Barbosa repete a investidores que foco da política econômica será ajuste fiscal

Publicado em 21/12/2015 11:02

BRASÍLIA (Reuters) - O novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, reforçou nesta segunda-feira que a direção da política econômica continua a mesma após assumir o comando da pasta no lugar de Joaquim Levy, com foco em ajuste fiscal e redução da inflação, em meio à reação negativa do mercado sobre sua nomeação.

Em teleconferência com investidores feita antes mesmo da sua posse, que ocorrerá às 17h, Barbosa procurou dissipar os temores do mercado com seu nome, visto como menos comprometido com o reequilíbrio das contas públicas.

A preocupação com um ajuste fiscal mais frouxo alimentava a alta do dólar e dos contratos de juros futuros nesta segunda-feira, com agentes apontando possível relutância do novo ministro em cortar gastos e aumentar impostos.

Durante a teleconferência, Barbosa repetiu o compromisso com a meta de superávit primário equivalente a 0,5 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2016 e defendeu a reforma da Previdência, considerada "crítica".

Para ele, há um "consenso crescente" sobre a necessidade de inclusão do critério de idade na concessão de aposentadorias. Barbosa disse ainda que o governo quer não apenas mandar uma proposta ao Congresso Nacional, mas efetivamente aprová-la para tornar o sistema previdenciário mais sustentável.

A respeito do câmbio, o novo titular da Fazenda afirmou que a ação do governo visa reduzir a volatilidade, apontando que o câmbio flutuante é melhor para absorver choques.

Ele também defendeu as reservas internacionais do país, hoje na casa de 370 bilhões de dólares, como um seguro contra choques internacionais, avaliando que elas não devem ser usadas para financiar investimentos.

A escolha de Barbosa, anunciada na sexta-feira, foi entendida como uma clara sinalização de que a presidente Dilma Rousseff pretende promover mudanças na política econômica. Barbosa tem um pensamento mais alinhado ao de Dilma, com maior foco na retomada do crescimento em meio ao agravamento da recessão e da crise política.

Fonte: Reuters

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