DATAFOLHA: Aécio lidera; Lula é o mais rejeitado; Dilma tem 65% de reprovação

Publicado em 20/12/2015 04:08
Aécio tem 26%; Lula e Marina disputam a segunda posição com 20% e 19%, respectivamente.

A três anos da disputa, o senador e presidente nacional do PSDB, Aécio Neves (MG), lidera as pesquisas que simulam eleição para presidente da República nos dois cenários testados com seu nome pelo Datafolha.

Sem Aécio no páreo, a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva (Rede) aparece numericamente à frente do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas em situação de empate técnico.

Aécio alcança 26% no cenário que tem o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, como candidato do PMDB.

Lula e Marina disputam a segunda posição com 20% e 19%, respectivamente.

A margem de erro do levantamento é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Numa simulação em que o candidato do PSDB passa a ser o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, Marina Silva aparece em primeiro lugar com 24%, enquanto Lula, em empate técnico com sua ex-subordinada, alcança 21%.

O tucano fica em terceiro lugar, com 14%.

Dessa vez, o Datafolha listou nos cartões de resposta da pesquisa os nomes do ex-ministro e ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) e do deputado federal Jair Bolsonaro (PP).

O primeiro, que nos últimos dias deu entrevistas fazendo uma defesa contundente do mandato da presidente Dilma Rousseff, alcançou 6% ou 7% das intenções de voto, conforme o cenário oferecido aos entrevistados.
O segundo, defensor da ditadura (1964-1985) e adepto do impeachment de Dilma Rousseff, marcou 4% ou 5%.

O Datafolha também testou cenários alternando nomes do PMDB na simulação de eleição presidencial. Mas não constatou diferença significativa nos resultados.

Num dos cenários, o vice-presidente da República, Michel Temer, alcança 2% das intenções de voto. Em outro, fica com apenas 1%, numericamente atrás dos 2% de Luciana Genro (PSOL) e dos 2% de Eduardo Jorge (PV).

Os mesmos percentuais ocorrem quando o candidato peemedebista à Presidência é o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes.

REJEIÇÃO

A pesquisa Datafolha mostra ainda que Lula é líder isolado em rejeição.

Quase metade dos brasileiros (48%) afirmam que não votariam no ex-presidente de jeito nenhum.

Em segundo lugar, empatados com 26%, estão Aécio e Temer. Alckmin é rejeitado por 21%. Marina Silva, Ciro Gomes e Jair Bolsonaro foram citados por 17%.

Nesta rodada, o instituto realizou 2.810 entrevistas em 172 municípios em todo o país. O levantamento foi feito nos dias 16 e 17.

 

Datafolha mostra pequena recuperação da presidente

Pesquisa Datafolha realizada nos dias 16 e 17 apresenta sinais de recuperação da imagem da presidente Dilma Rousseff.

Uma melhoria modesta. Insuficiente, ao menos por enquanto, para tirar a petista das cordas. Mas suficiente para dizer que ela se afasta do auge da crise de popularidade.

Depois de atingir o pico de 71% em agosto, a desaprovação ao governo Dilma recuou duas pesquisas seguidas e voltou ao patamar de 65%.

Os seis pontos a menos colocam a petista na mesma situação de junho: o terceiro pior patamar desde a posse do primeiro mandato, 2011.

Uma tendência oposta, de algum crescimento, pode ser observada na taxa de aprovação. Depois de atingir o piso de 8% em agosto, o contingente dos que classificam o governo como bom ou ótimo oscilou para 10% no fim de novembro. E agora, com nova oscilação positiva, 12%.

Na comparação com agosto, a aprovação a Dilma ficou estagnada em 5% entre os mais jovens (16 a 24 anos), mas subiu nas outras faixas etárias e em todos os segmentos de renda, região e escolaridade.

As maiores variações foram entre os mais velhos (60 anos ou mais), de 13% para 21%; entre os que têm de 45 a 54 anos, de 8% para 15%; e entre os moradores do Nordeste, de 10% para 17%.

Apesar da melhoria, ela continua próxima do que pode ser entendido como o fundo do poço da popularidade. A taxa apurada em agosto (8%) foi, numericamente, a mais baixa da série histórica do Datafolha. Até então, o pior patamar era o do ex-presidente Fernando Collor na véspera de seu impeachment, em setembro de 1992 (9%).

Além de lutar contra o impeachment, cujo pedido foi aceito pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no início de dezembro, Dilma enfrenta desorganização na sua base de apoio no Congresso, retrocesso na economia, com a combinação de recessão e inflação, e manifestações de rua.

Mesmo os protestos em defesa de seu mandato carregam críticas à gestão. Nos atos anti-impeachment organizados em várias cidades na quarta (16), parte dos presentes levantou bandeira contra a política econômica liderada pelo recém-trocado ministro da Fazenda Joaquim Levy.

Outro fator de desgaste é a Operação Lava Jato, que investiga corrupção na Petrobras e outros setores. Entre suspeitos e condenados há vários aliados e correligionários da petista, como o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e o ex-líder do governo no Senado Delcídio do Amaral (PT-MS), ambos presos.

DESAFOGO

Há ainda outros indícios do desafogo de Dilma. A taxa dos que entendem que ela deveria renunciar continua majoritária. Mas recuou de 62% para 56% em 21 dias. 

Tendência parecida pode ter ocorrido com a torcida pelo impeachment.

Até o fim de novembro, o Datafolha perguntava se as pessoas defendiam a abertura do processo. Em abril, 63% respondiam sim. Em junho, 66%. Depois, 65%.

Se dois terços dos deputados votarem contra Dilma, pela abertura do processo de impeachment, a matéria vai para o Senado. Dilma será afastada se, então, mais da metade dos senadores aceitar a peça enviada pela Câmara. Para que ela perca o cargo de maneira definitiva são necessários os votos de dois terços dos 81 senadores.

Esse rito foi estabelecido na quinta (18) pelo Supremo.

O Datafolha investigou ainda a aprovação do Congresso e a opinião dos brasileiros em relação à possibilidade de cassação de Eduardo Cunha.

Nesses dois casos, não há alteração relevante em relação à pesquisa anterior. O Congresso continua sendo avaliado como ótimo ou bom por apenas 8%. E a torcida pela cassação de Cunha oscilou de 81% para 82%.

No longo prazo, os brasileiros são otimistas. Com 2.810 entrevistas e margem de erro de dois pontos, a pesquisa constatou que 87% concordam com a genérica afirmação de que o Brasil "tem jeito".

 

 

Fonte: Folha de S. Paulo + Datafolha

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