Argentina: Scioli faz debate agressivo mas é encurralado por Macri

Publicado em 16/11/2015 10:31
Reuters

BUENOS AIRES (Reuters) - O candidato presidencial do partido governista da Argentina, Daniel Scioli, que está atrás nas pesquisas de opinião, assumiu uma posição ofensiva no debate com seu rival, Mauricio Macri, no domingo, mas ficou na defensiva quando confrontado com o histórico do governo.

Scioli, governador da província de Buenos Aires, tem o apoio da presidente Cristina Kirchner. Impedida de concorrer a um terceiro mandato este ano, Cristina vai deixar para seu sucessor o desafio de enfrentar uma inflação de dois dígitos, escassas reservas no banco central e um crescente déficit orçamentário.

Macri, o adversário de Scioli na eleição 22 de novembro, é um defensor do livre mercado e está à frente nas pesquisas, com cerca de 8 pontos percentuais de vantagem, depois de um desempenho mais forte do que o esperado no primeiro turno da votação, no mês passado.

"Suas políticas são um perigo para a nossa sociedade", disse Scioli na abertura do debate televisionado em uma universidade de Buenos Aires. "Quem iria pagar o preço do ajuste fiscal que viria da forte desvalorização cambial que ele quer?... Quem vai pagar o preço de retirar subsídios? As famílias precisam saber como vão pagar as suas contas de luz, gás e transporte", disse Scioli.

Macri revidou com um rosário de críticas sobre a gestão da terceira maior economia da América Latina, começando com os dados do crescimento oficial, inflação e pobreza, que economistas do setor privado dizem ser manipulados.

Na sexta-feira o dólar fechou cotado a 15 pesos argentinos no mercado negro, muito acima dos 9,6 pesos do câmbio oficial, uma taxa bancada por intervenções do Banco Central no câmbio.

"O problema da Argentina não é o dólar. É um governo que não para de mentir e destruiu a confiança no nosso país, razão pela qual não há nenhum investimento ou crescimento. A inflação tem diluído o rendimento de nossos aposentados e nossa força de trabalho", disse Macri.

Ele promete estimular o investimento desmantelando rapidamente os controles de comércio e moeda estabelecidos por Cristina. A mensagem de Scioli de mudança gradual em direção a políticas mais ortodoxas, preservando programas sociais generosos de Cristina, não consegue cair bem entre os eleitores de classe média, que vão decidir a eleição.

 

Opositor Macri mantém liderança na disputa pela presidência da Argentina, aponta

BUENOS AIRES (Reuters) - O candidato da oposição à presidência da Argentina, Mauricio Macri, continua a liderar as intenções de voto para a eleição do próximo fim de semana contra o candidato da situação Daniel Scioli, mostrou neste sábado uma pesquisadivulgada em um jornal local.

A chapa de oposição, liderada pelo prefeito da cidade de Buenos Aires e por Gabriela Michetti, conseguiria --contabilizando indecisos-- 52 por cento dos votos, de acordo com apesquisa realizada pela consultoria Management & Fit publicada no jornal Clarín.

O candidato oficial Daniel Scioli, governador da província de Buenos Aires, e seu companheiro de chapa Carlos Zannini, obteriam 43,7 por cento dos votos, incluindo a projeção de eleitores indecisos, disse a consultoria em sua pesquisa.

A pesquisa anterior da Management & Fit, no último domingo, também divulgada pelo Clarín, apontou que Macri receberia 51,8 por cento dos votos e Scioli 43,6 por cento.

Os dois candidatos realizarão um debate público no domingo, a fim de reforçar as suas posições e atrair votos antes da eleição a ser realizada em 22 de novembro.

A nova pesquisa foi realizada entre segunda e quinta-feira com 2.400 pessoas, com base em visitas domiciliares e pesquisas por telefone.

Fonte: Reuters

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