Desemprego no Brasil sobe a 7,9% e atinge maior patamar para outubro desde 2007, diz IBGE

Publicado em 19/11/2015 08:12
REUTERS e VEJA

SÃO PAULO (Reuters) - A taxa de desemprego do Brasil voltou a subir em outubro após a pausa do mês anterior e atingiu 7,9 por cento, maior patamar para outubro desde 2007, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira.

A expectativa em pesquisa da Reuters era de que a taxa alcançasse 7,6 por cento segundo a mediana das projeções, que variaram de 7,4 a 8 por cento.

 

Mercado de trabalho tem pior outubro desde 1992 e fecha 169 mil vagas (na Folha de S. Paulo)

Num reflexo da economia em recessão e da baixa confiança de empresas e famílias, o Brasil fechou 818.918 postos de trabalho de janeiro a outubro, segundo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado pelo Ministério do Trabalho nesta sexta-feira (20).

Em outubro, houve o fechamento de 169.131 vagas formais, o desempenho mais fraco para o mês na série histórica iniciada em 1992. Analistas consultados pela Reuters estimavam a perda líquida de 179 mil empregos, segundo mediana das expectativas.

No último mês, houve recuo no emprego em todos os setores, com destaque para a construção civil (-49.930), indústria de transformação (-48.444) e serviços (-46.246).

No acumulado em 12 meses, foram fechadas 1,382 milhão de vagas de trabalho, num reflexo da economia em recessão e da baixa confiança de empresas e famílias.

Na véspera, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que a taxa de desemprego voltou a subir, chegando a 7,9% no mês passado, maior patamar para outubro em oito anos.

Ao mesmo tempo em que a taxa da população ocupada diminuiu, a população desocupada cresceu, ressaltando a deterioração do mercado de trabalho.

O movimento vem se acentuando nos últimos meses numa resposta ao declínio da atividade econômica, que caminha para a pior recessão em 25 anos. Ao mesmo tempo, indefinições fiscais e embates políticos têm agravado esse cenário, com impacto sobre as decisões de investimento das companhias.

 

INFLAÇÃO:

IPCA-15 em 12 meses atinge o maior nível desde 2003: 10,28%

 

Aumento da gasolina nas bombas pressionou prévia da inflação em novembro (Ricardo Matsukawa/VEJA)

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial, subiu 0,85% em novembro, sobre alta de 0,66% no mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 12 meses até novembro, o índice acumulou alta de 10,28%. "Desde novembro de 2003, com os 12 meses em 12,69%, não havia registro de taxa mais elevada", disse o instituto.

Pesquisa da Reuters com economistas estimava alta de 0,83% em novembro sobre outubro e de 10,26% em 12 meses. Nos 11 meses do ano, o índice também acumula alta 9,42% o maior resultado para o período em toda a série do IPCA-15, iniciada em maio de 2000.

Segundo o IBGE, os combustíveis foram o principal destaque de alta neste mês, subindo 5,89% no mês e puxando a inflação dos transportes a 1,45%. O item foi responsável por 35% do IPCA-15 de novembro. "O aumento da gasolina nas bombas, que acumula 6,48% nos meses de outubro e novembro, foi consequência dos 6% praticados ao nível das refinarias, reajuste em vigor desde o dia 30 de setembro", diz nota do instituto. Ainda no setor transportes, também puxaram o índice as tarifas dos ônibus urbanos, com alta de 0,76%.

O grupo alimentos e bebidas também pressionaram o IPCA-15 no mês, com alta de 1,05% - acima da taxa de 0,62% do mês anterior. Entre os produtos, destacam-se a alta nos preços do tomate (15,23%), açúcar cristal (9,61%) e refinado (7,94%), arroz (4,10%), frango inteiro (3,96%), cerveja (3,35%), óleo de soja (2,84%), frutas (2,14%), carne (1,71%) e pão francês (1,03%).

Por região, o maior índice foi o de Fortaleza (1,18%), influenciado pela alta de quase 3% no transporte urbano. Já menor índice foi o da região metropolitana de Porto Alegre (0,68%).

 

O número de trabalhadores com carteira assinada (11,2 milhões) ficou estável no mês e recuou 4,0% (470 mil pessoas) no ano.

Em outubro, taxa de desocupação foi de 7,9%

A taxa de desocupação de outubro (7,9%) ficou estatisticamente estável frente a setembro (7,6%) e subiu 3,2 pontos percentuais em relação a outubro de 2014 (4,7%). Foi a taxa de desocupação mais alta para um mês de outubro desde 2007 (8,7%).

A população desocupada (1,9 milhão de pessoas) ficou estável frente a setembro e subiu 67,5% (mais 771 mil pessoas em busca de trabalho) em relação a outubro de 2014. Na comparação anual, essa foi a maior variação percentual da população desocupada na série histórica da Pesquisa Mensal de Emprego, iniciada em 2002.

