Dólar sobe a cerca R$ 3,85 após ataques em Paris
O dólar avança nesta segunda-feira (16), após ataques em Paris na sexta-feira (13) desencadearem uma onda de aversão a risco nos mercados financeiros globais.
Às 9h09, o dólar avançava 0,45%, a R$ 3,8505 na venda, após fechar a sessão passada no maior nível em duas semanas.
Na sexta-feira, a moeda norte-americana subiu 1,75%, a R$ 3,8331. Na semana, o dólar subiu 1,88%. No mês, a moeda acumula queda de 0,77% e no ano, valorização de 44,17%.
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Dólar opera quase estável, a R$3,83, com Paris, Fed e ruídos sobre Fazenda
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar reduziu a alta e passou a operar perto da estabilidade nesta segunda-feira, na casa dos 3,83 reais, com investidores evitando ativos de risco após os ataques em Paris na sexta-feira mas avaliando que a influência dessas notícias sobre os mercados financeiros é limitada.
O mercado também adotava cautela em meio a ruídos sobre o futuro de Joaquim Levy no Ministério da Fazenda e no início de uma semana marcada por eventos que podem trazer mais pistas sobre quando os juros começarão a subir nos Estados Unidos.
Às 10:37, o dólar avançava 0,09 por cento, a 3,8363 reais na venda, após avançar 1,75 por cento na sexta-feira e fechar no maior nível em duas semanas. Na máxima desta sessão, a moeda norte-americana alcançou 3,8621 reais.
"Os ataques em Paris assustam e a reação normal é buscar proteção", disse o operador da corretora Spineli José Carlos Amado. Ele ressaltou, porém, que o impacto do evento sobre os mercados é pequeno. "Não mudam os fundamentos (econômicos)", acrescentou.
A polícia francesa vasculhava casas de supostos militantes islâmicos pelo país após os ataques em Paris, prendendo 23 pessoas e apreendendo armas incluindo lança-foguetes. Pelo menos 129 pessoas morreram nos ataques na sexta-feira.
No Brasil, investidores continuavam preferindo estratégias mais defensivas em meio a incertezas sobre a possível saída de Levy do Ministério da Fazenda. Rumores de que o ex-presidente do BC Henrique Meirelles poderia ser seu sucessor agradaram o mercado na semana passada, mas notícias de que o próximo ministro não teria autonomia completa voltaram a golpear o bom humor na sexta-feira.
Outro nome que entrou nos rumores como eventual sucessor de Levy é o do diretor-executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI) Otaviano Canuto. "O mercado não conhece muito bem o Canuto, mas a primeira vista parece que ele defende uma política fiscal rígida, o que é positivo", disse o operador da corretora de um banco nacional.
Em entrevista nesta manhã, a presidente Dilma Rousseff afirmou que Levy permanecerá no cargo "até segunda ordem" e disse que as especulações sobre o ministro são nocivas para o país.
Além disso, investidores evitavam fazer grandes operações antes da divulgação do índice de preços ao consumidor dos EUA e da ata do Federal Reserve, banco central norte-americano, nos próximos dias.
"É uma semana repleta de eventos importantes. Quem montar uma posição agora está se arriscando bastante", afirmou o operador de uma corretora internacional.
Investidores vêm apostando que o Fed elevará os juros no mês que vem, o que pode atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados em países como o Brasil, mas indicadores econômicos fracos e declarações menos incisivas de autoridades do Fed levantaram algumas dúvidas sobre essa perspectiva.
O Banco Central dará continuidade, pela manhã, à rolagem dos swaps cambiais que vencem em dezembro, com oferta de até 12.120 contratos, que equivalem a venda futura de dólares.
(Por Bruno Federowski)