Reação da sociedade indica que o fim do governo é a melhor saída (por REINALDO AZEVEDO)

Publicado em 03/12/2015 17:03
"Se existe alguma chance de instabilidade, ela deriva justamente é do risco de continuidade de um governo que rompeu seus vínculos com a sociedade brasileira"

 

A reação da sociedade ao anúncio da possibilidade do impeachment — os brasileiros estão em paz, e o que se colhe são manifestações de alegria — e de uma parcela desta sociedade, os mercados, indica o óbvio: o país conta com instituições sólidas, capazes de absorver o impacto — positivo! — da saída da presidente.

Golpe, crise institucional, convulsões… Esse vocabulário é estranho à realidade em curso. Se existe alguma chance de instabilidade, ela deriva justamente é do risco de continuidade de um governo que rompeu seus vínculos com a sociedade brasileira.

O Brasil cobra de Dilma e do PT uma reparação à altura do agravo. E o preço mínimo que eles têm a pagar é deixar o governo, sem prejuízo das consequências penais pelo muito mal que fizeram à quase totalidade dos 200 milhões de brasileiros.

Saia enquanto há solução pacífica para a crise, Dilma!

(por REINALDO AZEVEDO)

 

Luzes de Natal?

Cunha ‘pinta’ Câmara de verde e amarelo

Horas depois da leitura, no plenário da Câmara, da decisão de Eduardo Cunha admitindo o início da tramitação do pedido de impeachment contra Dilma Rousseff, a cúpula da Casa apareceu “pintada” de verde e amarelo graças a uma iluminação especial.

 

Setúbal não queria impeachment; já os investidores do Itaú…

Ação do Itaú, de Setúbal, disparou após pedido de impeachment

Em uma entrevista concedida à “Folha de S. Paulo” em agosto, o presidente do Itaú, Roberto Setúbal, fez uma das defesas mais enfáticas entre o empresariado da manutenção do mandato da presidente Dilma Rousseff.

Os investidores do banco, no entanto, parecem discordar. Hoje, em meio à euforia do mercado financeiro após o acolhimento do pedido de impeachment por Eduardo Cunha, as ações do Itaú dispararam.

Subiram 6,35%, na quarta maior alta do Ibovespa, que avançou 3,3%. A valorização foi maior, inclusive, que a das ações preferenciais da Petrobras (+6,12%).

 

Lula diz que impeachment é "insanidade" de Cunha e que interesses do país têm de prevalecer

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou nesta quinta-feira de "insanidade" a decisão do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de aceitar pedido de abertura de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.

Após se reunir com o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), Lula disse que Cunha não deveria colocar um problema pessoal acima dos interesses do país e afirmou que integrantes da oposição viram na decisão do presidente da Câmara a chance de realizar um "terceiro turno" da eleição presidencial do ano passado.

 

PT desiste de recorrer da decisão de Cunha no STF e finge que o fez por causa de Gilmar Mendes

A má-fé petista é um troço sem limites. Deputados petistas haviam protocolado um mandado de segurança no Supremo contra a decisão de Eduardo Cunha que deu início à tramitação da denúncia contra Dilma Rousseff, mas desistiram. E o fizeram depois que o ministro Gilmar Mendes foi sorteado relator. A notícia está no Radar.

Muito bem. Os petistas fingem que estão retirando o recurso porque, afinal, Gilmar lhes seria um ministro hostil, como se fosse mera questão de gosto. Como se, com um outro qualquer, eles levassem alguma chance. E é claro que não.

Ora, nada menos de duas liminares — de Teori Zavascki e Rosa Weber — decidiram que caberia a Eduardo Cunha, e só a ele, a palavra final.

Mais: para admitir uma denúncia, nesse caso, basta que o presidente da Câmara forme a sua convicção com base dos argumentos apresentados — que têm de estar amparados, claro, em lei. E eles estão. Fim de papo.

Os petistas sabem que não havia a menor chance de o Supremo se meter nessa história, até porque estaria proibido de fazer julgamento de mérito: trata-se apenas de saber se Cunha pode ou não pode fazer o que fez. E é claro que pode.

