Dólar tem leves variações e segue a R$3,85, de olho em Congresso e Fed
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar alternava entre leves altas e baixas nesta quarta-feira, a 3,85 reais, em meio à rodada de votações importantes no Congresso Nacional e antes de declarações de diversas autoridades do Federal Reserve, que podem trazer mais pistas sobre a possibilidade de o banco central norte-americano elevar os juros neste mês.
Às 10:22, o dólar avançava 0,13 por cento, a 3,8598 reais na venda. Nos mercados externos, a divisa norte-americana também operava de lado contra moedas emergentes, após as bolsas chinesas apresentarem a maior alta diária em um mês diante de especulações sobre novos estímulos econômicos.
"O mercado opera hoje com um olho na agenda externa e outro no Congresso Nacional", resumiu o operador da corretora Correparti Jefferson Luiz Rugik.
O Congresso adiou para as 12h desta quarta-feira a votação da mudança da meta de resultado primário de 2015, depois de analisar na noite passada quatro vetos da presidente Dilma Rousseff. Também ficou para esta tarde a conclusão da votação pelo Conselho de Ética da Câmara dos Deputados do andamento do processo que pede a cassação do presidente da casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Investidores evitavam fazer grandes operações enquanto essas questões não se resolviam, mas repercutiam positivamente a aprovação na Comissão Mista de Orçamento (CMO) do destaque que incluiu nas receitas do Orçamento de 2016 a previsão de arrecadação vinda da CPMF. O imposto é considerado crucial para o ajuste fiscal pelo governo e ainda precisa ser recriado por meio de aval do Congresso Nacional.
No cenário externo, agentes financeiros adotavam cautela antes de pronunciamentos de autoridades do Fed, incluindo dois discursos diferentes da chair do banco central, Janet Yellen. Operadores continuavam apostando majoritariamente que os juros norte-americanos devem subir neste mês, mas dados mistos sobre a economia dos EUA levantaram algumas dúvidas sobre essa perspectiva na véspera.
Pela manhã, o Banco Central dará continuidade à rolagem dos swaps cambiais que vencem em janeiro, com oferta de até 11.260 contratos, que equivalem a venda futura de dólares.
(Por Bruno Federowski)