"O Brasil não pertence ao PT". Hélio Bicudo discursa e acusa PT de devastar o País...
SÃO PAULO - Num discurso duro, Hélio Bicudo --fundador do PT e um dos autores do pedido de impeachment acatado pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ)-- acusou os petistas de terem "devastado o país em nome de uma causa espúria".
Ele disse que o Brasil não pertence ao PT, a Dilma Rousseff e a Lula, mas "a um povo que quer democracia verdadeira e não um arremedo que o PT quer impor".
Bicudo disse que a democracia será alcançada pela Constituição, e que as manobras contábeis da presidente, as chamadas "pedaladas fiscais", são motivo para afastamento.
E finalizou: "O povo exige que os parlamentares cumpram o seu dever e façam cumprir a Constituição, afastando a presidente. Nossos corações transbordam com o sentimento de justiça, e na boca do povo há uma só palavra: impeachment".
Brasilia agora à tarde... Não adiantou a censura nas redes sociais...
em SP
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Movimentação na av Paulista durante manifestação pelo impeachment de Dilma | Crédito: Danilo Verpa/Folhapress
- 15h35
SÃO PAULO - "O que se ouviu nesses últimos 13 anos é que as famílias tinham medo. Em 2015, mostramos que o povo brasileiro não tem medo de ir às ruas", diz Fernando Holoday, do MBL.
O "esquenta" dos protestos a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff já reuniu manifestantes em pelo menos dez capitais, além do Distrito Federal. O objetivo de organizadores como o Vem pra Rua e o Movimento Brasil Livre (MBL) é utilizar os atos deste domingo como um preparativo para manifestações maiores.
Os manifestantes já foram às ruas em Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Belém, Maceió, Florianópolis e Ribeirão Preto, entre outras cidades. A maior parte dos protestos até agora reuniu poucos milhares de pessoas, número bem menor do que nos atos anteriores, que levaram milhões às ruas. Os eventos deste domingo foram convocados às pessas, depois que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), acolheu o pedido de impeachment contra Dilma, no dia 8.
Em Brasília, a manifestação reuniu cerca de 3 000 pessoas e foi dispersada por uma forte chuva, por volta de meia dia e meia. Em São Paulo, a Fiesp distribui 20 000 patos infláveis na avenida Paulista como parte da campanha "Não vamos pagar o pato".
Apesar do público menor, os movimentos apostam novamente na pulverização dos atos Brasil afora. E em mobilizações maiores no ano que vem. A expectativa de que o agravamento da crise financeira infle as futuras manifestações levou os parlamentares da oposição a defender a manutenção do recesso, o que faria com que o processo de destituição se arrastasse até fevereiro de 2016. O Planalto, por sua vez, conta com o clima de fim de ano para esvaziar o ato e pretende colocar um ponto final na discussão o quanto antes. Tanto um lado como o outro consideram que o agravamento da crise e os desdobramentos da Lava Jato têm o potencial de inflamar as ruas.