Dólar sobe 1,19% e vai a R$ 4,0458, por preocupações com China e petróleo
Por Bruno Federowski
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar subiu nesta sexta-feira, voltando a fechar acima dos 4 reais, em uma sessão marcada por intensa aversão a risco nos mercados globais diante de preocupações com a saúde da economia chinesa e com o tombo dos preços do petróleo.
O dólar avançou 1,19 por cento, a 4,0458 reais na venda, acumulando alta de 0,14 por cento na semana. Na véspera, a moeda norte-americana havia fechado abaixo de 4 reais pela primeira vez em uma semana.
"Os mercados globais como um todo sofreram muito hoje, é um dia de pânico. Na realidade, é um pouco surpreendente que o dólar tenha subido só isso aqui", afirmou o gerente de câmbio de uma corretora nacional.
O índice acionário de Xangai encerrou esta semana no menor nível desde dezembro de 2014, pressionado por dados de crédito piores que o esperado. O tombo das ações chinesas vem alimentando preocupações com a saúde da segunda maior economia do mundo e reduzindo a demanda por moedas ligadas a commodities.
Outro motivo para apreensão foi a queda dos preços do petróleo às mínimas em doze anos. Após algum alívio na sessão passada, a commodity voltou a desabar nesta sexta-feira em meio a expectativas de maior oferta com a possível suspensão de sanções internacionais contra o Irã nos próximos dias.
O dólar disparou mais de 2 por cento e atingiu uma nova máxima histórica em relação ao peso mexicano.
"Mais uma vez, o movimento global é de alta do dólar. A tranquilidade de ontem durou pouco", disse o operador da corretora Intercam Glauber Romano.
No cenário local, investidores continuaram apreensivos em relação à estratégia do governo para enfrentar a crise econômica. Dúvidas sobre o comprometimento do governo com o ajuste fiscal e os próximos passos da política monetária sustentavam a cautela.
A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta manhã que não há contradição entre a expansão do crédito concedido por bancos públicos e a atual política monetária apertada.
O BC brasileiro realizou nesta manhã mais um leilão de rolagem dos swaps cambiais que vencem em 1º de fevereiro, vendendo a oferta total de até 11,6 mil contratos. Até o momento, a autoridade monetária já rolou o equivalente a 5,636 bilhões de dólares, ou cerca de 54 por cento do lote total, que corresponde a 10,431 bilhões de dólares.