Dilma aplaude Kátia Abreu por ter jogado vinho na cara de José Serra (POR MONICA BERGAMO)

Publicado em 14/12/2015 02:35
Na FOLHA DE S. PAULO + VEJA.COM

Dilma Rousseff aplaudiu a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, que jogou vinho na cara do senador José Serra (PSDB-SP) na semana passada, depois que ele a chamou de "namoradeira". "Como mulher, a presidente se sentiu representada", diz integrante da equipe da petista.

QUE VINHO?
Já o vice-presidente Michel Temer, que estava no jantar em que ocorreu o desentendimento da ministra com Serra, diz que nem sequer percebeu o bafafá. "Sabe que eu nem vi?", afirmou ele à coluna.

  Alan Marques/Bruno Poletti/Folhapress  

A ministra Kátia Abreu e o senador José Serra, que discutiram em jantar

 

Katia Abreu ou José Serra: quem é o machista dessa história? (por Leandro Narloch, de veja.com)

Só quem vê problemas no termo "namoradeira" se ofenderia em ser chamado assim

Feministas apoiaram a reação da ministra Katia Abreu, que jogou vinho no senador José Serra depois que ele a chamou de “namoradeira”. A própria ministra disse, para a imprensa, que Serra foi “arrogante e machista”.

Discordo. Se houve machismo, foi da parte de Katia Abreu.

Serra usou o termo tentando descontrair, sem achar que ofenderia a colega. Converge, assim, com a opinião das feministas, para quem não há problema nenhum em ser “namoradeira”, para usar o termo mais ameno. Uma bandeira das feministas de hoje, como as que participam da Marcha das Vadias, é justamente nos convencer que não deve haver preconceito com mulheres desse tipo.

Se Katia Abreu se ofendeu com um termo tão inocente como “namoradeira” (inocente e até meio carola, que uma avó usaria para falar da neta), é porque vê nele um significado negativo. Isso é machismo, senhora ministra! Para de fato defender as mulheres, Katia Abreu deveria ter respondido “nunca me enxerguei assim, mas obrigado”. Ou, ainda melhor, “sou sim, com muito orgulho”.

@lnarloch

 

Para Serraglio, nomeação de Edinho é outra razão para impeachment

Serraglio: sem blindagem

Ex-relator da CPI dos Correios, que comprovou o mensalão, Osmar Serraglio (PMDB) foi eleito para a comissão especial do impeachment.
Além das pedaladas e dos decretos aumentando gastos sem autorização do  Congresso, o deputado defende o impedimento de Dilma Rousseff em função da nomeação de seu ex-tesoureiro Edinho Silva como ministro da Secom.

Para Serraglio, Dilma nomeou Edinho para blindá-lo e evitar que ele, citado  em delações da Lava-Jato, ficasse à mercê da primeira instância. Leia-se: nas mãos de Sérgio Moro. Tal ato, na visão do deputado, enquadra-se em uma das definições legais de crime de responsabilidade, a de “proceder de modo incompatível com a dignidade, a honra e o decoro do cargo”.

Impeachment: PSDB vai tirar o foco das pedaladas

O PSDB decidiu centrar fogo no fato de Dilma ter assinado os decretos de suplementação de gastos sem passar pelo Congresso, considerado crime irrefutável. A intenção é deixar de lado as pedaladas, que estão sendo usadas pela petista, numa explicação para lá de criativa,
para dizer que tentam apeá-la do poder porque construiu casas populares.

 

“A queda dos caídos” e outras cinco notas de Carlos Brickmann

Publicado na Coluna de Carlos Brickmann

A discussão sobre o impeachment, de certa forma, não tem sentido. Ninguém vai derrubar um governo que já está no chão. A presidente mora no palácio, usa o avião presidencial, tem um bom cartão corporativo. Mas governar não governa.

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, seu adversário mais visível, é um morto político adiado, com muito passado e zero de futuro. Está acossado pelo Ministério Público, preso a explicações em que é difícil acreditar, defendido por aliados de ocasião, prontos a abandoná-lo; e envergonhados por estar a seu lado. Pois este deputado encurralou a presidente. Para enfrentá-lo, Dilma transformou sua Presidência na Geni de Chico Buarque: “pra tudo que é nego torto, do mangue e do cais do porto”, deu empregos na Esplanada. Tenta garantir um terço dos deputados para salvar-se do impeachment ─ pois é, 171. E, cedendo tudo o que cedeu, nas últimas votações teve só um tiquinho a mais. Não chega a 200 deputados num plenário de 513; perde uma votação atrás da outra; parece sonada.

