste fiscal". Entre as possibilidades de ação para o governo, o executivo sugere aumentar a liquidez do sistema bancário, reduzindo compulsório.

A justificativa para isso, apesar da inflação tão alta, é que não há demanda. 

Trabuco descarta maiores problemas para empresas com dívida em dólar neste ano, mesmo com a alta do câmbio. "Houve um alongamento das dívidas por um grande grupo para 2015, 2016 e 2017. Em 2018, 2019 aumenta o volume."

Folha - Qual a sua impressão do Fórum, em meio à derrocada da China e à queda do preço do petróleo, com projeções de que caia ainda mais? A volatilidade em razão da China vai continuar?

Luiz Carlos Trabuco - Vai, e a estabilização das Bolsas, dos preços dos ativos e das commodities vai ser no fundo do poço. Houve uma mudança de patamar, de modelo na China. 

Vai ser pior neste ano? Vai, porque agora ela vai comprar menos e a um preço mais baixo. Na hora do ajuste, isso pode doer mais às suas empresas e ao mundo, pelo peso que a China tem. Fica por um tempo?

Sim, entramos num túnel de grande ajuste.

O preço do petróleo está tendo e vai ter um impacto muito mais explosivo do que a desaceleração chinesa. Caiu de US$ 110, US$ 120 para US$ 30. Algumas casas diziam há dias que pode chegar a US$ 20, e aqui ouvi que pode ir a US$ 10.

Ouvi em Davos de um ministro de país árabe que pretendem diversificar. Será que eles e a Venezuela terão tempo para diversificar? Isso poderá ter impacto também no sistema bancário.

Imagine o Canadá, onde o setor é fundamental. Como ficará a indústria do etanol? A do shale gas [gás de xisto]?

A Petrobras é ainda mais afetada [que outras companhias], pelos outros problemas que tem. O problema do petróleo bate no risco de crédito das empresas e dos países no mundo todo.

Leia a notícia na íntegra no site Folha de S.Paulo.
 

Fonte: Folha de S.Paulo

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