A população ocupada (22,5 milhões) recuou em ambas as comparações: -1,0% (230 mil pessoas) em relação a setembro e -3,5% (825 mil pessoas) frente a outubro de 2014. Já a população não economicamente ativa(19,6 milhões) cresceu nas duas comparações: 1,4% no mês (272 mil pessoas) e 2,9% no ano (561 mil pessoas).

O número de trabalhadores com carteira assinada (11,2 milhões) ficou estável no mês e recuou 4,0% (470 mil pessoas) no ano.

O rendimento médio real habitual dos trabalhadores (R$ 2.182,10) caiu em ambas as comparações: -0,6% frente a setembro e -7,0% em relação a outubro de 2014.p>

A massa de rendimento médio real habitual dos trabalhadores (R$ 49,6 bilhões) em outubro de 2015 caiu 1,7% frente a setembro e recuou 10,4% na comparação anual.

A massa de rendimento médio real efetivo dos trabalhadores em setembro de 2015 (R$ 49,9 bilhões) recuou nas duas comparações: -1,4% frente a agosto e -10,2% frente a setembro de 2014. A Pesquisa Mensal de Emprego (PME) é realizada em seis regiões metropolitanas (Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre) e sua publicação completa pode ser acessada aqui.

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Mensal de Emprego.
 

Regionalmente, frente a setembro último, a taxa de desocupação só variou em São Paulo, (+0,8 ponto percentual), ficando estável nas demais regiões metropolitanas investigadas. Em relação a outubro de 2014, porém a taxa cresceu em todas as regiões: Salvador, de 8,5% para 12,8% (+4,3 pp); São Paulo, de 4,4% para 8,1% (+3,7 pp); Recife, de 6,7% para 9,8% (+3,1 pp); Belo Horizonte, de 3,5% para 6,6% (3,1 pp); Rio de Janeiro, de 3,8% para 6,0% (+2,2 pp) e Porto Alegre, de 4,6% para 6,8% (+2,2 pp).

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Mensal de Emprego.

Em outubro, a população desocupada (1,9 milhão de pessoas) no agregado das seis regiões não teve variação significativa frente a setembro e cresceu 67,5% (mais 771 mil pessoas) no ano. Regionalmente, no mês, o contingente de desocupados aumentou 10,4% em São Paulo e ficou estável nas demais regiões. No confronto com outubro do ano passado, a desocupação aumentou em todas as regiões, sendo o maior aumento em São Paulo (86,2%) e o menor em Recife (45,8%). As variações ocorridas na comparação anual para São Paulo (86,2%), Belo Horizonte (82,4%) e o agregado das seis regiões (67,5%) foram as maiores em toda a série histórica da pesquisa, iniciada em março de 2002.

A população ocupada (22,5 milhões) nas seis regiões, em outubro de 2015, recuou em ambas as comparações: -1,0% (menos 230 mil pessoas) no mês e - 3,5% (menos 825 mil pessoas) no ano. Regionalmente, na análise mensal, houve retrações no número de ocupados nas regiões metropolitanas de Recife (-2,6%) e de Belo Horizonte (-2,1%) e estabilidade nas demais. Em relação a outubro de 2014, houve estabilidade no Rio de Janeiro quedas nas demais regiões metropolitanas: Salvador (7,1%; 137 mil pessoas), Belo Horizonte (4,8%; 121 mil pessoas), Recife (4,6%; 74 mil pessoas), São Paulo (4,0%; 385 mil pessoas) e Porto Alegre (3,6%; 70 mil pessoas).

No conjunto das seis regiões, no mês, a população ocupada ficou estável em todos os grupamentos, exceto a Indústria (-3,9%). Frente a outubro de 2014, Indústria (-8,7%), Construção (-5,2%) e Serviços prestados às empresas (-3,7%) tiveram quedas.

O número de trabalhadores com carteira de trabalho assinada no setor privado (11,2 milhões), no conjunto das seis regiões metropolitanas analisadas, ficou estável na comparação mensal e recuou 4,0% frente a outubro do ano passado houve (menos 470 mil pessoas com carteira assinada). Regionalmente, na comparação mensal, ocorreu estabilidade em todas as regiões. Frente a outubro de 2014, Recife (-8,7%), Porto Alegre (-7,0%), Belo Horizonte (-6,1%) e São Paulo (-3,3%) apresentaram reduções nesse contingente.

Rendimento médio real habitual – categorias de ocupação

O rendimento médio real habitual dos trabalhadores foi estimado em outubro de 2015, para o conjunto das seis regiões pesquisadas, em R$ 2.182,10. Este resultado caiu 0,6% em relação a setembro (2.194,71) e ficou 7,0% abaixo do apurado em outubro de 2014 (R$ 2.345,81). Regionalmente, no mês, o rendimento ficou estável em Salvador, São Paulo e Porto Alegre, e caiu em Belo Horizonte (-3,5%), Recife (-1,9%) e Rio de Janeiro (-1,1%). No ano, houve quedas em todas as regiões, sendo a maior em Salvador (-10,1%) e a menor em Porto Alegre (-5,8%).

 

Fonte: Reuters + IBGE + Veja + Folha

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