"Janela para impeachment” de Dilma pode fechar em 2016, alerta a Eurasia

Publicado em 01/12/2015 12:19
TERRA + FOLHA DE S. PAULO

A "janela para o impeachment” da presidente Dilma Rousseff irá provavelmente se fechar no fim do ano que vem, avalia a consultoria de risco político Eurasia em relatório enviado a clientes nesta segunda-feira (30). Na análise, o diretor para a América Latina, João Augusto de Castro Neves, observa que a zona de perigo para a presidente deve começar no segundo trimestre do próximo ano.

Conforme indica o documento, será o momento em que o Congresso retorna as atividades após o recesso e o ciclo econômico atingirá o pior momento. Neves destaca que é neste período que “Dilma ficará mais vulnerável aos ataques contra ela”.

Além dos pedidos em aberto de impeachment – que podem ganhar um novo ímpeto caso um presidente da Câmara mais independente substitua Eduardo Cunha –, também haverá a votação do Congresso sobre a violação da lei de responsabilidade fiscal, esperada para acontecer em março ou abril, ressalta a Eurasia. Além disso, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) decide sobre a contabilidade da campanha presidencial do PT em 2014.

Leia a reportagem completa no site do Terra

 

Na FOLHA: PIB encolhe 5,8% em seis trimestres, na pior recessão desde o Plano Real

A economia brasileira começou a encolher no segundo trimestre de 2014, embora os efeitos cotidianos da recessão, como o desemprego, só tenham ficado mais evidentes neste ano.

Com os números do trimestre passado, divulgados nesta terça-feira, o PIB (Produto Interno Bruto, medida da produção e da renda nacional) acumula queda de 5,8% ao longo de um ano e meio.

A recessão atual já é a mais longa desde o lançamento do Plano Real, em 1994, e até o final do ano se tornará a mais intensa, ultrapassando a retração de 6% na virada de 2008 para 2009.

O país só viu números piores em momentos de choques econômicos. Na virada dos anos 1980 para os 1990, houve encolhimento de 7,7% ao longo de 11 trimestres -num período em que a inflação chegou à casa dos 80% mensais e o Plano Collor confiscou o dinheiro dos depósitos bancários.

Entre as principais economias globais, o fiasco nacional só é superado neste ano por Rússia e Ucrânia, envolvidas em conflitos armados, e pela Venezuela, que vive o colapso do chavismo.

Não há nada de tão espetacular, entretanto, na recessão doméstica em curso: trata-se de um processo construído com persistência ao longo do primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff.

Gradualmente, a escalada gastadora e intervencionista do governo alimentou a inflação, a dívida pública e as incertezas de consumidores e empresários, que frearam compras e cortaram investimentos.

Quando a administração petista finalmente decidiu ajustar as contas públicas, após a reeleição, a arrecadação havia despencado, os juros haviam subido e o apoio do Congresso havia desaparecido.

A saída da crise não está à vista. Nos últimos meses, as causas da recessão permaneceram inalteradas ou até se agravaram.

Os preços dos produtos de exportação continuam em queda; as expectativas de inflação em 2016 pioraram, levando  o Banco Central a indicar a possibilidade de uma nova alta dos juros.

E o cenário político, para o qual não há métrica disponível, certamente não se tornou menos nebuloso.

 

Consumo das famílias cai 1,5% com piora de emprego e renda. (1,38 milhão de empregos perdidos só neste ano)

Num ambiente de piora acelerada do emprego e de baixa confiança com o futuro da economia, o consumo das famílias teve queda de 1,5% no terceiro trimestre deste ano, na comparação ao três meses anteriores.

Um das molas propulsoras da economia nos últimos anos, o consumo das famílias recuou pelo terceiro trimestre consecutivo, o que não ocorria desde 1998, quando o país enfrentou a crise da Rússia.

PIB DO BRASIL
Resultados do 3º trimestre

Os dados foram divulgados pelo IBGE nesta terça (1º).

Quando comparado ao mesmo período de 2014, o consumo da famílias teve uma queda de 4,5%, a maior da série histórica da pesquisa, iniciada em 1996. No acumulado do ano, a queda passou agora para 3%.

O consumo das famílias é um dos principais componentes do PIB (Produto Interno Bruto), medida da produção e da renda do pais, que teve queda de 1,7% no terceiro trimestre deste ano em comparação aos três meses anteriores.

Com a economia em recessão, as empresas fecharam 1,38 milhão de empregos formais, com carteira assinada neste ano. Diante do quadro de incertezas, as famílias pensam duas vezes antes de realizar gastos.

A despesa das famílias tem sido inibida também pelo avanço da inflação, que corrói a renda dos trabalhadores. O IPCA, inflação oficial do país, foi de 7,64% de janeiro a setembro, a alta mais veloz dos últimos 12 anos, segundo o instituto.

Os juros altos também pesam. Com o bolso afetado, os brasileiros estão cortando assim os supérfluos e gastando menos no consumo de bens e serviços. É uma defesa contra os períodos de incertezas.

A retomada do consumo das famílias é considerada essencial para a recuperação da indústria e do comércio. Os setores estão com estoques altos diante de uma demanda que não reage.

Segundo Fabio Bentes, economista-chefe da CNC (Confederação Nacional do Comércio), a intenção de consumo das famílias brasileiras está em queda há dez meses em relação ao mesmo período do ano anterior.

"Recuperação do consumo das famílias passa pelo mercado de trabalho, com aumento da renda. E nada indica isso, pelo contrário. O mercado de trabalho ainda deve ter piora pela frente", diz Fabio Bentes, economista-chefe da CNC.

SERVIÇOS

O setor de serviços —que engloba áreas tão díspares quanto financeiro, educação, saúde e cabeleireiros— teve queda de 1% na passagem do segundo para o terceiro trimestre deste ano. Frente ao mesmo período de 2014, a queda foi de 2,9%.

A queda frente ao segundo trimestre do ano passado foi resultado da baixa nos segmentos do comércio (2,4%), do transporte armazenagem e correio (1,5%) e de outros serviços (1,8%), segundo as contas nacionais do IBGE.

Entre os poucos resultados positivos dentro do setor de serviços, foram registradas altas em administração, saúde e educação pública (0,8%) e intermediação financeira e seguros (0,3%) na passagem do segundo para o terceiro trimestre.

 

Queda do Brasil é a mais forte e mais longa entre economias globais

retração de 1,7% do PIB (Produto Interno Bruto)brasileiro no terceiro trimestre em relação aos três meses anteriores foi um destaque negativo na economia global: não apenas foi a maior queda entre 41 países que já divulgaram o seu dado de julho a setembro, como também é a mais longa.

A contração foi praticamente o dobro da registrada pela Grécia (-0,9%), a segunda economia que mais encolheu no período.

retração de 1,7% do PIB (Produto Interno Bruto)brasileiro no terceiro trimestre em relação aos três meses anteriores foi um destaque negativo na economia global: não apenas foi a maior queda entre 41 países que já divulgaram o seu dado de julho a setembro, como também é a mais longa.

A contração foi praticamente o dobro da registrada pela Grécia (-0,9%), a segunda economia que mais encolheu no período.

 

Fonte: Terra + FOLHA DE S. PAULO

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