No boxe, há derrotas por pontos, há derrotas por nocaute; e há o nocaute técnico, quando o treinador joga a toalha, considerando que o boxeador está sem condições de continuar a luta. Dilma está sem condições de continuar a luta. É surrada impiedosamente por um adversário que se preocupa com ela apenas parte do tempo, porque a outra parte, muito maior, tem de usar para salvar a própria pele. Salvar, no caso, não é manter o mandato: é livrar-se do japonês da Federal.

Para os dilmistas, é hora de jogar a toalha e preservar a pessoa que defendem.

A onça bebe água

O ex-presidente Lula deve depor nesta quinta-feira, 17, na Polícia Federal, em Brasília. Objetivo: ouvi-lo sobre a suspeita de compra de medidas provisórias editadas em seu governo, investigada pela Operação Zelotes. Segundo o delegado Marlon Oliveira Cajado dos Santos, Lula deverá prestar esclarecimentos sobre “fatos relacionados ao lobby realizado para a obtenção de benefícios fiscais para as empresas MMC Automotores, subsidiária da Mitsubishi no Brasil, e o Grupo CAOA (fabricante de veículos Hyundai e revendedor das marcas Ford, Hyundai e Subaru), bem como outros eventos relacionados a essas atividades”.

Prepare-se, caro leitor: se alguém mexe com Lula, o PT se eriça e se pinta para a guerra.

Na lei ou na marra

Na terça, dia 8, quando ficou claro que o governo seria derrotado no Congresso, a tropa de choque petista optou pelo confronto físico, tentando matar a sessão. O sempre atento colunista Ucho Haddad (www.ucho.info), analisando os vídeos, localizou o deputado federal Zeca do PT, ex-governador de Mato Grosso, gritando com seus companheiros para que destruíssem as urnas. “Quebrem as máquinas, quebrem as máquinas!”

Refrescando a memória, foi Zeca do PT que apresentou a Lula o empresário José Carlos Bumlai, preso na Operação Lava Jato. Só que, com ou sem urna, a votação ocorre. E Dilma não tem os votos.

Três por um

São incorretas as notícias de que o banco BTG-Pactual, de André Esteves (preso pela Operação Lava Jato), recebeu R$ 2 bilhões do Fundo Garantidor de Crédito. O crédito oferecido ao BTG-Pactual é o triplo, de R$ 6 bilhões.

Como lembra o presidente de honra da Federação do Comércio de São Paulo, José Papa Jr., é o segundo socorro bilionário do Fundo em pouco tempo. O Pan Americano, banco de Sílvio Santos, estava mal. A Caixa comprou parte do banco por R$ 700 milhões, o Fundo Garantidor de Crédito entrou com perto de R$ 5 bilhões, e Esteves pôs pouco menos de R$ 500 milhões. Foi o que menos gastou, mas ficou como controlador, tendo a Caixa como minoritária.

Deve ser, como um certo filho famoso, o Ronaldinho dos Negócios. E tem quem lhe faça ótimos passes.

A água… 

Sabe por que, tantos anos depois da data prevista para a conclusão das obras, o canal de transposição das águas do São Francisco não ficou pronto? A resposta deve ser dada pela Operação Vidas Secas, que começou na sexta-feira com 24 mandados de busca e apreensão e quatro prisões em nove estados. As suspeitas a investigar envolvem o consórcio OAS/Galvão/Barbosa/Melo/Coesa; e há ligações entre essa investigação, a Vidas Secas, e a Operação Lava Jato.

Numa das secas do Nordeste, o imperador D. Pedro II prometeu vender até a última joia da Coroa para levar água à região. O mundo evoluiu muito desde os tempos do imperador. Hoje as joias da Coroa não dariam nem para o pixuleco.

…e sangue

Houve época, em São Paulo, em que era perigoso transitar por certas ruas do centro quando se realizava alguma operação policial: sacos de relógios contrabandeados choviam nas calçadas, tentativa dos contrabandistas de livrar-se das provas.

As coisas se sofisticaram: quando a Polícia Federal bateu à porta da Hemobrás no Recife, sacos de dinheiro voaram pela janela ─ e justo pela janela da diretoria. A Hemobrás, veja só, é uma empresa estatal, do Ministério da Saúde, cujo trabalho é reduzir a dependência externa do Brasil no setor de derivados do sangue. E é exatamente lá que há vampiros sugando verbas.

O diretor da Hemobrás, Rômulo Maciel Filho, foi indicado pelo senador Humberto Costa, do PT.

Fonte: Folha de S. Paulo + VEJA

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