Dólar sobe mais de 1% e encosta em R$ 3,82 por cenário local e Fed, apesar de BC
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar avançava mais de 1 por cento e encostava em 3,82 reais nesta quinta-feira, ainda pressionado pelas incertezas locais com a economia e a política e pela perspectiva de aumento de juros nos Estados Unidos, apesar da atuação do Banco Central no câmbio e a aprovação na Câmara dos Deputados de projeto de regularização de capitais brasileiros no exterior.
Às 12:04, o dólar avançava 1,30 por cento, a 3,8184 reais na venda, após cair 0,58 por cento na véspera em meio a rumores de que o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles poderia substituir Joaquim Levy como ministro da Fazenda.
"O cenário ainda está muito difícil e há motivos para cautela", disse o superintendente de câmbio da corretora Intercam, Jaime Ferreira.
A deterioração das contas públicas do Brasil e turbulências políticas vêm levando alguns investidores a evitarem ativos denominados em reais. Os problemas locais somam-se à expectativa de que os juros norte-americanos subam em dezembro, o que pode atrair para a maior economia do mundo recursos atualmente aplicados em países como o Brasil.
A chair do Fed, Janet Yellen, fará discurso de abertura em evento sobre política monetária às 12h30 (horário de Brasília).
Nesta sessão, essa apreensão ofuscava parcialmente a perspectiva de mais entradas de recursos devido à aprovação do projeto de lei que regulariza ativos não declarados de brasileiros no exterior, que faz parte das medidas de ajuste fiscal enviadas pelo governo ao Congresso Nacional.
O mercado também minimizava o anúncio de leilão de venda de até 500 milhões de dólares com compromisso de recompra pelo BC nesta tarde, a quarta operação desse tipo promovida neste mês. Segundo a assessoria de imprensa da autoridade monetária, a operação não serve para rolar linhas já existentes.
Operadores entendem que a atuação tem como fim atender à demanda por dólares típica de fim de ano, da parte principalmente de exportadores.
O BC também deu continuidade, nesta manhã, à rolagem dos swaps cambiais que vencem em dezembro. Até agora, a autoridade monetária rolou o equivalente a 4,732 bilhões de dólares, ou cerca de 43 por cento do lote total, que corresponde a 10,905 bilhões de dólares.
"O BC gera algum alívio, mas o impacto dessas operações é pequeno e esperado", disse o operador de uma corretora internacional.
Operadores vêm ressaltando ainda que o baixo volume de negócios, que tem sido a regra nas últimas semanas, deixa o mercado mais sensível a operações pontuais. Por isso, não descartam a possibilidade de mais uma onda de volatilidade.
O mercado também continuava atento aos rumores de que Meirelles possa, eventualmente, substituir Levy. "A conclusão é que (a ida de Meirelles à Fazenda) seria algo positivo e os preços já refletem isso. Agora é esperar para ver as próximas notícias", acrescentou o operador.
(Por Bruno Federowski)
G1: Dólar opera em alta nesta quinta-feira, na contramão da véspera
O dólar opera em alta nesta quinta-feira (12), contrariando o movimento da véspera, após o Banco Central anunciar leilão de venda de dólares com compromisso de recompra para esta sessão e a Câmara dos Deputados aprovar o texto-base do projeto que permite a regularização de capitais brasileiros no exterior.
Por volta das 9h20, a moeda era vendida a R$ 3,7742, em alta de 0,13%.
O BC anunciou, após o fechamento dos negócios na véspera, leilão de venda de até 500 milhões de dólares com compromisso de recompra para esta tarde.
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