Brasil mostra poucos sinais de melhora no curto prazo, diz agência de risco S&P

Publicado em 24/11/2015 06:25

A manutenção da perspectiva negativa da nota de crédito do Brasil na avaliação da agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P) reflete, além da deterioração de indicadores econômicos do país, a falta de uma perspectiva de estabilização que dê previsibilidade para o futuro. Em setembro, a agência tirou o país da lista dos que ela considera bons pagadores.

"Mesmo que hoje você não tivesse com números estáveis, mas a tendência fosse de tal, isso já poderia estar embutido na avaliação. Do ponto de vista da S&P, não existe hoje uma visão de que isso vá ser modificado no curto prazo. Por isso o negativo", disse a representante de agência de classificação de risco no Brasil, Regina Nunes. "A gente não vê a estabilização dos vetores que trouxeram o Brasil para o grau especulativo", afirmou.

Regina mencionou a ausência de uma dinâmica de dívida estável, de previsibilidade do custo dessa dívida e de como ela vai se comportar em termos de alongamento ou não desses prazos. A falta de previsibilidade, avalia a agência, impõe custos para todos os setores da economia. Um dos principais exemplos citados foi o setor financeiro, que para a executiva da S&P, sofre as consequências da redução do nível de emprego e na capacidade de pagamento das famílias.

"Isso tem uma consequência muito grande. Tem um lado positivo no fato de o crédito ter crescido tanto, porém no ajuste impõe um risco que é a empregabilidade do profissional que tomou os recursos", explicou a jornalistas. Ela participou do Seminário "Reavaliação do Risco Brasil", promovido pelo Centro de Economia Mundial da Fundação Getulio Vargas (FGV).

Em entrevista após o evento, a líder da S&P no Brasil não descartou uma nova revisão do rating do país ainda em 2015, mas reafirmou que a agência não tem um prazo definido para tanto. "Não temos (prazo para reavaliar). Se for a nossa opinião que algo mudou, isso vai acontecer. Os ratings estão sendo atualizados todo dia", disse.

Na visão de Regina, o fechamento de 2015 ainda não está 100% definido diante do quadro de instabilidade política e econômica. "Ainda há uma expectativa para o fechamento de 2015 e isso vai determinar 2016 e 2017", frisou, lembrando que assim como se deterioraram mais rápido que o esperado os indicadores brasileiros necessitam de uma correção também ágil e de reformas para reconquistar a confiança do investidor.

Leia a notícia na íntegra no site Veja.com

Fonte: Veja.com

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Dólar oscila pouco, mas segue acima de R$5,80 com cautela antes de pacote fiscal
Minério de ferro avança com produção de aço mais forte superando dados fracos da China
Cessar-fogo entre Israel e Hezbollah entra em vigor; civis começam a voltar ao sul do Líbano
Arthur Lira acena para avanço de projetos sobre “Reciprocidade Ambiental”
CMN amplia prazo para vencimento de crédito rural em cidades do RS atingidas por chuvas
Ibovespa fecha em alta à espera de pacote fiscal; Brava Energia dispara
undefined