A argumentação de que as pedaladas não foram dolosas é uma tolice. Basta que ações da presidente transgridam, como transgrediram, a Lei 1.079.

Os petistas desistiram da ação porque ela não tinha fundamento.

 

Gilmar nega pedido de petistas para retirar ação e indefere liminar

O ministro Gilmar Mendes, do STF, indeferiu petição de três deputados petistas que queriam retirar um mandado de segurança contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Mendes alegou que o advogado Jonatas Moreth Mariano não tinha poderes para desistir de uma ação, que requer uma procuração específica.

Além disso, ele indeferiu liminar para sustar a tramitação do impeachment na Câmara.

Dupla derrota para Dilma e para o PT. Fora o vexame.

 

PMDB inicia ‘guerra’ por cadeiras na comissão do impeachment

Leonardo Picciani, líder do partido, tentou escalar deputados dispostos a salvar o mandato de Dilma Rousseff na comissão especial e rachou a bancada - Por Marcela Mattos e Felipe Frazão, na VEJA.com:

Peemedebistas chegaram a propor a Picciani fazer um sorteio dos oito deputados – medida de pronto rechaçada por ele. Em seguida, alguns deles reuniram-se sem o líder em busca de uma alternativa e passaram a disparar ofícios em papel timbrado da Câmara formalizando a intenção de integrar o colegiado.

Antes aliados de primeira hora, Picciani e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), se afastaram em meados deste ano. O motivo foi justamente o fato de estarem em lados opostos sobre o apoio ao governo. Na manhã desta quinta-feira, em uma tentativa de reaproximação, o líder do PMDB se reuniu com Cunha em seu gabinete.

A família de Leonardo Picciani fez campanha pelo adversário de Dilma nas eleições de 2014, o senador Aécio Neves (PSDB-MG). Um dos caciques do PMDB fluminense, o pai dele e presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, Jorge Picciani, era um dos líderes do movimento “Aezão”, que militava pela eleição do tucano e do governador Luiz Fernando Pezão. Neste ano, porém, Jorge Picciani costurou uma aproximação com o Palácio do Planalto.

Leonardo Picciani virou interlocutor do governo e despontou como possível candidato à sucessão de Eduardo Cunha na presidência da Câmara. Jorge Picciani também emplacou o filho caçula, Rafael Picciani, como secretário do prefeito carioca, Eduardo Paes. Favorecidos com recursos federais para obras das Olimpíadas de 2016, Pezão e Paes são defensores declarados da manutenção da aliança do PMDB com o PT e também se posicionam publicamente contra o impeachment. A ala fluminense do PMDB é uma das antagonistas do vice Michel Temer no partido.

Impeachment – Suspender o recesso é truque do governo para tirar a sociedade do debate

É evidente que as oposições e aqueles que reconhecem que o impeachment é a melhor saída para o país têm de repudiar a ideia de suspender o recesso para antecipar o desfecho da crise.

Não por acaso, a tese, que chegou a contar com alguma simpatia de representantes da oposição, foi abraçada com entusiasmo pela base governista e por ministros.

Jaques Wagner (Casa Civil), Ricardo Berzoini (Secretaria do Governo) e Sibá Machado, líder do PT na Câmara, acham a ideia excelente.

A razão é simples: digamos que a Câmara procedesse ainda neste ano a uma votação para autorizar o Senado a abrir o processo de impeachment… É claro que não seria aberto.

Atenção! Os que defendem o impeachment de Dilma precisam de 342 votos; o governo, de apenas 171. Quem, hoje, levaria vantagem?

Mais: Lula concedeu uma entrevista há pouco — escreverei um post a respeito. Ele e o PT querem fazer crer que o embate se dá entre Eduardo Cunha e Dilma.

Errado! O embate se estabelece entre Dilma e a sociedade. A reação dos mercados evidencia que temos hoje um governo que sufoca o país.

Os brasileiros precisam debater o impeachment. Não é um assunto que diga respeito apenas ao Congresso. Diz respeito ao Brasil.

“Ah, o Brasil não pode ficar esperando…” Ora, se a alternativa é a continuidade de Dilma, melhor a esperança.

Fonte: Blog Reinaldo Azevedo, veja.com

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