Dólar sobe 0,51% no Brasil depois da fala de presidente do BC

Publicado em 19/01/2016 17:07

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou em alta em relação ao real nesta terça-feira, novamente pressionado pela volatilidade nos preços do petróleo e por preocupações locais, mas expectativas de estímulos econômicos na China limitaram o avanço.

O dólar avançou 0,51 por cento, a 4,0549 reais na venda, após atingir 3,9995 reais na mínima da sessão.

"O mercado abriu com bom humor por causa da China, mas aproveitou para comprar (dólares) quando o petróleo voltou a cair", explicou o operador da corretora Spinelli José Carlos Amado. "Neste início de ano, o dólar tem estado confortável nesses patamares, um pouco acima de 4 reais".

O contrato do petróleo Brent recuperou-se nesta terça-feira após atingir as mínimas em 12 anos, mas o contrato norte-americano passou a cair e recuava cerca de 3 por cento durante a tarde.

O dólar chegou a recuar com firmeza logo no início dos negócios, após a economia chinesa crescer em 2015 no ritmo mais fraco em 25 anos. Os mercados financeiros globais reagiram favoravelmente, sob expectativas de que Pequim combata a desaceleração com novos estímulos.

"Os dados da China apontam para uma desaceleração, mas gradual, que deve ser acompanhada de mais estímulos por parte das autoridades do país", escreveram analistas da corretora Guide Investimentos em nota a clientes.

Operadores ressaltaram que as perspectivas para o mercado brasileiro continuam difíceis, em meio a incertezas sobre o cenário político e econômico local. Nesta manhã, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, alimentou as dúvidas do mercado ao aumentar as chances de que o BC promova um aumento menor dos juros básicos ou até mesmo deixe-os inalterados.

"Não dá para operar pensando no médio prazo. O mercado está preso no curtíssimo prazo", disse o operador de uma corretora internacional.

O BC brasileiro realizou nesta manhã mais um leilão de rolagem dos swaps cambiais que vencem em 1º de fevereiro, vendendo a oferta total de até 11,6 mil contratos. Até o momento, a autoridade monetária já rolou o equivalente a 6,762 bilhões de dólares, ou cerca de 65 por cento do lote total, que corresponde a 10,431 bilhões de dólares.

(Por Bruno Federowski)

Fonte: Reuters

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