PF lança nova fase da Lava Jato contra ex-funcionários da Petrobras por Pasadena e Abreu e Lima

Publicado em 16/11/2015 06:19 e atualizado em 16/11/2015 07:05

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Polícia Federal deflagrou nesta segunda-feira nova etapa da operação Lava Jato para cumprimento de 18 mandados judiciais tendo como alvo ex-funcionário da Petrobras investigados por recebimento de propina em contratos relacionados às refinarias Abreu e Lima e Pasadena.

Segundo comunicado da PF, a operação batizada de "Corrosão" tem como objetivo cumprir 11 mandados de busca e apreensão, dois mandados de prisão temporária e cinco mandados de condução coercitiva nas cidades do Rio de Janeiro, Rio Bonito (RJ), Petrópolis (RJ), Niterói (RJ) e Salvador.

Em uma outra frente da nova fase, a PF investiga atuação de um novo operador financeiro no esquema identificado como facilitador de movimentação de recursos indevidos pagos a membros da diretoria de Abastecimento da Petrobras.

"Os investigados responderão pela prática dos crimes de corrupção, fraude em licitações, evasão de divisas e lavagem de dinheiro dentre outros crimes em apuração", disse a PF no comunicado.

A operação Lava Jato investiga um esquema bilionário de corrupção na Petrobras e em outros órgãos da administração pública, com o envolvimento de empreiteiras que formaram um cartel para obter contratos e pagavam propina a funcionários das companhias, a operadores quelavavam o dinheiro do esquema, e a políticos e partidos.

 

STF autoriza inquérito para investigar ex-ministro Alfredo Nascimento (em veja.com)

 

Ex-ministro dos Transportes e atual deputado federal Alfredo Nascimento (PR-AM)(Luiz Alves/Agência Senado/VEJA)

O Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a instauração de inquérito para investigar supostas irregularidades cometidas pelo ex-ministro e atual deputado federal Alfredo Nascimento (PR-AM) durante sua passagem pelo Ministério dos Transportes. Nascimento foi ministro da pasta durante o governo do ex-presidente Lula e deixou o comando do órgão no início do primeiro mandato do governo Dilma Rousseff após denúncias de corrupção na pasta. O pedido foi aceito pelo ministro Edson Fachin.

Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), que solicitou a abertura de inquérito, há indícios de irregularidades na contratação de empresas "inexistentes" pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes - DNIT e pela Valec (estatal responsável pela construção de ferrovias).

O deputado explicou que as empresas têm autonomia para contratar fornecedoras de mão de obra terceirizada e que não houve irregularidades. "Tudo tem de ser investigado e tenho certeza que, ao final das investigações, ficará comprovado que não houve irregularidades e a denúncia será arquivada", disse. Segundo ele, ações como esta são comuns para pessoas de cargos públicos. "Já passei por outras investigações e fui inocentado em todas. E agora mais uma vez será comprovado que não cometi qualquer tipo de irregularidade quando fui ministro dos Transportes", disse Nascimento.

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Um dos ministros "faxinados" no primeiro ano de governo de Dilma, Nascimento pediu demissão em 5 de julho de 2011, depois de uma investigação ser aberta pelo Ministério Público para apurar suspeitas de envolvimento do então ministro no suposto esquema de desvio de dinheiro público na pasta.

Em 2013, o então senador comemorou a conclusão das investigações conduzidas pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, sobre as denúncias que afastaram o parlamentar do Ministério dos Transportes. Para Gurgel, não havia indícios de envolvimento de Nascimento nem do deputado Valdemar Costa Neto nas irregularidades encontradas nas licitações e contratos na pasta pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e pela Controladoria Geral da União (CGU).

Após sair do ministério, indignado com a falta de apoio da presidente Dilma, Alfredo Nascimento disse que não era "lixo". "O meu partido não é lixo para ser varrido da administração", afirmou em agosto de 2011. Quando Gurgel concluiu as investigações sem ver indícios de irregularidade, Nascimento repetiu na tribuna que não era "lixo" e disse ter se sentido "envergonhado" desde as denúncias que o fizeram deixar a pasta.

"Passei ao longo desses dois anos encolhido, envergonhado. Vergonha de olhar nos olhos das pessoas. Quando eu cruzava o aeroporto, as pessoas me olhavam e eu baixava a cabeça", afirmou em seu discurso. "Agora posso olhar nos olhos dos senhores, meus colegas senadores. Posso olhar para trás e ver que, em mais de 30 anos de vida pública, nunca pratiquei um ato do qual tenha que me envergonhar", completou.

(Com Estadão Conteúdo)

Fonte: Reuters + VEJA

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