Bovespa sobe 1,48% por trégua na cena política local e Fed
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - A Bovespa fechou com o seu principal índice em alta nesta quinta-feira, após o Federal Reserve estimular a demanda por ativos de mercados emergentes, ao sinalizar na véspera que começará a elevar os juros em dezembro, mas gradualmente.
A trégua na conturbada cena política, amparada particularmente na manutenção pelo Congresso Nacional de vetos presidenciais a medidas com forte impacto nas contas públicas, corroborou a trajetória positiva na bolsa paulista nos últimos quatro pregões.
O Ibovespa subiu 1,48 por cento, a 48.138 pontos, e acumulou ganho de 3,5 por cento na semana mais curta, devido ao feriado na sexta-feira do Dia da Consciência Negra na capital paulista e em outras praças.
O volume financeiro somou 6,29 bilhões de reais.
Na ata da sua última reunião de política monetária, o banco central dos Estados Unidos disse que "a maioria" dos participantes sentia que as condições para o aumento de juros "podem muito bem serem atendidas até a próxima reunião".
"Apesar de sinalizar o início do aumento da taxa básica de juros em dezembro, passou uma mensagem de gradualismo que agradou aos agentes", disse o analista Marco Aurélio Barbosa, da CM Capital Markets, em nota a clientes.
DESTAQUES
=ITAÚ UNIBANCO saltou 2,73 por cento e BRADESCO subiu 3,17 por cento, respectivamente, respondendo pela maior contribuição positiva para o avanço do Ibovespa, dado o peso relevante de ambos no índice, em dia de forte alta de papéis de bancos, com profissionais do mercado citando fluxo de estrangeiros no setor. BANCO DO BRASIL disparou 5,58 por cento.
=PETROBRAS fechou com as preferenciais em alta de 0,26 por cento, após recuarem 2,56 por cento perto do fim do pregão, repercutindo notícia da Agência Estado de que o governo estuda reforçar a estrutura de capital da petroleira. O mercado ficou apreensivo com a possibilidade do reforço ser feito via emissão de ações, mas com a informação de que essa opção não está sendo aventada, os papéis se recuperaram. As ações ordinárias da Petrobras fecharam em queda de 0,11 por cento.
=AMBEV subiu 0,94 por cento, após a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo aprovar aumento do ICMS sobre a cerveja menor do que o estimado inicialmente. O BTG Pactual avaliou que o impacto para a Ambev é pequeno, mas ponderou que existe o risco adicional de outros Estados resolverem seguir o mesmo caminho.
=VALE fechou com as preferenciais em alta de 1,51 por cento, após três quedas seguidas, embalada pelo melhora do humor na bolsa como um todo, mesmo diante de nova queda do preço minério de ferro na China, que se aproximou da mínima histórica. A mineradora anunciou a captação de 1,5 bilhão de reais com a venda de notas de crédito à exportação para o Banco do Brasil.
=CCR avançou 3,3 por cento, ainda sobe efeito da declaração do diretor geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Jorge Bastos, na véspera, de que espera a assinatura no fim de novembro ou início de dezembro de um aditivo contratual com a NovaDutra, concessionária da empresa. Investidores também repercutiram anúncio de programa de concessões pelo governo do Estado de São Paulo. ECORODOVIAS ganhou 2,89 por cento.
=ELETROBRAS subiu 3,11 por cento, após o Conselho Nacional de Desestatização aprovar as condições para a desestatização da distribuidora de energia Celg, definindo que o valor mínimo de venda das ações da distribuidora detidas pela estatal será de 1,427 bilhão de reais.
=NATURA fechou em baixa de 2,64 por cento, revertendo os ganhos da manhã, após encontro da fabricante de cosméticos com analistas e investidores, fechado à imprensa. No evento, a Natura sinalizou que deve abrir 10 lojas em 2016 e definir um plano de expansão mais robusta para o futuro, de acordo com informações divulgadas em nota do BTG Pactual a clientes.