Mercado financeiro reage bem ao pedido de impeachment de Dilma acolhido na Câmara
A notícia de que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, acolheu o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff parece ter sido bem recebida pelo mercado financeiro. Por volta de 12h20 (horário de Brasília), o dólar perdia mais de 1,5% e era cotado abaixo dos R$ 3,80 nesta quinta-feira (3), as ações brasileiras subiam no exterior e o Ibovespa registrava uma disparada de 4% na sessão de hoje.
Entretanto, a cautela ainda é um termo muito constante entre as principais manchetes e, principalmente, entre os investidores. Afinal, o processo está apenas no início e os petistas já sinalizam que irão acionar o Supremo Tribunal Federal contra a abertura do impeachment e já falam em abuso do cargo por parte de Cunha.
"Tudo está muito confuso agora. Se o governo está paralisado, imagine a partir desse pedido. O Congresso também tende a votar menos, porém, no longo prazo, essa troca de governo seria bem vinda. Curiosamente, os mercados já estão reagindo muito bem, com altas nas bolsas e queda do câmbio", acredita o economista e analista de mercado Camilo Motter, da Granoeste Corretora de Cereais.
Veja as últimas notícias sobre a reação do mercado e do andamento do processo de impeachment acolhido na Câmara:
No Infomoney: Ibovespa dispara 4% com pedido de impeachment de Dilma e ânimo extra da Europa
O Ibovespa dispara nesta quintafeira (3), confirmando o movimento registrado ontem no ETF brasileiro negociado nos EUA, que subiu 2,48%. A valorização dos ativos brasileiros seguiu o anúncio do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDBRJ) de que abrirá o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Lá fora, o dia é de alta nas bolsas europeias depois do BCE (Banco Central Europeu), cortar as taxas de depósito para 0,3%. Às 11h30 (horário de Brasília), o presidente da autoridade
monetária, Mário Draghi, falará sobre mais estímulos a serem adotados no contexto do programa conhecido como Quantitative Easing.
Às 11h58, o benchmark da Bolsa brasileira subia 4,13%, a 46.769 pontos. Já o dólar comercial tem leve queda de 1,07% a R$ 3,7943 na venda, enquanto o dólar futuro para janeiro recua 1,40% a R$ 3,816. No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2017 tem alta de 2 pontosbase a 15,68%, ao passo que o DI para janeiro de 2021 recua 11 pontosbase a 15,60%. "Não faço isso por motivação política e rejeitaria se estivesse de acordo com a lei", afirmou Cunha sobre o impedimento. Desde que soube da decisão da bancada do PT, que decidiu que os votos de seus três representantes no Conselho de Ética serão favoráveis à admissibilidade do processo que pode
determinar a cassação do mandato do peemedebista, Cunha mantevese fechado em seu gabinete na presidência da Casa conversando com várias lideranças.
Leia a notícia na íntegra no site do Infomoney.
No G1:
Bovespa opera em forte alta após abertura de impeachment
A quinta-feira (3) era marcada por fortes altas na Bovespa, com destaque para papéis de empresas com participação estatal, como Petrobras, após o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), anunciar que acolheu pedido de abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.
Às 12h30, o principal índice de ações da bolsa subia 3,75%, aos 46.598 pontos. Na noite da véspera, Cunha afirmou que aceitou o pedido de impedimento elaborado pelos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Jr. e Janaína Paschoal, com apoio da oposição, que é baseado, entre outros pontos, nas chamadas "pedaladas fiscais".
Leia a notícia na íntegra no site do G1.
Dólar opera em baixa após abertura de processo de impeachment
O dólar recuava abaixo de R$ 3,80 nesta quinta-feira (3), com investidores recebendo bem a abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, mas ainda ponderando as implicações da decisão para a economia brasileira e os mercados financeiros.
Às 12h40, a moeda norte-americana caía 1,1%, a R$ 3,793 para venda.
Também contribuía para a queda da moeda norte-americana a redução dos juros do Banco Central Europeu (BCE) nesta manhã, que aumenta a atratividade de investimentos em mercados emergentes.
"A (eventual) saída de Dilma é vista como positiva e representa mudanças. Entretanto, temos que lembrar que o processo é longo e incerto, fragiliza ainda mais o já combalido governo do PT e coloca o país mais perto de perder o seu segundo grau de investimento", disse o operador da corretora SLW João Paulo de Gracia Correa.
Leia a notícia na íntegra no site do G1.
Na Veja:
Cunha diz que Dilma mentiu e tentou barganhar votos do PT no Conselho de Ética
Um dia depois de abrir o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, o presidente da Câmara dos Deputados não dá sinais de "cessar-fogo". Eduardo Cunha (PMDB-RJ) convocou uma coletiva de imprensa na manhã desta quinta-feira para dizer que a petista mentiu, em rede nacional, ao negar que o Planalto tenha tentado barganhar o arquivamento do documento em troca dos votos petistas a favor de Cunha no Conselho de Ética.
Cunha narrou um episódio em que Dilma assumiu a frente das negociações e, horas antes da abertura do processo de impeachment, colocou na mesa uma proposta: os três deputados do PT que são membros do Conselho de Ética votariam contra o processo por quebra de decoro contra Cunha. Por outro lado, o presidente da Câmara ajudaria o governo a aprovar na Câmara o retorno da CPMF, o imposto do cheque, que é a principal meta do governo em inflar os cofres públicos do governo em meio ao ajuste fiscal.
O caso foi protagonizado pelo deputado André Moura (PSC-SE), aliado de primeira hora de Cunha, que chegou ao gabinete de Dilma acompanhado pelo ministro Jaques Wagner (Casa Civil). "A presidente mentiu à nação quando fez o seu pronunciamento. Ela mentiu quando disse que o seu governo não autorizava qualquer barganha. Ontem pela manhã um deputado esteve com a presidente, que quis vincular os apoios de deputados do PT à aprovação da CPMF", disse o presidente da Câmara. "A barganha veio proposta pelo governo e eu me recursei a aceitar a barganha. Eu quero dizer que a presidente mentiu, esse é o ponto fundamental", continuou.
Leia a notícia na íntegra no site da Veja.
Partidos da base aliada entram com quatro ações no STF contra decisão
São quatro as medidas judiciais que o PT e demais partidos da base ingressaram nesta quinta-feira para se contrapor à decisão do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, de acatar a admissibilidade do pedido de impeachment de Dilma Rousseff: três mandados de segurança e uma Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental.
Os mandados de segurança seriam assinados por parlamentares, e a ação, pelos partidos. Estava em discussão a ideia de que o PC do B encabeçasse a medida, e não o PT.
Na Folha: Cunha acusa Dilma de ter mentido ao dizer que não aceita barganha
Em uma dura reação à presidente Dilma Rousseff, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDBRJ), acusou a petista nesta quintafeira (3) de ter "mentido à nação" ao ter afirmado que jamais aceitaria qualquer barganha contra o
funcionamento das instituições democráticas.
No dia seguinte ao ter acolhido pedido de impeachment contra Dilma, o peemedebista relatou que na manhã de quartafeira (2) a presidente reuniuse com um dos principais aliados dele, o deputado federal André Moura (PSCSE).
No encontro, segundo ele, a petista ofereceu, em troca da recriação da CPMF, o apoio dos deputados petistas ao arquivamento do processo de cassação do mandato do peemedebista no Conselho de Ética da Câmara.
Leia a notícia na íntegra no site da Folha.